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Depois de atingir máximas históricas acima de US$ 125 mil em outubro de 2025, o bitcoin (BTC) perdeu fôlego nas últimas semanas e acumula uma queda superior a 20%, negociado em torno de US$ 100 mil. A correção despertou atenção entre analistas, especialmente porque os gráficos da criptomoeda apontam para a formação de uma “cruz da morte”, um dos sinais técnicos mais conhecidos de possível reversão de tendência.

Embora alguns especialistas vejam o movimento como parte natural da volatilidade do mercado, outros interpretam o padrão como um alerta de que a fase de alta pode estar perdendo força. Confira abaixo o que é a cruz da morte e por que esse sinal chama tanta atenção entre investidores.

O que é a cruz da morte?

O nome pode até parecer assustador, mas a tal cruz da morte (death cross, em inglês) é um termo usado na análise técnica para identificar um possível momento de virada nas tendências de preço de um ativo, como ações, moedas ou criptomoedas.

Ela acontece quando a linha que mostra o preço médio dos últimos 50 dias (uma espécie de termômetro de curto prazo) desce e cruza para baixo da linha que mostra o preço médio dos últimos 200 dias, que reflete o comportamento de longo prazo do mercado.

Em outras palavras: os preços mais recentes começam a ficar consistentemente menores do que a média de longo prazo, o que pode indicar que a tendência de alta perdeu força — e que uma fase de queda pode estar começando.

No caso do bitcoin, essa aproximação entre as médias já vem sendo observada, acendendo o sinal de alerta para uma possível mudança de direção.

Por que esse sinal chama atenção

A cruz da morte costuma indicar mudança de humor no mercado: o entusiasmo dá lugar à cautela. Quando o preço sobe por muito tempo, a média curta (50 dias) fica acima da longa (200 dias).

Mas, se as quedas se acumulam, a média curta desce e, ao cruzar a longa, forma a cruz da morte.

Apesar do nome, isso não significa necessariamente que o ativo vai despencar. A cruz é apenas um sinal de alerta, não uma previsão certeira. Muitos especialistas lembram que ela é um indicador atrasado, ou seja, o ativo normalmente já vinha caindo antes do cruzamento.

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Momentos históricos da cruz da morte no mundo

Crise de 2008 – S&P 500 (EUA)

Durante a crise financeira global, o principal índice da bolsa americana, o S&P 500, formou a cruz da morte antes de uma das maiores quedas da história. Foi um dos casos mais emblemáticos desse padrão.

Pandemia de 2020 – Bitcoin e bolsas mundiais

Quando o mercado despencou com a chegada da covid-19, várias bolsas — e o próprio bitcoin — apresentaram o cruzamento. Apesar disso, pouco tempo depois vieram fortes recuperações, mostrando que o sinal nem sempre antecipa longas quedas.

Abril de 2025 – Apple e S&P 500

Mais recentemente, o S&P 500 e ações de gigantes como a Apple voltaram a exibir o padrão, em meio a preocupações com juros altos e desaceleração econômica. Analistas apontaram o sinal como reflexo do enfraquecimento da tendência de alta.

Brasil

O padrão também já apareceu por aqui, em momentos de instabilidade do mercado:

Assim como lá fora, no Brasil o sinal costuma gerar alerta de cautela, mas nem sempre se confirma em uma tendência longa de baixa.

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E o que o investidor deve fazer?

Ver uma “cruz da morte” no gráfico não é motivo para pânico. Esse tipo de sinal deve ser analisado junto a outros fatores, como volume de negociação, indicadores de força e contexto econômico. Em resumo, a cruz da morte é apenas um sinal entre vários e ganha significado quando interpretada dentro de um cenário mais amplo.