Mas dois assuntos podem dar uma chacoalhada no mercado cripto ao longo do dia.
O primeiro é a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que será divulgada hoje. Em resumo, é um relatório detalhado sobre a última reunião de política monetária do país, em outubro, que pode trazer pistas sobre possíveis cortes de juros em dezembro.
As criptomoedas, assim como outros ativos de risco, costumam reagir bem a tesouradas nos juros, porque passam a ficar mais atrativas do que títulos de renda fixa. O contrário também é verdadeiro: quando as taxas sobem, os ativos de risco geralmente sofrem.
O segundo ponto que pode mexer com o mercado é o balanço da queridinha da inteligência artificial (IA), a Nvidia (NVDC34), que será divulgado nesta quarta após o fechamento das bolsas americanas.
Se os resultados vierem acima das expectativas, investidores podem voltar a buscar ações de tecnologia e outros ativos financeiros mais arriscados, incluindo criptos – que, na prática, vêm se comportando como parte desse mesmo bloco.
A expectativa é de que a receita do terceiro trimestre da big tech salte 56% em relação ao ano anterior, para US$ 54,9 bilhões, impulsionada principalmente pelas vendas de data centers. Analistas também projetam um lucro líquido de US$ 30,7 bilhões (US$ 1,26 por ação) e um lucro operacional de US$ 36,2 bilhões – alta de 56%.
“Os resultados da Nvidia se tornaram peça central do humor no setor de tecnologia e inteligência artificial. Se a empresa decepcionar, o efeito pode ser pesado para os mercados”, disse Paulo Aragão, host do Podcast Giro Bitcoin.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:
Bitcoin (BTC): +0,20%, US$ 91.036,30
Ethereum (ETH): +1,19%, US$ 3.030,50
XRP (XRP): -2,20%, US$ 2,13
BNB (BNB): +0,79%, US$ 921,47
Solana (SOL): +0,69%, US$ 138,51
Outros destaques do mercado cripto
Big Brother cripto. Alguns parlamentares não estão contentes com a regulamentação cripto do Banco Central, publicada há alguns dias. Nesta semana, um grupo de deputados federais protocolou um novo projeto (o segundo em menos de sete dias!) para tentar sustar as regras. Segundo eles, a autarquia quer criar um grande “Big Brother das criptomoedas”, acompanhando cada satoshi (a unidade básica do bitcoin, equivalente ao centavo no real) movimentado pelos usuários.
Brasileiro abraçou os ETFs de cripto. O apetite do brasileiro por criptomoedas só cresce. Uma prova disso é que dois ETFs (fundos negociados em bolsa) de ativos digitais – o HASH11 e o ETHE11 – estão na seleta lista dos 10 mais negociados da bolsa de valores há três meses. Eles dividem espaço com gigantes como o BOVA11, o ETF mais popular da B3, lançado lá em 2008.
Fundo cripto da BlackRock sangra. Enquanto os ETFs locais colhem bons números, os equivalentes nos EUA sofrem – principalmente o IBIT, da gigante de investimentos BlackRock. Ontem, o fundo registrou US$ 523,15 milhões em saídas, a maior retirada diária desde seu lançamento, em janeiro de 2024. A debandada veio junto com a queda do bitcoin, que na segunda-feira (17) chegou a cair abaixo dos US$ 90 mil pela primeira vez em sete meses.