De um lado, a Cosan concluiu a primeira parte de seu aumento de capital, levantando R$ 9,06 bilhões, e abriu uma segunda oferta de R$ 1,44 bilhão, informando que os recursos “poderão ser utilizados para fortalecimento da estrutura de capital da companhia e de suas controladas e investidas, incluindo a Raízen S.A.”, conforme informações do fato relevante da companhia.
É a primeira vez que a holding, agora controlada por Rubens Ometto e André Esteves, menciona explicitamente a joint venture como potencial destinatária do caixa — uma guinada em relação a setembro, quando afirmava que o dinheiro não seria usado para capitalizar a empresa de combustíveis.
Do outro lado, a Shell contratou o banco Lazard para estruturar uma capitalização da Raízen sem alterar o controle compartilhado. Segundo o Valor Econômico, a britânica estaria disposta a aportar até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões), mas tenta atrair outros investidores para dividir o investimento.
Os dois movimentos — separados no papel, mas complementares na prática — indicam uma estratégia coordenada entre as sócias para aliviar o balanço da companhia, que sofre com a alta alavancagem e a desaceleração do mercado de etanol e biocombustíveis.
A avaliação do mercado é que a Raízen precisaria de cerca de R$ 10 bilhões para recompor sua estrutura de capital. Se confirmados os aportes da Cosan e da Shell, ainda faltariam recursos para chegar no valor necessário, o que pode abrir espaço para a entrada de um terceiro sócio na empresa.
Procurada pelo InvestNews, a Cosan não comentou.