De acordo com os números divulgados nesta terça-feira (7), a companhia registrou queima de caixa em todos os segmentos. O resultado foi impactado por efeitos pontuais, como atrasos em repasses devido à suspensão de subsídios regionais. Esses fatores geraram um descasamento de R$ 93 milhões na geração de caixa do terceiro trimestre.
No consolidado, a MRV reportou um consumo de caixa de R$ 37 milhões, com impacto distribuído entre suas operações de habitação popular, média renda e loteamentos, além das subsidiárias Luggo e da Resia, que teve um consumo de recursos negativo de US$ 1,5 milhão mesmo após vendas de ativos.
“Esperávamos uma geração de caixa mais forte devido ao melhor ritmo de transferências e à sazonalidade”, afirmaram analistas do Citi em relatório a clientes.
Já os analistas do Itaú BBA consideraram haver uma “baixa visibilidade sobre os lucros” após os resultados apresentados.
Vendas e lançamentos abaixos do esperado
Os lançamentos somaram R$ 2,43 bilhões no trimestre, com uma alta de 4% em relação ao ano anterior, mas 28% abaixo das projeções. As vendas, por sua vez, totalizaram R$ 2,53 bilhões, uma queda de 11% na comparação anual e 9% abaixo do previsto.
Para o o Itaú BBA, os números refletem um ritmo mais fraco de comercialização, especialmente no programa Minha Casa Minha Vida, principal estratégia de comercialização da companhia.
A MRV afirmou que terminou o período entre julho e outubro com 1.400 unidades não repassadas a mais que o segundo trimestre para a MRV Incorporação. Esse fator também afetou a geração de caixa e a venda líquida reportada.
“Se isso não tivesse ocorrido, as vendas do terceiro trimestre de 2025 seriam similares às do segundo trimestre de 2025”, acrescentou a companhia em comunicado.