Newsletter

PGBL e VGBL: novas regras alteram tributação e planejamento para 2026

PGBL segue como alternativa para pagar menos IR em 2026; novas regras da previdência privada mudam estratégia de investidores

Publicidade

Ainda dá tempo — e continua valendo a pena — usar o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) para reduzir o Imposto de Renda a ser pago em 2026. Quem declara pelo modelo completo pode abater até 12% da renda tributável anual em contribuições ao plano, o que diminui a base de cálculo do Imposto de Renda e pode aumentar a restituição. Mas esse tradicional benefício fiscal chega ao próximo ano acompanhado de mudanças importantes nos planos de previdência privada, especialmente no VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).

Nos últimos meses, mudanças regulatórias começaram a alterar o planejamento de longo prazo dos investidores. A mais relevante decorre da Lei 14.803, sancionada em 2024, que passou a permitir a escolha entre o regime progressivo ou regressivo somente no momento do resgate ou do recebimento do benefício, e não mais na contratação do plano.

Embora a lei tenha sido aprovada em 2024, seus efeitos ganharam relevância agora, ao influenciar novas adesões e revisões de estratégias já existentes. A mudança reduz o risco de uma decisão tributária definitiva tomada muitos anos antes da aposentadoria.

Incidência de IOF no VGBL

Outra mudança relevante ocorreu no VGBL: a edição do Decreto nº 12.499, de 11 de junho de 2025, incluiu a incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 5% sobre aportes elevados nesses planos. A norma busca conter a migração de grandes volumes para o VGBL e atinge sobretudo aportes concentrados de investidores de alta renda. A cobrança não afeta o PGBL.

Regras da cobrança de IOF no VGBL

De 11/06/2025 a 31/12/2025: o IOF de 5% incide apenas sobre a parcela de aportes que exceder R$ 300 mil por CPF na mesma seguradora no período.

A partir de 1º/01/2026: o IOF de 5% incidirá sobre aportes que, somados ao longo do ano em todas as seguradoras de um mesmo CPF, ultrapassarem R$ 600 mil. Em ambos os casos, a alíquota recai apenas sobre o valor excedente.

O decreto teve suspensão judicial temporária em junho/julho de 2025, mas suas regras foram parcialmente restabelecidas por decisão do STF; não houve cobrança retroativa durante o período de suspensão.

PGBL x VGBL: o que muda na prática

Com as mudanças recentes na previdência privada, o planejamento passa a depender ainda mais do perfil e dos objetivos do investidor:

  • PGBL segue vantajoso para quem faz declaração completa e quer reduzir impostos agora, lembrando que o IR incide sobre o valor total resgatado ou convertido em renda.
  • VGBL, tradicionalmente procurado por quem utiliza declaração simplificada ou já atingiu o teto de dedução do PGBL, preserva a tributação apenas sobre rendimentos; porém, fica menos competitivo para aportes elevados devido ao IOF.
  • A escolha posterior do regime tributário possibilita ajustes futuros, considerando renda, expectativa de aposentadoria e tempo de acumulação, aumentando a eficiência financeira dos planos.
Publicidade

O que fazer ainda em 2025 para pagar menos IR com o PGBL

Para quem declara o IR pelo modelo completo, ainda há uma janela de planejamento tributário em 2025. As contribuições ao PGBL feitas até 31 de dezembro podem ser usadas para reduzir o imposto a pagar em 2026, desde que respeitado o limite de 12% da renda tributável anual.

Na prática, quem recebeu salário, bônus, participação nos lucros (PLR tributada), honorários ou rendimentos de trabalho autônomo pode usar o PGBL como ferramenta de abatimento. Quanto maior a alíquota efetiva do contribuinte, maior o impacto do benefício:

  • Contribuintes na faixa de 27,5% tendem a ter a maior economia, já que cada R$ 1 mil aportados pode reduzir em até R$ 275 o imposto devido;
  • Quem teve rendimentos variáveis ao longo do ano — como comissões, trabalhos extras ou oscilações de renda — também pode usar aportes de fim de ano para minimizar a tributação;
  • Quem não atingiu o teto de 12% ainda pode complementar aportes, inclusive em uma única contribuição grande no fim do ano, para maximizar o benefício fiscal.

O investimento não elimina a cobrança futura de imposto (já que o PGBL tributa o valor total resgatado), mas funciona como uma espécie de “empréstimo sem juros” do governo. Em resumo: você paga menos IR agora, deixa o dinheiro render por anos e só depois recolhe o imposto quando resgatar ou converter em renda.

O que considerar para 2026

Para quem busca diminuir o imposto a pagar, o PGBL continua sendo o único instrumento de previdência com impacto direto na declaração de IR. Já para quem prioriza sucessão ou acumulação com liquidez, o VGBL segue relevante, desde que os aportes permaneçam abaixo do limite sujeito ao IOF.

O novo conjunto de regras não reduz a importância da previdência privada, mas exige mais estratégia: o investidor precisa equilibrar benefícios fiscais, metas de longo prazo e custos associados a cada modalidade.

Exit mobile version