A Amazon está planejando cortar até 30 mil empregos corporativos a partir de terça-feira (28), enquanto a empresa trabalha para reduzir despesas e compensar contrações ocorridas no pico de demanda gerada pela pandemia, de acordo com três fontes familiarizadas com o assunto.

O número representa uma pequena porcentagem do total de 1,55 milhão de trabalhadores da Amazon, mas quase 10% dos cerca de 350 mil funcionários administrativos da empresa.

Isso representa o maior processo de demissão na Amazon desde que cerca de 27 mil pessoas foram dispensadas da empresa no final de 2022.

O porta-voz da Amazon não comentou o assunto.

A informação, antecipada pela Reuters, acontece três dias antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre da Amazon, que será nesta quinta-feira (30).

Segundo a Bloomberg, entre 2022 e início de 2023, o CEO Andy Jassy buscava cortar custos após a rápida expansão da empresa durante a pandemia. De lá pra cá, houve um fluxo constante de cortes, porém mais modestos.

A Amazon não respondeu imediatamente a um pedido de entrevista.

Mais IA, mais demissões na Amazon

Em junho, Jassy sinalizou que a força de trabalho da Amazon provavelmente diminuiria à medida que a empresa aumentasse o uso de inteligência artificial para concluir tarefas normalmente realizadas por pessoas.

O comentário gerou pânico entre os trabalhadores, que vasculharam salas de bate-papo anônimas online em busca de informações sobre possíveis cortes de empregos, que muitas vezes vazam.

“Precisaremos de menos pessoas realizando algumas das tarefas que estão sendo realizadas hoje e de mais pessoas realizando outros tipos de trabalho”, escreveu Jassy em um memorando aos funcionários. “É difícil saber exatamente onde isso se refletirá ao longo do tempo, mas, nos próximos anos, esperamos que isso reduza nossa força de trabalho corporativa total, à medida que obtivermos ganhos de eficiência com o uso extensivo de IA em toda a empresa.”

A empresa também ordenou que alguns funcionários administrativos se aproximassem de seus gerentes e equipes.

Os trabalhadores foram orientados a se mudar para cidades como Seattle; Arlington, Virgínia; e Washington, D.C., o que, em alguns casos, exigiria que se mudassem para o outro lado do país, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação.