A Raízen anunciou nesta segunda-feira (12) a venda da usina de Leme, no interior de São Paulo, como parte do esforço para enxugar sua operação e reduzir o nível de endividamento. O ativo foi adquirido pela Ferrari Agroindústria e pela Agromen por R$ 425 milhões, com pagamento à vista, segundo fato relevante.

O pacote inclui não só a unidade industrial, com capacidade de moagem de 1,8 milhão de toneladas de cana por safra, mas também a cessão de 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. A operação ainda depende da aprovação do Cade.

A venda, a primeira deste tipo na história da companhia, marca mais um capítulo da reestruturação iniciada pela Raízen após registrar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/25. Desde então, a empresa — que é controlada por Cosan e à Shell — tem acelerado a venda de ativos considerados não estratégicos e reavaliado projetos, como o etanol de segunda geração.

Com dívida líquida superior a R$ 38 bilhões, a Raízen tem sido apontada como o maior desafio da Cosan de Rubens Ometto, que também enfrentou prejuízos com outros investimentos, como a Vale.

Entre os ativos já colocados à venda estão a participação na Oxxo (rede de lojas de conveniência), usinas de bioenergia, projetos solares e o negócio de combustíveis de aviação — avaliado em até US$ 200 milhões, segundo apuração da Bloomberg.

Em fevereiro, o novo CEO, Nelson Gomes, defendeu uma “volta à essência” da companhia, com foco em rentabilidade, gestão de caixa e menos dispersão de capital. A venda da usina de Leme reforça esse movimento.