O negócio inclui o aterro de Seropédica (RJ), considerado o maior centro de tratamento de resíduos do Brasil e um dos cinco maiores da América Latina, que recebe diariamente cerca de 10 mil toneladas de lixo. A unidade gera biogás, energia elétrica, água desmineralizada e responde por mais de 60% da produção de biometano a partir de resíduos no país, além de créditos de carbono.
A operação ainda precisa do aval do Cade e do governo do Estado do Rio de Janeiro. O pagamento será feito em três parcelas: R$ 800 milhões na assinatura, mais duas de R$ 150 milhões em 2026 e 2027, corrigidas pelo CDI.
Estratégia da Aegea
O negócio marca a expansão da Aegea em resíduos sólidos, segmento que a companhia já havia começado a explorar em 2022 com uma concessão no Cariri (CE). A compra da Ciclus reforça a estratégia de buscar sinergias entre a gestão de resíduos, água e esgoto, áreas em que já atua.
No Rio de Janeiro, onde opera parte dos serviços herdados da concessão da Cedae, o controle simultâneo do esgoto e do aterro deve gerar redução de custos significativa na gestão do chorume, estimada em cerca de 50% dos custos totais de um aterro. A operação também abre caminho para expandir os serviços da Ciclus a outros municípios da região metropolitana e clientes corporativos.
Com a aquisição, a alavancagem da Aegea sobe de 3,17x para 3,32x, com cerca de 70% do valor sendo financiado e o restante pago com recursos próprios.
Simpar reduz dívida
Para a Simpar, a venda representa a primeira grande alienação de ativos após anos de expansão como consolidadora nos setores de logística, transporte e locação. A transação permitirá reduzir a dívida bruta em até 30% e praticamente zerar a dívida líquida da holding, que era de cerca de R$ 3 bilhões.
Mesmo assim, o impacto sobre a alavancagem consolidada do grupo é limitado: no fim do 2º trimestre, a Simpar registrava dívida líquida de R$ 44,1 bilhões, equivalente a 3,6x o Ebitda.