A Cosan vai fazer duas grandes ofertas de ações para levantar recursos e reduzir sua dívida.

Na primeira, a empresa pretende emitir 1,45 bilhão de papéis, podendo chegar a 1,81 bilhão, a um preço fixo de R$ 5 cada. Essa etapa já está garantida porque BTG Pactual, Perfin e a holding da família Ometto se comprometeram a comprar todo o lote, o que significa uma injeção de R$ 7,25 bilhões na companhia.

Metade das ações adquiridas por outros investidores não poderá ser vendida por dois anos, enquanto parte do que for comprado pelos investidores-âncora ficará bloqueado por até quatro anos.

Depois, virá uma segunda oferta, de até 550 milhões de ações, com prioridade para os atuais acionistas. O preço será o mesmo da primeira emissão e, nesse caso, não haverá restrição de venda. Caso o processo seja bem sucedido, a injeção de capital vai a R$ 10 bilhões.

Hoje, a Cosan é dividida em 1,87 bilhão de ações. A emissão nova pode chegar a 2 bilhões. Os acionistas atuais ficam, portanto, diluídos em 48%.

O dinheiro arrecadado nas duas ofertas será usado exclusivamente para pagar e renegociar dívidas, diminuindo a alavancagem da Cosan, que controla a Raízen, a Rumo Logística e a distribuidora de gás natural Compass, entre outras empresas. A companhia fechou o 2T25 com uma dívida líquida de R$ 17,5 bilhões: 3,4 vezes o lucro operacional – acima de 2x já não é algo considerado saudável.

Para estruturar a operação, será criada uma nova holding que reunirá os investidores e a família controladora, com direito a acordo de acionistas para alinhar governança e estratégia de longo prazo.

A operação ainda depende da aprovação em assembleia, que deve ser convocada nos próximos dias, e precisa estar concluída até 14 de novembro de 2025.