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Influencers de finanças se multiplicam e CVM fica de olho; como evitar ciladas?
Segundo CEO da T2 Educação, regulamentação que aperta o cerco a criadores de conteúdo facilita o acesso a informações de qualidade.
Dicas sobre como investir cresceram na internet, mas nem todo mundo está autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a recomendar uma ação, fundo ou CDB. De olho nisso, o analista, especialista em mercado financeiro e fundador da T2 Educação, Tiago Feitosa, listou alguns cuidados para ajudar o investidor a “separar o joio do trigo” quando se trata de consumir informações de criadores de conteúdo do mercado financeiro.
Os influenciadores de investimentos atingiram uma audiência média de 94,1 milhões de seguidores em junho de 2022, segundo o relatório “FInfluence – Quem Fala de Investimentos nas Redes Sociais”, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD). Houve um crescimento de 27% em relação à primeira versão da pesquisa, de fevereiro de 2021.
Em média, foram mais de 31,3 mil publicações por mês, feitas por 255 influenciadores digitais, publicadas nas redes sociais do Facebook (FBOK34), Instagram, Twitter (TWTR34) e YouTube. Os dados mostram que o interesse dos seguidores pela temática cresceu, com um aumento de 19% na média de interações dos posts (curtidas, comentários e compartilhamentos).
Aperto da CVM a influenciadores
De olho nessa tendência, a CVM, que fiscaliza e garante que as informações sobre o mercado sejam pautadas em critérios técnicos, criou uma regra, em ofício circular de 2020, que determina que somente profissionais habilitados (analistas do mercado de capitais) podem fazer recomendações de investimentos em caráter profissional. A lei 6.385/76 inclui a conduta entre os potenciais crimes contra o mercado de capitais, que pode levar a detenção de seis meses a dois anos, além de multa.
Essa regulamentação levou a uma investigação pela CVM, que em agosto pediu os dados de influenciadores que fazem parte da Fintwit, comunidade do mercado financeiro no Twitter, para averiguar se eles cumprem as normas regulamentadoras quando compartilham os conteúdos sobre o mercado financeiro. A movimentação faz parte do Plano de Supervisão Baseada em Risco, da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).
Para Feitosa, essa é uma decisão acertada porque cria um nivelamento mínimo entre seus pares no mercado. “Não faz sentido alguém que tenha estudado, passado por todos os critérios, não conseguir se diferenciar em nível de conhecimento ou de validação de alguém que não tem os conhecimentos que essa pessoa teve”, disse.
Como lidar com dicas de investimentos nas redes sociais
Segundo o especialista, primeiro é importante entender o que é a educação financeira e o que é uma recomendação comercial de produtos de investimentos. “Quando você é um vendedor de produtos e serviços de assinaturas, de recomendação, você precisa atingir critérios mínimos que garantam a sua capacidade técnica para isso”, afirmou.
“Existe um passo muito distante, entre você ser o educador financeiro e você ser um vendedor de produtos e serviços”
Feitosa também acredita que a regulamentação da CVM potencializa a democratização do acesso à informação de qualidade, criando um processo para que essa informação chegue ao mercado com mais qualidade e responsabilidade. Para ele, “até o profissional de educação financeira que se propõe a falar sobre isso na internet, deve ver o credenciamento com bons olhos”, afirmou.
O analista deixou algumas dicas para ajudar o investidor a lidar com as informações compartilhadas sobre o mercado financeiro nas redes sociais. Confira:
- Verificar se o influenciador é cadastrado na CVM
- Conhecer o histórico do influenciador que você segue
- Buscar sempre uma segunda opinião sobre a dica ou recomendação
- Entender exatamente a recomendação que o influenciador está trazendo
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