As autorizações concedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para usinas hidrelétricas interessadas em disputar o leilão de reserva de capacidade para o sistema elétrico brasileiro já somam mais de 5 gigawatts (GW), conforme levantamento da Reuters com base em divulgações feitas pelo órgão regulador.
Essas habilitações são um passo necessário para que os empreendimentos possam participar do certame marcado para junho. O leilão representa a primeira grande oportunidade em vários anos para crescimento da fonte hidrelétrica no Brasil, por meio da instalação de novas máquinas nas usinas e utilizando estruturas e reservatórios já instalados.
Ao todo, a Aneel já emitiu autorizações a 12 projetos de expansão hidrelétrica, somando 5.295,8 MW, espalhados nos Estados do Amapá, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
As expansões autorizadas pela Aneel, se totalmente contratadas no leilão, representam quase metade do crescimento da capacidade da matriz elétrica brasileira existente em 2024, segundo dados da agência.
A lista de autorizações inclui grandes hidrelétricas das empresas Eletrobras, Engie, Auren, Cemig, Copel, Neoenergia, Light, Enel Green Power, CSN e da chinesa SPIC.
Nesta quinta-feira, a Engie Brasil Energia recebeu autorização para ampliar a usina Salto Santiago (PR) em 710 MW, conforme despacho no Diário Oficial da União.
Também foram publicadas, desde o início do ano, habilitações para aumentos de capacidade nas usinas de Três Marias, da Cemig, em 160 MW; São Simão, da SPIC, em 310 MW; e Fontes Nova, da Light, em 160 MW; e Porto Primavera, da Auren, em 440 MW.
Já no ano passado, a Aneel deu aval a ampliações nas hidrelétricas Coaracy Nunes e Itaparica, da Eletrobras, em 220 MW e 986,4 MW, respectivamente; Foz do Areia e Segredo, da Copel, em 860,4 MW e 1.260 MW, nessa ordem; Itapebi, da Neoenergia, em 30 MW; Cachoeira Dourada, da Enel Green Power, em 98 MW; e Jacuí, da CSN, em 43 MW.
Esses projetos, que também terão que se cadastrar na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até 14 de fevereiro, deverão disputar entre si contratos de potência por 15 anos, com suprimento a partir de 2030.
O leilão de reserva de capacidade será o segundo do tipo a ser realizado no Brasil e visa aumentar a confiabilidade e segurança do sistema elétrico brasileiro, colocando mais usinas flexíveis para operar e que possam fazer frente à variabilidade da geração das fontes renováveis solar e eólica ao longo do dia.
O certame também negociará contratos para usinas termelétricas, em oportunidade de negócios para empreendimentos existentes e novos de grandes geradoras do segmento, como Petrobras, Eneva e Âmbar Energia, da holding J&F.
(Por Letícia Fucuchima)