O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na tarde desta terça-feira (30) uma ordem executiva que flexibiliza o impacto das tarifas impostas ao setor automotivo. A medida evita que novas tarifas sobre veículos importados se acumulem com outras já em vigor e reduz encargos sobre peças estrangeiras usadas na fabricação de carros dentro dos EUA.
“Determinei agora que (…) essas tarifas não deveriam ter todas um efeito cumulativo (ou ‘empilhar’ umas sobre as outras) porque a taxa de direito resultante desse empilhamento excede o que é necessário para alcançar o objetivo político pretendido”, disse Trump no documento.
A assinatura havia sido antecipada no início da tarde pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a decisão mostra o compromisso da administração com a indústria local: “Queremos dar às montadoras uma forma rápida e eficiente de expandir a produção e criar empregos.”
A mudança ocorre no momento em que Trump se prepara para visitar o estado de Michigan, epicentro da indústria automobilística americana, para marcar os 100 primeiros dias de seu segundo mandato.
Alívio para a cadeia de produção
Montadoras, revendedores e fornecedores de peças vinham pedindo flexibilização, alertando que as tarifas poderiam desorganizar a complexa cadeia de suprimentos da América do Norte. A ordem assinada por Trump permite que empresas solicitem compensações financeiras com base na arrecadação já obtida com tarifas.
Fabricantes como Ford, GM e Stellantis comemoraram a decisão. Jim Farley, CEO da Ford, disse que a medida “ajuda a mitigar os impactos das tarifas sobre fabricantes, fornecedores e consumidores”. Mary Barra, CEO da GM, afirmou que a liderança do presidente está “nivelando o campo de jogo para empresas como a GM investirem ainda mais nos EUA”.
Segundo o Departamento de Comércio, a nova regra permitirá que montadoras solicitem um desconto equivalente a até 3,75% do valor de cada veículo fabricado nos EUA por um ano. O benefício cairá para 2,5% no segundo ano e será encerrado no terceiro, numa tentativa de incentivar a produção doméstica. A compensação vale para carros produzidos a partir de 3 de abril.
Fabricantes estrangeiras com operações locais, como BMW e Mercedes-Benz, também poderão solicitar o abatimento.
Isenção extra para aço e alumínio
A medida também prevê que veículos importados fiquem temporariamente isentos de tarifas adicionais sobre aço e alumínio, evitando sobreposição de encargos. O objetivo, segundo um assessor da Casa Branca, é dar tempo para que as empresas adaptem suas operações sem sofrer grandes prejuízos financeiros.
As ações de montadoras listadas nos EUA reagiram positivamente à notícia. Stellantis chegou a subir 4,5% na Bolsa de Nova York, enquanto a Ford avançou 1,4%. Os papéis da General Motors operavam perto da estabilidade após reverterem perdas anteriores.