Joesley Batista negocia com Vorcaro participação na Oncoclínicas e na Kovr

Negociação só deve avançar depois que venda do banco Master for concluída

Faz alguns meses que Daniel Vorcaro, o empresário mineiro dono do Banco Master, está em busca de potenciais compradores para alguns de seus negócios. E agora ele bateu à porta de ninguém menos que Joesley Batista, um dos controladores da J&F, holding da JBS. A proposta colocada à mesa é a venda da participação de 15% que Vorcaro detém na rede de hospitais Oncoclínicas

A informação foi divulgada primeiramente por Lauro Jardim, colunista d’O Globo e confirmada pelo InvestNews, que antecipou o intuito de diluir a presença de Vorcaro na companhia do ramo da saúde.

Uma fonte ligada às tratativas diz, no entanto, que ainda não há qualquer definição de valores pelos ativos. Ainda assim, segundo outro interlocutor, já existe até uma minuta da transação a ser assinada. Além da participação na Oncoclínicas, a seguradora Kovr também teria sido oferecida a ele. Joesley analisa a investida.

É pouco provável que as negociações sejam concluídas no curto prazo. Para os negócios avançarem, Vorcaro precisa primeiro concluir a venda do Master para o BRB

“Não terá conversa de preço enquanto não houver segurança jurídica”, diz uma fonte com conhecimento das negociações. “Quanto vale um ativo que amanhã pode não ser mais seu? Zero. Amanhã o Banco Central pode decidir tomar o ativo. Por isso, acredito que ninguém vai efetivar qualquer compra enquanto não houver segurança jurídica.”

Oncoclínicas busca parceiros para restruturação

Com alavancagem avaliada em 4,4 vezes, a Oncoclínicas vê duas possibilidades para levantar dinheiro. A probabilidade maior é de que haja um aumento de capital semelhante ao realizado pelo grupo Casas Bahia. A ideia seria converter títulos de dívidas em ações. Esse aumento de capital não deve ser acompanhado pelo acionista majoritário, o Goldman Sachs, que detém cerca de 36% da companhia, nem por Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, com 15,18% das ações. 

A ideia é que os debenturistas que aceitarem a conversão em equity possam ganhar bônus de subscrição por ação. “Além de ganhar o bônus de subscrição, o debenturista que aceitar poderá exercer em até 3 anos com o preço travado”, afirma uma fonte por dentro das negociações. Caso a proposta seja bem-sucedida, Goldman Sachs e Vorcaro terão suas fatias na companhia reduzidas.

Recentemente, a empresa anunciou a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para 9 de setembro onde o modelo que será usado para o aumento de capital será decidido.

A outra ideia estudada é a venda de ativos. Com a injeção de capital pelo IPO da companhia em 2021, a Oncoclínicas expandiu seu portfólio comprando diversos ativos considerados não estratégicos. Hoje, a rede estuda se desfazer de tudo que não faz parte de seu core business, voltado ao tratamento de câncer. “O maior erro da Oncoclínicas foi ter investido fortemente na compra de hospitais gerais para concorrer com Rede D’Or e Mater Dei”, avaliou uma fonte.

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