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Negócios

Credit Suisse anuncia reorganização que prevê demissões e novo foco

O anúncio veio após semanas tensas para o banco e gerou reação negativa dos investidores.

O Credit Suisse planeja levantar 4 bilhões de francos suíços (US$ 4 bilhões) com investidores, cortar milhares de empregos e mudar o foco do seu negócio de banco de investimento para clientes ricos, enquanto tenta deixar para trás anos de escândalos.

O banco suíço detalhou nesta quinta-feira o que o presidente do conselho de administração, Axel Lehmann, chamou de “plano para o sucesso”, após a instituição registrar um prejuízo inesperado de 4 bilhões de francos suíços no terceiro trimestre.

O anúncio do novo plano veio após semanas tensas para o banco e gerou reação negativa dos investidores. As ações do Credit, que atingiram mínimas históricas nas últimas semanas, caíram até 16% nesta quinta-feira antes de reduzir as perdas. Por volta de 9h (horário de Brasília), os papéis cediam 12,9%.

Analistas disseram que muitas questões permanecem em aberto.

“Você sai com a sensação de que eles foram apressados ​​a divulgar (a novidade) nesta manhã com um plano profundamente incompleto”, escreveram analistas do Goldman Sachs, acrescentando que as metas “improvavelmente baixas” serão batidas.

“Execução resoluta e nenhum outro erro serão fundamentais, e levará tempo até que os resultados comecem a aparecer”, disse Andreas Venditti, analista da Vontobel.

O Credit Suisse disse que os clientes retiraram recursos nas últimas semanas em um ritmo que fez o banco violar alguns requisitos regulatórios de liquidez, ressaltando o impacto nos negócios de oscilações de mercado e uma tempestade nas redes sociais.

O grupo, entretanto, acrescentou que sua situação é estável.

O plano de reestruturação tem muitos elementos, desde o corte de empregos até a reorientação do negócio.

O Credit Suisse cortará 2.700 empregos, ou 5% da força de trabalho, até o final deste ano e, mais cerca de 9.000 até o final de 2025, ficando com cerca de 43.000 funcionários.

O banco suíço também disse que pretende separar seu banco de investimentos para criar o CS First Boston, unidade focada em trabalhos de consultoria, como fusões e aquisições e arranjos de transações no mercado de capitais.

O banco prevê a venda de uma participação no novo negócio, mas mantendo cerca de 50%, disse uma pessoa familiarizada com o assunto. O Credit ainda está explorando a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações (IPO) da unidade, disse outra fonte familiarizada com o assunto.

Credit Suisse/Reuters
Agência do Credit Suisse em Berna, Suíça 28/10/2020 REUTERS/Arnd Wiegmann

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