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Americanas avalia pedir R$ 1 bilhão em financiamento a juízo da recuperação

A varejista diz que financiamento ajuda a companhia a manter seus negócios e reforçar liquidez.

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A Americanas (AMER3) informou na noite de terça-feira (31) que avalia pedir à Justiça do Rio de Janeiro financiamento “extraconcursal na modalidade debtor-in-possession” de pelo menos R$ 1 bilhão, que pode vir a ser subscrito pelos acionistas de referência da empresa, segundo fato relevante ao mercado.

“O financiamento DIP visa ajudar a companhia a manter o curso normal de seus negócios e reforçar sua liquidez”, afirmou a varejista.

Os acionistas de referência da Americanas são o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles. A Americanas afirmou que o financiamento poderá ser “eventualmente” substituído por outro mecanismo de crédito conversível em ações da companhia, “e que assegurará o direito de preferência de todos os acionistas”.

“Caso aprovado, o financiamento, em conjunto com outras fontes de liquidez sendo exploradas pela companhia, incluindo a liberação de valores retidos por determinados credores, permitirá manter os investimentos em capital de giro e financiar obrigações não concursais, incluindo pagamento a fornecedores e parceiros”, acrescentou a Americanas.

Segundo a empresa, o financiamento poderá contar com participação de credores e não contará com garantias. A remuneração será equivalente ao custo médio cobrado da empresa antes do pedido de recuperação judicial em janeiro, de cerca de 128% do CDI.

Relembre o caso Americanas

No dia 11 de janeiro, a Americanas anunciou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, o que resultou na renúncia dos então CEO e CFO da empresa, Sergio Rial.

Dois dias depois, credores pediram o vencimento antecipado das dívidas da companhia e notícias indicaram que os acionistas de referência propuseram um aumento de capital de R$ 6 bilhões, enquanto bancos credores exigiram um mínimo de R$ 10 bilhões. Na mesma data, a companhia conseguiu uma tutela de urgência na Justiça, suspendendo por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas e quaisquer obrigações.

Posteriormente, o BTG Pacutal realizou um pedido para derrubar a medida, que foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Veja a lista completa de credores da Americanas.

Em meio aos desdobramentos, a companhia teve sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco. No dia 19 de janeiro, a Americanas divulgou um comunicado informando que entrou com o pedido de recuperação judicial, que foi aceito pela Justiça horas depois. A varejista informou uma dívida junto aos credores que soma R$ 43 bilhões.

Após a notícia, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência, incluindo o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a criação de uma força-tarefa com várias superintendências para analisar o caso. O órgão disse que buscava cooperação com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

O bloqueio de valores a pedido do BTG foi derrubado em decisão judicial dias após o pedido de recuperação judicial ter sido aceito pela Justiça.

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