A holding reúne no total, entre terras próprias e arrendadas, cerca de 840 mil hectares. A avaliação do banco de terras coloca a SLC em uma situação pouco usual no mercado: apenas o patrimônio de terrenos vale 62,5% a mais do que o próprio valor de mercado do grupo na bolsa, de R$ 8 bilhões.
Depois do IPO, a companhia cresceu mais de sete vezes em tamanho da área plantada. O portfólio de terras é uma das joias da coroa do grupo. Quem já percebeu isso foi um rival próximo da companhia.
A família Scheffer, controladora do grupo de mesmo nome, cultiva mais de 220 mil hectares no Mato Grosso e Maranhão. O grupo investiu no ano passado mais de R$ 400 milhões para adquirir 5,37% das ações SLC. “Hoje é mais barato comprar SLC do que uma fazenda”, justificou o diretor comercial Guilherme Scheffer em evento do Itaú BBA.
A SLC Agrícola produz soja, milho e algodão em nove Estados: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul. Além disso, atua na área de distribuição de sementes e venda de máquinas agrícolas. O grupo faturou cerca de R$ 7 bilhões no ano passado e registrou um lucro líquido de R$ 482 milhões.
Mas, se forem considerados os números do primeiro trimestre de 2025, o desempenho caminha para fechar um ano muito melhor. Só de janeiro a março, o lucro líquido cresceu 123% ante o mesmo período de 2024, para R$ 510,7 milhões, ou seja, em apenas três meses superou o resultado do ano passado inteiro. Ja a receita líquida subiu 19,1% para R$ 2,33 bilhões, cifra que se for anualizada aponta para um faturamento de R$ 9,3 bilhões.
A holding tem pisado no acelerador da aquisição de terras e arrendamento nos últimos anos. Só entre 2024 e o início de 2025, por exemplo, acrescentou cerca de 100 mil hectares ao portfólio. A SLC pretende manter um ritmo médio de crescimento de 35 mil hectares por ano, segundo o CEO Aurelio Pavinato.
Nesse passo, ainda que não seja uma meta oficial, a companhia pode alcançar a marca de 1 milhão de hectares em 2030, com certa folga. Pode até acontecer antes, se o impulso para a demanda de grãos do Brasil acabar se mostrando maior do que o previsto nos próximos anos.
Os cerca de 837 mil hectares de fazendas da holding equivalem a mais de cinco vezes o tamanho do município de São Paulo. Ou ainda a quase um quinto de todo o Estado do Rio de Janeiro.