“Determinei agora que (…) essas tarifas não deveriam ter todas um efeito cumulativo (ou ‘empilhar’ umas sobre as outras) porque a taxa de direito resultante desse empilhamento excede o que é necessário para alcançar o objetivo político pretendido”, disse Trump no documento.
A assinatura havia sido antecipada no início da tarde pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a decisão mostra o compromisso da administração com a indústria local: “Queremos dar às montadoras uma forma rápida e eficiente de expandir a produção e criar empregos.”
A mudança ocorre no momento em que Trump se prepara para visitar o estado de Michigan, epicentro da indústria automobilística americana, para marcar os 100 primeiros dias de seu segundo mandato.
Alívio para a cadeia de produção
Montadoras, revendedores e fornecedores de peças vinham pedindo flexibilização, alertando que as tarifas poderiam desorganizar a complexa cadeia de suprimentos da América do Norte. A ordem assinada por Trump permite que empresas solicitem compensações financeiras com base na arrecadação já obtida com tarifas.
Fabricantes como Ford, GM e Stellantis comemoraram a decisão. Jim Farley, CEO da Ford, disse que a medida “ajuda a mitigar os impactos das tarifas sobre fabricantes, fornecedores e consumidores”. Mary Barra, CEO da GM, afirmou que a liderança do presidente está “nivelando o campo de jogo para empresas como a GM investirem ainda mais nos EUA”.
Segundo o Departamento de Comércio, a nova regra permitirá que montadoras solicitem um desconto equivalente a até 3,75% do valor de cada veículo fabricado nos EUA por um ano. O benefício cairá para 2,5% no segundo ano e será encerrado no terceiro, numa tentativa de incentivar a produção doméstica. A compensação vale para carros produzidos a partir de 3 de abril.
Fabricantes estrangeiras com operações locais, como BMW e Mercedes-Benz, também poderão solicitar o abatimento.
Isenção extra para aço e alumínio
A medida também prevê que veículos importados fiquem temporariamente isentos de tarifas adicionais sobre aço e alumínio, evitando sobreposição de encargos. O objetivo, segundo um assessor da Casa Branca, é dar tempo para que as empresas adaptem suas operações sem sofrer grandes prejuízos financeiros.
As ações de montadoras listadas nos EUA reagiram positivamente à notícia. Stellantis chegou a subir 4,5% na Bolsa de Nova York, enquanto a Ford avançou 1,4%. Os papéis da General Motors operavam perto da estabilidade após reverterem perdas anteriores.