A Nissan revelou novos e abrangentes cortes de custos nesta terça-feira. Anunciou demissões de mais 11 mil funcionários e fechamento de sete fábricas, encerrando um ano fiscal tumultuado que deixou a montadora japonesa lutando para se reerguer.
A Nissan, que não divulgou estimativas para o ano fiscal que está começando, viu seu lucro ser praticamente anulado no ano que acabou de terminar. O lucro operacional totalizou 69,8 bilhões de ienes (US$ 472 milhões) nos 12 meses até março, um declínio de 88% em relação ao ano anterior.
A montadora foi seriamente prejudicada pelo enfraquecimento das vendas nos EUA e na China e, em seguida, viu as negociações de fusão com a Honda fracassarem e, recentemente, foi forçada a substituir seu presidente-executivo. Como seus rivais, a Nissan também está sendo pressionada por tarifas de importação dos EUA e ameaçada pelo rápido crescimento dos rivais chineses nos mercados do sudeste asiático e em outros lugares.
O novo presidente-executivo, Ivan Espinosa, tem como meta uma economia total de custos de cerca de 500 bilhões de ienes. Mas ele tem pela frente a difícil tarefa de dar a volta por cima em uma montadora que viu seu outrora poderoso valor de marca ser corroído.
“Nossos resultados financeiros para o ano inteiro são um alerta. A realidade é muito clara. Nossos custos variáveis estão aumentando. Nossos custos fixos são mais altos do que nossa receita atual pode suportar”, disse Espinosa a jornalistas.
Os novos cortes de pessoal elevarão a redução total da força de trabalho da Nissan para cerca de 20 mil trabalhadores, depois que a empresa anunciou anteriormente planos para 9 mil demissões. MEsmo com as demissões, a companhia ainda tem cerca de 113 mil funcionários no mundo. A empresa reduzirá o número de suas fábricas de 17 para 10 e reduzirá a complexidade das peças em 70%. A empresa não forneceu detalhes específicos sobre quais fábricas espera fechar.
Analistas afirmam que a Nissan, entre seus muitos erros, também está pagando o preço dos anos em que, sob o comando da ex-estrela do setor automotivo Carlos Ghosn, concentrou-se demasiadamente no volume e utilizou grandes descontos para manter as vendas. Isso deixou a empresa com uma linha de produtos envelhecida que agora está se esforçando para atualizar.
Ainda assim, parece improvável esperar uma reviravolta repentina para a Nissan – a montadora prevê um prejuízo operacional de 200 bilhões de ienes no primeiro trimestre fiscal, disse o diretor financeiro Jeremie Papin.
Por Daniel Leussink