O grande desafio da indústria de carros elétricos sempre foi um: o tempo de recarga. Foi o que motivou até mesmo os experientes nessa indústria, como a BYD, a criar uma tecnologia de carregamento rápida, que ainda é incipiente no Brasil. Mas algum avanço, pelo menos, vem acontecendo: os carregadores rápidos (chamados de DC) cresceram 59% no país em seis meses, segundo levantamento da Tupi Mobilidade. As informações são do portal InsideEVs.

O estudo, feito em parceria com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), mostrou que as unidades de recarga rápida saíram de 2.430 para 3.855 de fevereiro até agosto deste ano. O número tem grande contraste com os pontos de recarga lenta (AC), que cresceram 5%, de 12.397 para 13.025 unidades.

Os motivos para o resultado podem ser resumidos em dois, segundo a ABVE: queda de custos dos equipamentos e maior demanda por viagens de longa distância. A frota de veículos acumulada no Brasil chegou a 302.225 de agosto de 2022 a agosto de 2025, também conforme o portal, citando os dados do estudo.

O país também passou a marca dos 16.880 pontos públicos e semipúblicos de recarga para veículos elétricos, alta de 14% no período. Um total de 1.499 municípios hoje já têm eletropostos públicos e semipúblicos, ante 1.363 em fevereiro, expansão de 10%. Em unidades, a liderança segue com o Sudeste; em crescimento, o Norte foi destaque.

Apesar dos avanços, ainda falta chão para uma expansão mais vigorosa acontecer. No fim de julho, a BYD anunciou uma tecnologia que faria uma recarga de 5 minutos nos elétricos, contra uma média de sete horas. A novidade foi grande, porque o tempo de reabastecimento passaria a ser basicamente o mesmo de um carro movido a gasolina.

Mas a quantidade de adaptações e infraestrutura energética necessárias para fazer esse movimento acontecer mais rápido é muito relevante, além de depender da demanda dos usuários. Na cidade, aguardar por mais tempo para carregar um veículo não é um dos maiores problemas, enquanto, na estrada, o público potencial é mais reduzido, apesar dos avanços. Os dados mostram um relevante avanço para a infraestrutura de carros elétricos, mas que ainda tem bastante “gasolina para queimar” até chegar no nível de países como a China.