A venda da Natural da Terra representa um compromisso da Americanas com seus credores, figurando como um dos itens centrais do seu plano de recuperação judicial. Contudo, diante da crise enfrentada pela empresa desde a descoberta da fraude contábil, a avaliação é de que as ofertas anteriores não eram satisfatórias.
Em outras palavras, a empresa não deseja vender sua rede de hortifrutis na “xepa”.
A Natural da Terra foi comprada pela Americanas em 2021 por R$ 2,1 bilhões. No auge da crise, a varejista recebeu ofertas entre R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão pela rede de hortifrúti – e nenhum negócio saiu. Com mais de 70 lojas no Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santos, a rede faturou R$ 1,8 bilhão em 2023, de acordo com dados mais recentes da empresa.
Caso a Americanas não consiga executar a venda, os ativos permanecem no grupo. Mas, se a companhia deixar de cumprir as obrigações previstas para suas debêntures, os credores podem executar as garantias para uma venda futura do ativo.
Como estratégia para viabilizar a transação, a Americanas optou por dividir as operações da rede entre São Paulo e Rio de Janeiro, permitindo assim a venda dos negócios separadamente ou em conjunto.
Além da Natural da Terra, outro ativo listado para venda é a Uni.co, dona das marcas Pucket e Imaginarium, que também permanece sem avanços significativos no processo.
Procurada pelo InvestNews, a Americanas não comentou. A companhia divulga seu balanço do segundo trimestre nesta terça-feira (12).
