A empresa informou aos parceiros no Centro Australiano de Energia Renovável que planeja deixar o projeto como operadora e acionista, de acordo com um comunicado de um porta-voz da BP.
Este é o mais recente revés para o hidrogênio verde, um combustível antes apontado como uma forma fundamental para as grandes petrolíferas lucrarem com a transição energética, mas que até agora se mostrou muito caro para produção e consumo em massa.
A entrada da BP no projeto — estimado em cerca de US$ 36 bilhões — ocorreu em um momento em que a empresa buscava expandir rapidamente seus negócios em energia de baixo carbono e reduzir seus negócios com petróleo.
Mas, após anos de desempenho inferior ao de seus pares e a saída do arquiteto do plano — o CEO Bernard Looney — a BP refinou sua estratégia para se concentrar mais diretamente nos lucros do que em metas sustentáveis.
A empresa está longe de ser a única a abandonar suas ambições de hidrogênio verde. Dezenas de empresas que antes viam o combustível como a próxima grande tendência em energia reduziram seus planos, já que a expectativa de redução de custos não se concretizou.
Também nesta quinta-feira (24), a Fortescue anunciou que abandonaria os planos para um Projeto de Hidrogênio no Arizona, nos EUA, de US$ 550 milhões, e um Projeto PEM50, de US$ 150 milhões, em Gladstone, Austrália — resultando em uma baixa contábil antes dos impostos de US$ 150 milhões.
Hidrogênio verde
O hidrogênio verde é produzido pela divisão das moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, utilizando eletricidade. Isso significa que as reduções de custo são limitadas pelo baixo custo de produção de energia.
O Centro Australiano de Energia Renovável pretende instalar 26 gigawatts de capacidade solar e eólica em uma vasta área de 6.500 quilômetros quadrados (2.500 milhas quadradas) na região de Pilbara, na Austrália Ocidental, uma área maior que Delaware.
A notícia da decisão da BP foi divulgada pelo jornal Australian Financial Review.