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Novo medicamento pode tirar Ozempic do pódio dos que buscam perda de peso

Tirzepatida, da Eli Lilly, auxilia no emagrecimento em taxas maiores que o rival produzido pelo Novo Nordisk.

Recentemente, a Novo Nordisk (N1VO34), avaliada em US$ 343,4 bilhões, se tornou a empresa mais valiosa da Europa, superando por algum tempo o conglomerado de moda de alto luxo LVMH, avaliado hoje em US$ 356 bi. A farmacêutica é conhecida pelo Ozempic, um medicamento auto injetável com o propósito de combater o diabetes tipo 2, mas também usado para perda de peso. No entanto, a rival Eli Lilly (LILY34) viu seu valor de mercado disparar 58% no acumulado deste ano, batendo os US$ 587,4 bilhões — o que a coloca como a empresa farmacêutica mais valiosa do mundo, a frente da gigante Johson & Johnson (JNJB34), avaliada atualmente em US$ 379,98 bilhões. O motivo? Um medicamento mais potente que o Ozempic.

Recentemente, a farmacêutica anunciou os resultados de estudos clínicos da tirzepatida, um medicamento contra diabetes vendido sob o nome comercial de Mounjaro, nos Estados Unidos. E no último domingo (15), novos resultados foram apresentados em uma conferência anual da Obesity Society apontando que os pacientes que tomaram uma injeção semanal de tirzepatida perderam mais de 24% do peso corporal, em média, ao final do ensaio de 84 semanas. Os resultados foram publicados na Nature Medicine.

Quando comparado com os resultados obtidos pelos pacientes que usaram Ozempic e Wegovy (um outro medicamento também da Novo Nordisk desenvolvido especificamente para tratar da obesidade, e não diabetes), a diferença foi relevante: a perda de peso foi de cerca de 15% durante um período semelhante, segundo outro estudo também publicado na revista científica.

Ou seja: as pesquisas recentes sugerem que a tirzepatida pode ser um tratamento altamente eficaz para o controle do peso, o que beneficia a fabricante Eli Lilly, por ser um resultado melhor do que o obtido pelos rivais. No entanto, o medicamento está pendente de aprovação do Food and Drug Admnistration (FDA) para perda de peso, mas está disponível como tratamento para diabetes. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também aprovou o uso da tirzepatida apenas para o tratamento de diabetes tipo 2.

Logo da Novo Nordisk em máquina de café na Dinamarca 5/2/2020 REUTERS/Jacob Gronholt-Pedersen/Arquivo

Ainda assim, os pacientes podem ter acesso ao medicamento com médicos que podem prescrevê-lo mesmo com um propósito diferente, se acharem que o resultado pode ser positivo, segundo a Business Insider.

Os efeitos colaterais documentados apontam que cerca de um em cada 5 pacientes relatou náusea ou diarreia, e cerca de um em cada 10 relatou vômito ou prisão de ventre, de acordo com o último estudo sobre a tirzepatida. 

Rali das farmacêuticas

Recentemente, a Lilly adquiriu uma start-up de medicamentos voltados ao controle de obesidade, a Versanis Bio, por um valor estimado em até US$ 2 bilhões. A aposta agora é em um medicamento experimental que pretende ajudar as pessoas a perder peso enquanto preserva a massa muscular. E isso aponta que a farmacêutica não entrou neste mercado para brincar. A companhia está construindo duas fábricas na Carolina do Norte (EUA) a fim de dobrar sua produção, em especial, de tirzepatida, segundo a CNN Internacional.

Agora outros players tentam entrar no que pode se tornar o maior mercado farmacêutico da década. Exemplo da Pfizer (PFIZ34) e Johnson & Johnson. Após a pandemia, as fabricantes de vacinas viram suas receitas estabilizar e agora buscam outras frentes de negócio.

Ozempic (Foto: Joel Saget/AFP/Getty Images - Via Bloomberg)
Ozempic (Foto: Joel Saget/AFP/Getty Images – Via Bloomberg)

Segundo a Bloomberg Intelligence, é esperado que o mercado de tratamento da obesidade atinja US$ 44 bilhões até 2030. E a Lilly e a Novo Nordisk seguem na frente dessa corrida para expandir e colocar seus medicamentos nas prateleiras.

No mercado de capitais, as ações da Elli Lilly disparam 58% no acumulado do ano, seguida da Nordisk, com alta de 42,5%. Já a Johnson & Johnson sofre queda de 15,8% e a Pfizer vê seus papeis recuarem 40%.

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