A celulose entrou na lista de produtos isentos de taxas de importação pelo governo dos Estados Unidos. Na sexta-feira (5), a Casa Branca atualizou o escopo das “tarifas recíprocas” e incluiu a celulose no Anexo II da ordem, o que retira o adicional de 10% que vinha incidindo desde abril. A mudança passou a valer a partir da última segunda-feira (8).

A decisão tem a ver com a dependência do mercado americano. Em 2024, o Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta para os EUA, o equivalente a 78% do consumo americano do produto, de acordo com o Goldman Sachs. As categorias isentas agoras pela atualização do governo americano correspondem a 90% do que o Brasil exportou aos Estados Unidos no ano passado.

O produto já havia entrado na lista de exceções das tarifas adicionais de 40% que entraram em vigor em agosto contra produtos brasileiros. No entanto, papéis em geral e painéis de madeira seguem com tarifas de 50% e 40%, respectivamente.

Embora o mercado americano seja um dos maiores para a Suzano (estimativas apontam para algo em torno 15%), a percepção é de que a alteração não deve ser tão significativa para a companhia. “Nós já havíamos falado para o mercado que estávamos negociando com nossos clientes para repassar esse custo a mais para eles. Então muda muito pouco, mas para os nossos clientes poderá ter alguma vantagem”, diz Marcos Assumpção, CFO da Suzano, em entrevista ao InvestNews.

A companhia também anunciou reajustes de preços após a aplicação da tarifa de 10%. Neste mês entrou em vigor o mais recente aumento, que elevou os preços em US$ 80 por tonelada tanto na Europa quanto nos Estados Unido. Após esse ajuste, o preço médio na Europa ficou em torno de US$ 1.080/tonelada, e na América do Norte foi estimado em US$ 1.320/tonelada.

Na semana, a ação da Suzano cai pouco mais de 2%, para R$ 50,80. A empresa é avaliada em R$ 64,22 bilhões.