Na semana até 16 de agosto, as temperaturas subiram até 9 °C acima da média no norte da Espanha e no sul da França. O calor reduziu as perspectivas tanto de qualidade quanto de produtividade das lavouras de milho.
A parcela do milho francês classificado em boas ou excelentes condições caiu para 62% na semana até 18 de agosto, informou o órgão FranceAgriMer na sexta-feira, bem abaixo do nível do ano passado. O clima seco também está prejudicando as lavouras na Bulgária, onde as colheitas de milho e girassol podem cair para o menor nível em décadas.
Agora, os compradores devem compensar possíveis perdas de safra com estoques abundantes e baratos de outras regiões.
“O milho do Brasil e dos EUA está com preços muito competitivos no mercado global, o que estimula a demanda por importações”, disse Matt Darragh, analista de grãos e oleaginosas da Kpler. “A produção de milho na UE está sob certa pressão, então isso provavelmente vai sustentar as importações também.”
A UE deve importar 21 milhões de toneladas de milho na temporada 2025-26, segundo previsão do Conselho Internacional de Grãos. Isso faria do bloco o segundo maior comprador mundial pelo segundo ano consecutivo, já que a China — normalmente um forte importador do grão forrageiro — enfrenta demanda mais fraca.
As colheitas europeias devem ganhar ritmo com a chegada do outono, diante da previsão de clima mais frio e úmido nos próximos dias.
“A chuva nas áreas centro-sul deve continuar a repor a umidade para o crescimento tardio do milho e do girassol”, disse Donald Keeney, meteorologista da Vaisala. “No entanto, a seca deve persistir no Reino Unido, norte da Alemanha, sul da Romênia, Bulgária e Espanha.”