A construtora BR Properties (BRPR3) informou na noite desta terça-feira (03) que seu conselho de administração aprovou a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para o dia 24 de janeiro de 2023. O objetivo do encontro é votar a redução de seu capital no mercado financeiro e o grupamento de ações na proporção de 40 para 1. Atualmente a ação da empresa é negociada na casa dos R$ 6.
A companhia disse que a redução do capital social, no valor total de R$ 2,510 bilhões, ocorrerá por considerá-la “excessivo”.
A operação ocorrerá mediante restituição aos acionistas, que vão receber uma parcela em dinheiro no valor total de R$ 1,276 bilhão e uma parcela em cotas do fundo de investimento imobiliário (FII) BRPR Corporate Offices Fundo de Investimento no valor total de R$1,234 bilhão.
Em comunicado, a companhia informou que após as vendas das torres comerciais para a Brookfield por R$ 5,92 bilhões – anuncio feito em maio do ano passado – seguidas da amortização das emissões de dívida existente e da redução de capital no valor de R$ 1,125 bilhão, passou a analisar de que forma usaria os recursos provenientes do recebimento da parcela a prazo do preço de venda dos imóveis.
“Considerando que os cenários macroeconômicos local e estrangeiro continuam desafiadores e que a companhia não vislumbra novos investimentos no curto prazo que consigam gerar retornos atraentes, a companhia decidiu propor a redução de capital 2023 aos acionistas, de modo que possam rentabilizar melhor o seu capital investido, tanto em relação à liquidez a ser gerada pelo recebimento da parcela a prazo das operações em julho de 2023, quanto ao portfolio remanescente de torres comerciais da companhia”, escreveu a empresa.
Financiamento com o BTG
A construtora também informou que, para viabilizar o pagamento da parcela em dinheiro referente à redução de capital 2023, firmou um termo de compromisso com o Banco BTG Pactual, que garantiu à companhia uma linha de financiamento no montante de R$ 1,330 bilhão para antecipação de parte da parcela com vencimento em julho de 2023.
A companhia também estruturou o FII com o objetivo de transferir para o fundo os imóveis do seu portfólio de torres comerciais e entregar as respectivas cotas aos acionistas da companhia.
As cotas do FII serão registradas para negociação no mercado secundário na B3 e, uma vez admitidas à negociação, serão negociadas sob o ticker BROF11.
Caso a redução de capital e o grupamento sejam aprovados, os acionistas da companhia receberão cotas do FII na relação de uma cota para cada ação que for de sua titularidade.
A proporção de 1 para 1, segundo a Properties, foi estabelecida considerando que o grupamento de ações, que passará por analise na AGE, seja concluído antes da efetivação da redução do capital e da entrega das cotas do FII.
Além disso, a redução, se aprovada, somente se tornará eficaz 60 dias após a publicação da ata da AGE. A companhia disse que irá informar aos acionistas os procedimentos a serem adotados, o montante exato a ser restituído por ação e as datas de pagamento.
Por que o grupamento?
Segundo a BR Properties, o grupamento tem o objetivo de reduzir a volatilidade das ações e conferir “melhor patamar para a cotação das ações considerando a efetivação da redução do capital”.
Além disso, depois de aprovado o grupamento, será aberto prazo de 30 dias para
o ajuste livre de posições dos investidores. Além disso, eventuais frações de ações resultantes serão agrupadas e vendidas em leilão na B3, para posterior rateio do produto da venda entre os titulares das frações.
Dessa forma, o grupamento, disse a empresa, será concluído antes do prazo de 60 dias para oposição de credores da redução de capital e a restituição de capital será entregue aos acionistas considerando sua posição acionária após o grupamento.
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