Pérez afirmou, na assembleia anual, que o clube criará uma nova unidade que abrigará “uma participação minoritária de 5%, algo nessa faixa, para saber qual é o valor do clube”. Segundo ele, essa seria “a forma mais clara e convincente” de estimar o valuation do Real Madrid. A alternativa seria abrir capital na bolsa, algo que o clube não pretende fazer.
A ideia de vender uma fatia viria acompanhada de outro plano: transformar os sócios em acionistas, proposta apresentada por Pérez no ano passado.
O Real Madrid, assim como o Barcelona, opera como uma associação sem fins lucrativos, propriedade de milhares de sócios que pagam anuidade. Por isso, não possui ações negociáveis e não permite a entrada de investidores privados.
A mudança exigiria uma assembleia extraordinária.
Em 2024, Pérez afirmou que tornar os sócios acionistas permitiria que eles se tornassem “os verdadeiros donos do clube”, podendo receber a distribuição de um ativo que ele estimou em mais de € 10 bilhões (US$ 11,5 bilhões).
A possível entrada de investidores externos ocorre em meio a um boom global do investimento em clubes de futebol. No início de novembro, o Atlético de Madrid, rival local, vendeu uma participação majoritária para a Apollo Global Management, operação que avaliou o clube em € 2,2 bilhões.
Outras gestoras de private equity também vêm investindo em clubes e ligas. Em 2021, a CVC Capital Partners fechou acordo para injetar recursos na LaLiga em troca de parte dos direitos de transmissão — operação rejeitada por Real Madrid e Barcelona.
Com 15 títulos da Champions League, o Real reforçou seu domínio europeu na gestão de Pérez, que preside o clube desde 2009 e já havia comandado a instituição entre 2000 e 2006. O dirigente — bilionário e dono da construtora ACS — não possui participação financeira no clube e não aporta recursos próprios, embora seja eleito pelos sócios.