A Petrobras demonstrou estar bastante otimista com os estudos efetuados sobre a Margem Equatorial após o aval do Ibama que liberou em maio as investigações antes de finalizar o processo de emissão de uma lcença pré-operacional. As avaliações preliminares nessa nova fronteira de exploração de óleo e gás apontam que os blocos apresentam “muita semelhança” com reservatórios de sucesso presentes em áreas vizinhas, como os da Venezuela e da Guiana, além de características comparáveis às do pré-sal brasileiro.

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2025, afirmou que os reservatórios têm características “que nós conhecemos muito bem”.

A parceria com a ExxonMobil foi apontada como estratégica pela executiva. A diretora ressaltou o histórico positivo recente da petroleira americana na Guiana. “É, sem dúvida alguma, o melhor operador para que a gente pudesse dividir, compartilhar riscos e conhecimento.”

A Margem Equatorial se localiza a algumas centenas de quilômetros na altura da Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. A Petrobras adquiriu 10 blocos dentro dessa nova fronteira no último leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e soma agora 16 ativos na região, a companhia aguarda a licença ambiental para iniciar os testes de produtividade.

A Petrobras encerrou o segundo trimestre de 2025 com um aumento de 5% na produção, que atingiu 2,3 milhões de barris por dia no primeiro semestre. A produção total chegou ao recorde de 4,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia, considerando petróleo e gás.

Segundo a CEO Magda Chambriard, a entrada antecipada de novas plataformas permitiu o aumento da produção.

O lucro líquido ajustado foi de US$ 4,1 bilhões ou R$ 26,7 bilhões, resultado 24,3% menor do que o registrado no trimestre anterior, mas superior ao do mesmo período do ano passado, quando a companhia registrou prejuízo de R$ 2,6 bilhões.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado alcançou US$ 10,2 bilhões, patamares semelhantes aos do trimestre anterior. O conselho da estatal aprovou a distribuição de US$ 1,6 bilhão ou R$ 8,7 bilhões em dividendos, equivalente a R$ 0,67 por ação.

Apesar do lucro, as ações da petroleira apresentam forte recuo nesta sexta-feira. Os investidores reagem sobretudo a uma expectativa frustrada com o nível de dividendos anunciado, abaixo do estimado. Os agentes do mercado esperavam um volume de cerca de US$ 2 bilhões.

A ação ordinária (ON) recuava 6,80% a R$ 33,19, enquanto a preferencial (PN) tinha queda de 5,10% cotada a R$ 30,87 às 15h15.