A Rio Tinto é gigante global da mineração e maior produtora de minério de ferro do planeta.
O setor, porém, vive um momento crítico: o cobre (essencial para baterias, energia limpa e até IA), por exemplo, está escasso. Simon Trott terá que dosar o apetite da empresa por risco, fusões e grandes projetos.
Trott, 50 anos, sucede a Jakob Stausholm, que anunciou inesperadamente em maio que deixaria o cargo após quatro anos e meio na liderança.
O australiano liderava até então a divisão de minério de ferro, que é a principal fonte de lucro da Rio Tinto, desde 2021 e assumirá oficialmente o cargo de CEO em 25 de agosto, mudando-se para Londres para assumir a função.
A remuneração anual do novo CEO é de cerca de US$ 7 milhões, que foi a remuneração de Stausholm no ano passado, considerando salários e bônus, de acordo com a plataforma ERI.
Embora não tenha operações no Brasil, a Rio Tinto é um termômetro da mineração global. Ela ajuda a definir preços e movimentos que afetam toda a cadeia — incluindo Vale, CSN e siderúrgicas brasileiras.
Denúncias
Fontes familiarizadas com o assunto disseram que a nomeação interna indicou que o conselho da Rio Tinto sentiu que os desafios da empresa poderiam ser enfrentados sem a necessidade de um líder externo para conduzir uma redefinição.
A Rio Tinto tem enfrentado pressão sobre sua cultura corporativa após a destruição, em 2020, dos antigos abrigos rochosos de Juukan Gorge, na Austrália, e um relatório de 2022 que revelou bullying, racismo e assédio sexual generalizados, provocando mudanças de liderança e esforços de reforma em andamento.
A mineradora global ainda enfrenta ações judiciais coletivas alegando assédio sexual nas minas australianas.
A cultura corporativa foi uma área crítica que o conselho considerou ao escolher seu novo CEO, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
O conselho examinou outros candidatos internos e também procurou candidatos externos, inclusive de outros setores, como o de tecnologia, informou a fonte.
Entre os cotados, estariam Bold Baatar, atual diretor comercial da Rio Tinto, e Jérôme Pécresse, ex-GE e atual chefe da área de alumínio. Do lado de fora, havia nomes como Tom Palmer (Newmont) e Andrew Cole (ex-OZ Minerals).