As vendas anuais de veículos da Tesla caíram pela primeira vez em mais de uma década, apesar de um forte impulso no final do ano que enviou as entregas para um recorde no quarto trimestre.
A empresa liderada por Elon Musk informou nesta quinta-feira (2) que vendeu 1,79 milhão de veículos no ano passado, o que foi um pouco menos das entregas de 2023 — e também abaixo da estimativa consensual dos analistas.
As ações da Tesla despencaram após os resultados, caindo 4,5% para $385,72 às 9:32 da manhã em Nova York. A ação subiu 63% em 2024.
A BYD, por sua vez, anunciou na quarta (1º) que bateu recordes em dezembro e fechou o ano com 1,76 milhão de veículos elétricos puros vendidos, reduzindo a distância para a rival americana, que ainda manteve o topo do ranking.
Desafios para as fabricantes
Os resultados refletem os desafios reais para os fabricantes de veículos elétricos, mesmo que a euforia em torno dos carros autônomos e a proximidade de Musk com o presidente eleito Donald Trump tenham feito as ações da Tesla subirem nas últimas meses. A demanda morna dos consumidores está pesando nas vendas de carros elétricos, um problema que pode ser agravado pela pressão de Trump para restringir os incentivos para esses modelos.
Para o trimestre encerrado em 31 de dezembro, A Tesla entregou 495.570 veículos, abaixo dos 512.277 projetados pelos analistas. A empresa precisava vender quase 515.000 veículos no trimestre para atingir sua meta de “crescimento leve” no ano completo.
A categoria de vendas combinadas dos veículos Model 3 e Model Y da montadora totalizou 471.930 entregas no quarto trimestre. A Tesla também disse que a categoria “outros modelos”, que inclui veículos como o Model X, S e Cybertruck, viu 23.640 entregas. A empresa afirmou que os Estados Unidos e a China são seus dois maiores mercados globalmente.
A Tesla enfrentou uma série de contratempos no início de 2024, incluindo um ataque de incêndio criminoso em sua fábrica em Berlim, desvios de embarque e uma desaceleração na indústria de vendas de veículos elétricos. A empresa informou aos investidores que a demanda por seus veículos totalmente elétricos está entre duas grandes ondas de crescimento. Em abril, a montadora com sede em Austin demitiu mais de 10% de sua força de trabalho, incluindo pessoal de vendas.
Mesmo assim, a Tesla disse ainda em outubro que esperava alcançar um crescimento modesto em suas entregas para todo o ano de 2024.
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Expectativas para 2025
Musk disse aos investidores na última chamada de resultados da Tesla que ele vê um crescimento de 20% a 30% em 2025, impulsionado em parte por um veículo mais acessível, que deve ser revelado na primeira metade do ano, e pela tecnologia autônoma da empresa. A empresa falou pouco sobre como será esse novo veículo ou qual será seu preço.
Já há algumas dúvidas sobre a capacidade da empresa de atingir o objetivo de crescimento de Musk para este ano, especialmente se os créditos fiscais para veículos elétricos forem reduzidos sob Trump. O presidente eleito tem sido crítico das políticas para o setor da era Joe Biden e dos créditos fiscais, que Musk afirmou em julho que prejudicariam a Tesla a curto prazo — mas prejudicariam mais os concorrentes da Tesla.
Ao mesmo tempo, espera-se que Trump afrouxe as regras federais sobre veículos autônomos, o que poderia beneficiar a Tesla e suas ambições com o robotáxi. Musk foi um dos maiores doadores republicanos em 2024 e se tornou parte do círculo interno de conselheiros de Trump.
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Atentado em Las Vegas
O Cybertruck da Tesla chamou a atenção esta semana após uma das unidades explodir fora de um hotel de Trump em Las Vegas, matando uma pessoa e ferindo várias outras. O Federal Bureau of Investigation (FBI) está investigando o incidente e explorando se há ligações com um ataque em Nova Orleans várias horas antes que matou pelo menos 15 pessoas.
Musk disse nas redes sociais que a Tesla determinou que a explosão em Las Vegas foi causada por algo na caçamba do caminhão e não tinha relação com o veículo em si.