O presidente do conselho da Petrobras, Pietro Mendes, deixará a companhia para se tornar diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o regulador de petróleo do Brasil, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto. A informação deixou investidores preocupados com a política de dividendos da empresa.
Quem deve suceder Mendes é Bruno Moretti, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Costa.
Em reação as ações da Petrobras caíram 1,3% na mínima do dia, depois que a notícia foi veiculada pelo jornal O Globo. No encerramento do pregão, a ação PN da Petrobras caíram 0,63% e o papel ON recuou 0,95%. O Ibovespa oscilou -0,04%.
Na gestão de Mendes, a Petrobras distribuiu dividendos robustos a eus acionistas. Ao mesmo tempo, preocupa os investidores os riscos de interferência do governo em empresas controladas pelo Estado.
Uma vez nomeado oficialmente por Lula, o nome de Mendes será submetido ao Senado. Se aprovado, ele substituirá o atual chefe da agência reguladora, cujo mandato termina em dezembro. Mendes iniciou a carreira como funcionário da ANP e teria mandato de cinco anos.
Os investidores estarão atentos a qualquer mudança nas políticas da Petrobras sobre dividendos e de preços de combustíveis. O maior produtor de petróleo da América Latina tem hoje um plano de gastos para um período de cinco anos no valor de US$ 111 bilhões para expandir a produção e a refino de petróleo. E precisa de encontrar um equilíbrio entre o pagamento de dividendos ao governo e aos investidores minoritários, ao mesmo tempo que cumpre os seus objectivos de investimento.
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