O TikTok sabia que suas transmissões ao vivo (‘lives‘) facilitavam a exploração sexual de crianças, mas ignorou o problema e “lucrou significativamente” com isso, segundo documentos judiciais divulgados em processo no estado americano de Utah.
As acusações vieram à tona nesta sexta-feira (4), dias antes da proibição do TikTok nos Estados Unidos, prevista para 19 de janeiro. O banimento só pode ser revertido se a ByteDance, empresa chinesa proprietária da plataforma, vender a operação do popular aplicativo no país.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, solicitou à Suprema Corte que suspenda temporariamente a aplicação do banimento. O TikTok, por sua vez, afirma que prioriza a segurança das transmissões ao vivo.
O processo original que acusa o TikTok de exploração infantil foi apresentado em junho pela Divisão de Proteção ao Consumidor de Utah. O procurador-geral Sean Reyes argumentou que o recurso de transmissão ao vivo criou um “clube de striptease virtual” ao permitir que predadores adultos se conectassem com vítimas em tempo real.
O TikTok criticou a divulgação dos documentos, alegando preocupações com confidencialidade e argumentando que isso poderia fornecer um “roteiro” para pessoas mal-intencionadas usarem o aplicativo de forma inadequada.
“Este processo ignora as diversas medidas proativas que o TikTok implementou voluntariamente para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade”, afirmou um porta-voz da empresa nesta sexta-feira. “A denúncia seleciona citações enganosas e documentos desatualizados, apresentando-os fora de contexto e distorcendo nosso compromisso com a segurança dos usuários.”