A empresa sediada em Nova Jersey pagará US$ 107 por ADR (American Depositary Receipt) pela Verona, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (9). Isso representa um ágio de 23% em relação ao fechamento da Verona na terça-feira. Ambos os conselhos de administração apoiaram o acordo.
A transação deve ser concluída no quarto trimestre.
A transação representa a terceira maior aquisição da Merck em décadas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Os ADRs da Verona subiram cerca de 21%, indo para US$ 104,7 no pré-mercado, mais de dois dólares abaixo do preço da oferta. As ações da Merck subiram ligeiramente, valorizando-se 0,3%.
Fim de patente
A Merck está se preparando para a expiração da patente de seu sucesso de vendas, Keytruda, em 2028, que é um pilar do tratamento do câncer e o produto mais vendido da história da indústria farmacêutica.
A Verona fabrica um medicamento chamado Ohtuvayre, que obteve aprovação nos EUA no ano passado para tratar a doença pulmonar obstrutiva crônica, ou DPOC, uma doença respiratória inflamatória com risco de morte que causa obstrução do fluxo de ar.
O medicamento é o primeiro mecanismo inalatório inovador para DPOC em mais de 20 anos, de acordo com a Merck.
As vendas do medicamento superaram as estimativas após seu lançamento, com a Jefferies o classificando como “um dos lançamentos mais fortes da história para DPOC”. Analistas estimam um pico de vendas anuais de pelo menos US$ 1 bilhão, com alguns prevendo receita acima de US$ 4 bilhões.
A DPOC, uma doença que não viu inovação por décadas, está se tornando um mercado aquecido, com as farmacêuticas Sanofi e GSK Plc lançando novos medicamentos separadamente.
O Keytruda representa quase metade da receita da Merck e gerou US$ 29,5 bilhões em vendas no ano passado.
Para se preparar para o iminente abismo de patentes, a farmacêutica busca transferir o maior número possível de pacientes para uma versão mais fácil de usar do medicamento, assim que for aprovado pelos órgãos reguladores. A empresa também vem adquirindo novos ativos para impulsionar seu pipeline, já que as perdas com patentes devem reduzir as vendas em US$ 18 bilhões nos próximos cinco anos.
O tratamento da Verona impulsionaria os negócios respiratórios da Merck, que incluem um anticorpo recentemente aprovado para prevenir que recém-nascidos contraiam o vírus sincicial respiratório. A Verona também está testando o potencial da terapia para outras doenças que podem afetar a respiração, como asma e fibrose cística.