O CEO da Coca-Cola, James Quincey, se manifestou nesta terça-feira (11) sobre as tarifas impostas sobre o alumínio e afirmou que pode elevar o preço do refrigerante.

A declaração de Quincey foi dada durante a conferência de resultados para apresentar os números do quarto trimestre de 2024.

Segundo ele, a empresa de bebidas está buscando maneiras de mitigar possíveis aumentos de preços, analisando formas de reduzir o uso de alumínio e buscando fontes alternativas do material.

Ele destacou ainda que a Coca-Cola possui programas de proteção financeira de longo prazo; significa que qualquer impacto não seria sentido “imediatamente no primeiro dia”.

A Coca-Cola importa alumínio do Canadá para as latas de refrigerante vendidas nos Estados Unidos, revelou Quincey. Na segunda-feira, o presidente Trump, fã de Coca Diet, anunciou a imposição de uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio.

Quincey destacou que a empresa tem alternativas, como trocar o uso do alumínio por outras embalagens, dependendo do cenário que vai se desenrolar.

James Quincey, presidente do conselho e CEO da Coca-Cola, defendeu que a empresa tem formas de se proteger de um eventual salto no preço do alumínio diante dos novos direcionamentos comerciais do governo dos Estados Unidos. Nessa semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ações que impõem tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio e cancelou as isenções de cotas livres de impostos para fornecedores como México e Brasil.

“É um problema possível de se administrar no mercado. Não podemos concluir que isso é uma grande mudança. É um custo que vamos ter de administrar. Seria melhor não ter”, disse o executivo.

O setor automobilístico também vai enfrentar entrar nessa guerra tarifária. Segundo o CEO da Ford Motor, Jim Farley, a imposição dessas tarifas, cujo prazo foi adiado por Trump na semana passada, teria um efeito “devastador” para os fabricantes de automóveis dos EUA.

Além disso, de acordo com o executivo, a medida beneficiaria concorrentes asiáticos e europeus que não enfrentariam as mesmas taxas sobre veículos importados de suas regiões de origem.

“O presidente Trump tem falado muito sobre fortalecer a indústria automotiva dos EUA e trazer mais produção para o país”, disse Farley durante uma conferência do setor organizada pela Wolfe Research, em Nova York. “Até agora, o que estamos vendo é muito custo e muita confusão.”

Farley tem sido um dos líderes mais incisivos da indústria automobilística americana ao criticar os impactos de tarifas elevadas. De acordo com a consultoria AlixPartners, essas tarifas poderiam adicionar US$ 60 bilhões em custos ao setor, sendo que grande parte desse aumento seria repassada aos consumidores. Analistas da Wolfe Research estimam que o preço de um veículo novo poderia subir cerca de US$ 3.000.

“Sendo bem realista, no longo prazo, uma tarifa de 25% sobre importações do México e do Canadá causaria um impacto na indústria automobilística americana que nunca vimos antes”, alertou Farley.

*Com informações da Bloomberg e The Wall Street Journal.