A iniciativa vale até 3 de dezembro, com possibilidade de prorrogação por dois meses caso os vendedores também aumentem gastos com publicidade e adesão ao fulfillment.
Segundo o Itaú BBA, o movimento “representa uma das manobras mais agressivas da Amazon até hoje, destacando sua determinação em ganhar escala significativa no Brasil e disputar de igual para igual com o MELI e a Shopee.” Dias antes, a Bloomberg noticiou que a Amazon tinha investido US$ 25 milhões na plataforma de delivery Rappi, o que sugere o interesse em ampliar sua presença na última milha.
Para o banco, a competição no e-commerce brasileiro está chegando ao ponto mais implacável. Com penetração online ainda baixa — cerca de 14% a 15% das vendas totais — há espaço para o crescimento de Amazon, Mercado Livre e Shopee, mas a consequência deve ser pressão sobre as margens: “o que parece incontestável é que a lucratividade marginal tende a cair conforme as pressões competitivas aumentam”
A estratégia da Amazon se apoia em três pilares: sortimento, velocidade e preços. A companhia ainda é considerada frágil em variedade de produtos e base de sellers, por isso o incentivo para que vendedores armazenem estoques em seus centros de distribuição. Ao mesmo tempo, investe para reduzir o tempo de entrega e aproximar sua operação da capilaridade do Mercado Livre.
Fontes do setor citadas pelo Itaú BBA indicam que a Amazon está disposta a investir até US$ 25 bilhões no Brasil nos próximos 3 a 5 anos em investimentos. No quesito preços, a empresa tem adotado postura mais agressiva, igualando rivais em diversas categorias e ampliando o uso de cupons direcionados.
O Mercado Livre, que tem operação no país cerca de três vezes maior que a da Amazon, já havia anunciado mudanças em sua política de frete grátis para pedidos mínimos de R$ 19 em junho, numa resposta a essa disputa do e-commerce.
Agora, o Itaú BBA avalia que a empresa pode ser forçada a espelhar as condições mais recentes da rival, sacrificando margens de curto prazo para defender sua liderança.