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A turbulência parece ter virado história do passado na BRF. Depois de dois anos de reorganização, a dona da Sadia e Perdigão voltou a abrir o bolso para comprar ativos. A novidade da vez é a aquisição dos 30% da americana ADM na PlantPlus, negócio de proteínas vegetais que tem a Marfrig como sócia e controladora.
A transação, que ainda depende de autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), tornou-se pública nesta quarta-feira (18) e o valor da aquisição não foi divulgado. Na prática, a fabricante de plant-based ficará agora toda nas mãos de Marcos Molina, o controlador da dupla Marfrig-BRF. Procuradas pelo InvestNews, BRF não comentou. A ADM ainda não respondeu.
Neste ano, a BRF voltou a dar lucro líquido e distribuir proventos — entre o fim de novembro e início, a companhia anunciou R$ 1,15 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP). Esses resultados reforçam o momento positivo vivido pela dona da Sadia, que voltou a ter fôlego para investir.
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Em menos de um mês, já são quatro aquisições, com um desembolso que ultrapassa R$ 1 bilhão. Além da PlantPlus, a BRF comprou 26% da saudita Addoha por US$ 84 milhões, teve ainda outros US$ 42 milhões por uma fábrica de alimentos processados na China e mais R$ 312,5 milhões para adquirir 50% da fabricante de colágeno Gelprime.
A entrada da BRF na PlantPlus já estava sendo ensaiada desde maio do ano passado, quando a Sadia deixou de produzir a própria carne vegetal e passou a comercializar os produzidos pela PlantPlus – mas, até então, a ADM seguia no negócio.
Criada em 2020, a PlantPlus foi uma resposta da Marfrig a um movimento de grandes investimentos em proteínas vegetais. Para dar impulso ao negócio, a dupla Marfrig e ADM investiu US$ 140 milhões em duas aquisições na América do Norte em novembro de 2021, com a Marfrig desembolsando sozinha US$ 100 milhões.
Na época, a americana Beyond Meat estava com tudo, após um IPO de US$ 9,9 bilhões, a JBS também já avançava nesse nicho e comprou a holandesa Vivera por R$ 2,3 bilhões, em negócio celebrado em 2021. Na época, estima-se um mercado de US$ 30 bilhões para alimentos de proteínas alternativas até 2030. Só que, desde então, o mercado não decolou conforme o esperado.
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