A China comprou 10 carregamentos de soja da Argentina, aproveitando uma pausa temporária nas taxas de exportação do país. O objetivo da China é aumentar os estoques em meio à guerra comercial com os EUA.

Os importadores arremataram os carregamentos para embarque em novembro, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Isso amplia a onda de compras motivada pela suspensão de impostos de exportação de culturas importantes, incluindo a soja.

Em um sinal de que Pequim está mais uma vez usando a agricultura como alavanca em sua disputa comercial com Washington, a China não havia reservado um único carregamento dos EUA até 11 de setembro, quase duas semanas após o início da nova temporada de comercialização. A primeira vez remonta a 1999, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

Mais carregamentos da Argentina aliviarão quaisquer potenciais déficits que a China possa enfrentar no final deste ano e no primeiro trimestre de 2026, um período em que o país asiático normalmente depende de embarques dos EUA, que dominam o mercado.

Embarques de soja

Os embarques argentinos registrados esta semana totalizam pelo menos 20 cargas, ou mais de 1,3 milhão de toneladas, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas por não estarem autorizadas a falar com a imprensa.

Importadores chineses devem continuar a reservar navios da Argentina enquanto a redução surpresa nas taxas de exportação permanecer em vigor.

A notícia das transações — surgindo em um momento em que os EUA preparam um pacote de ajuda de US$ 20 bilhões para a Argentina — levou a Associação Americana de Soja, um grupo do setor, a pedir ao governo Trump que “priorize a obtenção de um acordo imediato sobre soja com a China”.

“Os agricultores americanos não podem mais esperar e ter esperanças”, informou o presidente da ASA, Caleb Ragland, em um comunicado.

Tarifas retaliatórias da China permitiram que Brasil e Argentina conquistassem mercado “às custas diretas dos agricultores americanos”, disse ele. “A economia agrícola está sofrendo enquanto nossos concorrentes suplantam os Estados Unidos no maior mercado de importação de soja do mundo.”