O Grupo Aeroportuario del Sureste (Asur), do México, surgiu como o principal candidato para comprar o portfólio de aeroportos da Motiva, disseram duas fontes com conhecimento das negociações à Reuters.

O grupo Asur superou a oferta da operadora espanhola Aena e da Corporación América Airports (CAAP), da Argentina, pelos 17 aeroportos da Motiva no Brasil e pelos hubs internacionais da empresa em Quito, San José e Curaçao.

A oferta da Asur avaliou os ativos em cerca de R$ 5 bilhões, excluindo dívidas, disse uma pessoa com conhecimento das negociações. No mercado, a pedida da Motiva girava em torno dos R$ 10 bilhões.

Anteriormente conhecida como CCR, a Motiva iniciou o processo de venda dos terminais no primeiro semestre deste ano em uma mudança de estratégia para se concentrar em seu negócio principal: concessões de rodovias.

O presidente-executivo da Motiva, Miguel Setas, disse na semana passada, durante conferência sobre os resultados do terceiro trimestre, que o grupo esperava anunciar a venda dos ativos antes do final de 2025. Relatório anual do grupo informou que seus aeroportos atenderam cerca de 45 milhões de passageiros em 2024.

A Asur confirmou em comunicado que submeteu oferta pelos aeroportos da Motiva no Brasil, Equador, Curaçao e Costa Rica, mas acrescentou que nenhum acordo foi assinado.

Aena e Motiva se recusaram a comentar sobre a venda. CAAP não respondeu a um pedido de comentários.

Motiva confirma negociações

Em comunicado emitido ao mercado após a publicação da reportagem, a Motiva reconheceu que está em “tratativas finais” visando uma potencial transação para os ativos. A companhia também disse que a Asur é um dos potencial compradores e participa do certame, mas reiterou que não há “qualquer obrigação de exclusividade” nem garantia de finalizar o deal.