Segundo a Braskem, o objetivo é “explorar alternativas econômicas e financeiras para preservar a saúde financeira do negócio, em meio a um cenário macro adverso”. A empresa atribui a decisão à queda na demanda e ao aumento do custo de matérias-primas. Atualmente, a subsidiária está com uma alavancagem de 10,2 vezes a dívida líquida pelo Ebitda, um patamar extremamente elevado.
A reestruturação ocorre em um momento de pressão global sobre a indústria petroquímica — especialmente no México, onde o histórico da Braskem Idesa é marcado por instabilidades contratuais e geopolíticas. A joint venture com o Grupo Idesa opera um megacomplexo petroquímico em Veracruz, com capacidade para 1 milhão de toneladas anuais de polietileno. A planta depende do fornecimento de etano pela estatal Pemex, cuja produção tem oscilado nos últimos anos.
A Braskem Idesa é também uma das unidades mais alavancadas do grupo. A dívida líquida da unidade — originalmente estruturada com garantias do BNDES e de bancos multilaterais — soma hoje cerca de US$ 2,1 bilhões, o equivalente a quase 30% da dívida bruta consolidada da companhia.
Mesmo com lucro operacional (Ebitda) positivo, a unidade mexicana ainda enfrenta dificuldades para gerar caixa suficiente e amortizar o passivo de forma relevante.
O movimento ocorre em paralelo à incerteza sobre o futuro controle da Braskem no Brasil, com a gestora IG4 e o empresário Nelson Tanure disputando o comando da companhia.