Um estaleiro sul-coreano planeja construir o primeiro navio de transporte de gás natural liquefeito (GNL) construído nos EUA, seguindo recomendações abrangentes da agência de comércio dos EUA que tributaria os navios fabricados na China e visaria reforçar o domínio da nação asiática na indústria.
A expansão da Hanwha Shipping ocorre depois que o Representante de Comércio dos EUA revelou, na última quinta-feira (17), uma proposta que importaria taxas sobre navios construídos na China nos portos dos EUA após um período de carência de seis meses. O plano também exige que os navios de transporte de GNL que exportam combustível dos EUA sejam registrados e construídos no país.
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De acordo com a proposta, até cinco a sete navios de transporte de GNL registrados nos EUA seriam necessários antes do final da década, diz Ryan Lynch, vice-presidente de transporte comercial da empresa. A Hanwha Ocean adquiriu o Philly Shipyard, com sede nos EUA, em junho de 2024.
A exigência do USTR (Agência de Comércio dos EUA) enfrenta enormes desafios, visto que não existe capacidade para construir navios de transporte de GNL nos EUA, e a maioria dos navios é construída na Coreia do Sul e no Japão, com alguns na China. Menos de 1% dos navios de transporte de GNL globais são atualmente registrados nos EUA, de acordo com um grupo internacional de importadores de GNL.
Um grupo comercial que representa empresas de GNL dos EUA está exortando a agência a lançar os navios de transporte de combustível, dizendo que a ação coloca em risco contratos de longo prazo, o que aumenta os custos para os compradores globais e ameaça a posição do país como o principal exportador de combustível.
“As restrições marítimas propostas — particularmente a exigência de transporte GNL dos EUA em navios construídos e registrados nos EUA — são simplesmente inviáveis”, disse Charlie Riedl, diretor executivo da organização comercial do Centro de GNL, em um comunicado. “Não existem tais navios atualmente, e construí-los levaria décadas, tornando o cumprimento impossível para a indústria.”
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