A Petrobras deve iniciar as simulações de emergência na bacia da Foz do Amazonas em 24 de agosto, de acordo com o senador Randolfe Rodrigues.
A área no Atlântico, a cerca de 530 quilômetros da foz do rio, é vista há muito tempo pela Petrobras como a chave para sua futura produção de petróleo bruto, já que a produção dos campos de petróleo existentes no país deve atingir o pico por volta de 2030.
No entanto, ambientalistas se opõem veementemente à perfuração na região, alertando que um vazamento de óleo poderia colocar o ecossistema em risco.
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é órgão regulador ambiental do país, vem bloqueando as tentativas de perfuração no local há mais de uma década.
Randolfe Rodrigues, líder do governo brasileiro no Congresso Nacional, confirmou o teste em um vídeo publicado nas redes sociais. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também afirmou que o teste estava agendado.
“Isso marca um triunfo para o Amapá e para o Brasil — um marco significativo nascido da dedicação e do trabalho em equipe de muitos que defendem um futuro energético sustentável para nossa nação”, disse Alcolumbre em comunicado.
O Ibama confirmou em comunicado via e-mail que autoridades do órgão ambiental se reuniram com a Petrobras e informaram que qualquer novidade sobre o processo de licenciamento seria divulgada “no momento oportuno”.
A diretora de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos, afirmou na terça-feira que a data estava marcada e seria anunciada pelo Ibama. A chamada avaliação pré-operacional é considerada a última etapa antes da emissão da licença de exploração.
O teste deve levar de três a quatro dias, e a Petrobras está pronta para iniciar a perfuração assim que a licença for concedida, disse Anjos.
R$ 3 bi da Petrobras
A descoberta de bilhões de barris pela Exxon Mobil mais ao norte, na Guiana, aumentou o interesse na Foz do Amazonas, parte de uma área maior chamada Margem Equatorial.
A Petrobras reservou US$ 3 bilhões para explorar a área como parte de seu plano de gastos que vai até 2029 e já investiu mais US$ 185 milhões no processo de licenciamento, disse Anjos.
Mais de 70% da produção brasileira atualmente vem de uma área offshore conhecida como pré-sal, mas a Petrobras não faz nenhuma descoberta significativa lá há mais de uma década.