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Além da Muralha: chinesas BYD, Chery e GAC lideram expansão internacional de novas fábricas de carros

Montadoras usam estratégia de produzir fora da China para driblar tarifas

Funcionários montam carros da linha de veículos "Família" da Mazda no Grupo Haima Automobile Co., Ltd. da China First Automobile Works (FAW), em 6 de abril de 2005, em Haikou, província de Hainan, China.
Funcionários montam carros da linha de veículos “Família” da Mazda no Grupo Haima Automobile Co., Ltd. da China First Automobile Works (FAW), em 6 de abril de 2005, em Haikou, província de Hainan, China. Foto: China Photos/Getty Images

As montadoras de carros chinesas podem mais do que dobrar sua capacidade de fabricação no exterior para compensar as tarifas de importação e atender à demanda crescente nos mercados emergentes, segundo a BloombergNEF.

As exportações e a montagem “knockdown” – em que as principais peças dos carros são fabricadas na China e depois enviadas para o exterior para serem montadas – têm sido tradicionalmente a abordagem preferida dos fabricantes chineses para explorar os mercados estrangeiros. Porém, à medida que jurisdições como os Estados Unidos, a União Europeia e a Turquia impõem tarifas, os investimentos chineses na fabricação completa estão crescendo.

“À medida que o mercado de veículos elétricos na China se satura, o aumento da concorrência interna e o excesso de capacidade estão empurrando as marcas chinesas de EV para o exterior em busca de novos mercados em crescimento”, aponta o relatório da BNEF.

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Em 2023, as montadoras chinesas já haviam construído e colocado em funcionamento fábricas, capazes de realizar o processo completo de fabricação, em nove países, com uma capacidade produtiva anual de 1,2 milhão de veículos. Até 2026, este valor deve mais que dobrar – para 2,7 milhões de unidades, em mais de uma dúzia de países – se os anúncios da empresa forem entregues no prazo, disse a BNEF.

O processo completo de fabricação envolve as quatro principais etapas da produção de automóveis: estampagem, soldagem, pintura e montagem final. É um processo de capital intensivo, mas tem alta capacidade de produção em comparação com a montagem desmontável.

A BYD, a marca de automóveis mais vendida da China, juntamente com os fabricantes estatais, Chery Automobile, Changan, GAC Auto e SAIC Motor, haviam anunciado até o fim de agosto deste ano dez projetos novos ou de expansão para suas fábricas no exterior. Os locais mais procurados incluem Tailândia, Indonésia e Brasil.

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As montadoras chinesas também estão se expandindo para outros países do Sudeste Asiático, Ásia Central, América Latina e Oriente Médio com projetos de exportação e produção local.

A BYD e a Volvo, que é controlada pela montadora chinesa Zhejiang Geely Holding Group, estão impulsionando a expansão da capacidade na Europa. A BYD está construindo uma fábrica na Hungria e anunciou planos para outra na Turquia, o que lhe garantiria acesso ao mercado da União Europeia. A Polônia, que tem acordos com fornecedores chineses de baterias, está se tornando popular entre os fabricantes chineses de veículos elétricos. E Espanha e Itália também buscam investimentos. Já a Geely, a Dongfeng Motor e a Xpeng procuram parceiros locais para construir uma fábrica na região.

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Em comparação, o crescimento da montagem “knock-down” no exterior é mais lento. A capacidade total intalada para fábricas do tipo que sejam desenvolvidas por fabricantes chineses e seus parceiros estrangeiros deve aumentar para 2,8 milhões de unidades até 2026, de 2,2 milhões de veículos em 2023.

O aumento dos investimentos em automóveis no exterior levanta preocupações em Pequim. Em julho, o Ministério do Comércio chinês disse às montadoras que elas deveriam proteger o conhecimento tecnológico de veículos elétricos e priorizar a exportação do modelo “knock-down”, bem como ter cuidado ao investir em países com riscos geopolíticos, como Turquia e Índia.

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