A Nvidia vai investir US$ 1 bilhão na Nokia, apostando na virada da empresa finlandesa do setor de equipamentos de redes móveis para o de inteligência artificial.

A Nokia emitirá cerca de 166 milhões de ações para a Nvidia a US$ 6,01 cada, dando à Nvidia uma participação de 2,9%, informaram as empresas em um comunicado nesta terça-feira (28).

Os chips da Nvidia serão usados ​​para acelerar o software da Nokia para redes 5G e 6G, e a Nvidia explorará maneiras de usar a tecnologia de data center da Nokia em sua infraestrutura de IA.

A Nokia, mais conhecida por vender componentes para redes móveis, tem investido em data centers — um negócio que está crescendo graças à crescente demanda por capacidade computacional devido ao boom da inteligência artificial.

A iniciativa valeu a pena e ajudou a Nokia a superar as estimativas de Wall Street no último trimestre. A empresa sediada em Espoo, Finlândia, comprou a Infinera por US$ 2,3 bilhões no início deste ano para expandir seus negócios para produtos de rede para data centers de IA.

As ações da Nokia subiram 17% em Helsinque após o comunicado, o maior ganho intradiário desde 2013.

A fusão pode ser um impulso para a Nokia, que é mais conhecida entre os consumidores pela linha de celulares que, aliás, nem fabrica mais.

O CEO Justin Hotard está liderando uma reviravolta na empresa nórdica, enfatizando sua posição como a única alternativa ocidental à Huawei no fornecimento de todo o portfólio de kits de comunicação, de rádios 5G a cabos de fibra óptica.

Investidas da Nvidia

A Nvidia tem investido intensamente nos últimos meses. A empresa anunciou que investirá até US$ 100 bilhões na OpenAI e financiará as empresas de veículos autônomos Wayve e Oxa, a fintech Revolut e empresas de IA como a PolyAI.

A empresa também investirá em um data center alemão, juntamente com a Deutsche Telekom, conforme noticiado anteriormente pela Bloomberg News.

Tanto formuladores de políticas europeias quanto executivos de tecnologia vêm discutindo há meses a necessidade de o bloco desenvolver seu próprio ecossistema de IA e alcançar rivais nos EUA e na China.

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, e outros executivos criticaram a Europa por ser lenta demais para desenvolver sua própria infraestrutura e apoiar empresas que desejam usar IA, mantendo seus dados na região.