A Petrobras informou nesta quarta-feira (4) que seu presidente do conselho de administração, Pietro Adamo Sampaio Mendes, foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia para ocupar cargo em diretoria na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para se confirmar, a nomeação depende consideração da Casa Civil.

A informação deixou investidores preocupados com a incerteza que passa a rondar a política de dividendos da empresa.

“Caso a Presidência da República aprove a indicação do nome, este ainda dependerá de sabatina pelo Senado Federal e posterior nomeação pelo presidente da República”, afirmou a estatal em nota, acrescentando que Pietro Mendes segue na sua função de presidente do conselho durante esse processo.

Se aprovado, ele substituirá o atual chefe da agência reguladora, cujo mandato termina em dezembro. Mendes iniciou a carreira como funcionário da ANP e, caso volte, teria mandato de cinco anos.

Quem deve suceder Mendes é Bruno Moretti, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Costa.

Em reação as ações da Petrobras caíram 1,3% na mínima do dia, depois que a notícia foi veiculada pelo jornal O Globo. No encerramento do pregão, a ação PN da Petrobras caíram 0,63% e o papel ON recuou 0,95%. O Ibovespa oscilou -0,04%.

Na gestão de Mendes, a Petrobras distribuiu dividendos robustos a eus acionistas. Ao mesmo tempo, preocupa os investidores os riscos de interferência do governo em empresas controladas pelo Estado. 

Os investidores estarão atentos a qualquer mudança nas políticas da Petrobras sobre dividendos e de preços de combustíveis. O maior produtor de petróleo da América Latina tem hoje um plano de gastos para um período de cinco anos no valor de US$ 111 bilhões para expandir a produção e a refino de petróleo. E precisa de encontrar um equilíbrio entre o pagamento de dividendos ao governo e aos investidores minoritários, ao mesmo tempo que cumpre os seus objectivos de investimento.

(*Com informações da Reuters)