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A Americanas e a Magazine Luiza anunciaram nesta terça-feira (18) uma parceria estratégica em comércio eletrônico, que começa com a primeira vendendo produtos na plataforma digital da segunda, reforçando competição contra grupos como Mercado Livre e Shoppe.

Depois de iniciar uma parceria com a chinesa Aliexpress em meados do ano passado, o Magazine Luiza afirmou que a partir desta terça-feira vai disponibilizar produtos vendidos pela Americanas em seu marketplace e que deverá fazer o mesmo na plataforma da Americanas nas próximas semanas.

“A parceria combina um mix complementar e sinérgico de produtos”, afirmaram as empresas em comunicado à imprensa. Em meio a um processo de recuperação judicial, a Americanas mudou seu foco e passou a se dedicar a categorias de preços mais baixos, como bomboniere, alimentos, limpeza, higiene pessoal e utilidades domésticas.

Enquanto isso, o Magazine Luiza afirma “liderar o mercado em linha branca, áudio e vídeo, telefonia, móveis e portáteis”.

No momento, estarão disponíveis para venda na plataforma digital do Magazine Luiza produtos de 50 lojas físicas da Americanas, localizadas em 15 capitais brasileiras. Enquanto isso, o Magazine Luiza passará a oferecer produtos próprios no site da Americanas.

“O projeto terá início com um grupo piloto de lojas físicas, mas a expectativa é de rápida expansão”, afirmaram as empresas.

Segundo as companhias, até dezembro, o objetivo da parceria é integrar todas as lojas da Americanas com serviço de entrega a partir dos pontos de venda física.

A visão do e-commerce

O anúncio da parceria entre Americanas e Magazine Luiza está alinhado à nova estratégia da Americanas, que vem reduzindo sua exposição ao comércio eletrônico para focar na operação física. Em entrevista à InvestNews, a companhia explicou que a decisão de despriorizar o e-commerce já vinha sendo executada há meses.

No terceiro trimestre, o GMV da operação digital despencou 74,6% em relação ao mesmo período de 2024, para R$ 167 milhões — reflexo direto desse reposicionamento. Empossado em outubro como diretor-presidente, Fernando Soares afirma que, daqui para frente, o papel do digital será complementar as vendas das lojas físicas.

Segundo ele, a empresa reduziu significativamente o número de sellers no marketplace, abrindo espaço para que players como Amazon, Magalu e Mercado Livre liderem o ambiente online. “É uma escolha difícil, mas entendemos que é a decisão correta para a companhia. Não vemos mais o digital da forma como era antes”, diz.

Camille Faria, diretora financeira da Americanas, disse que a empresa havia encerrado o modelo 1P — no qual a Americanas vende produtos de estoque próprio —, mas ainda mantinha um 3P robusto, baseado em sellers independentes no marketplace. “Essa redução estava no desenho estratégico que agora está sendo implementado”, afirma.