A Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, fechou um acordo para comprar a divisão petroquímica da Occidental Petroleum, a OxyChem, por cerca de US$ 9,7 bilhões em dinheiro. A gestora já detinha 27% do negócio e o negócio já tinha sido antecipado no começo desta semana pelo Wall Street Journal.

O negócio é o mais recente sinal de que Buffett voltou às compras, após anos evitando grandes aquisições e reduzindo gradualmente participações relevantes, como a que tinha na Apple.

A transação deve ser concluída no quarto trimestre, disse a Berkshire nesta quinta-feira (2) em comunicado. As ações da Occidental caíram até 4,6%, enquanto os papéis Classe B da Berkshire subiram 0,2%.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, a OxyChem será a maior aquisição da Berkshire desde a compra da seguradora Alleghany em 2022, por US$ 13,7 bilhões. O caixa de Buffett somava US$ 344 bilhões no fim de junho, próximo de um recorde.

A Occidental já havia anunciado quase US$ 4 bilhões em vendas de ativos desde o início do ano passado, como parte de seu esforço para reduzir a dívida após a compra de US$ 10,8 bilhões da rival CrownRock. A empresa informou que usará US$ 6,5 bilhões do valor obtido com a venda da OxyChem para reduzir sua dívida principal para menos de US$ 15 bilhões.

“Eu acredito que acabamos com os grandes negócios”, disse a CEO da Occidental, Vicki Hollub, em entrevista. “Qualquer coisa além disso deve ser apenas pequenas transações dentro das bacias, para consolidar operações. Então não acho que teremos mais grandes aquisições. Este negócio basicamente nos coloca onde precisamos estar.”

A OxyChem fabrica químicos básicos como cloro e hidróxido de sódio. A venda proposta para a Berkshire ocorre em um momento em que produtores de petróleo buscam aumentar eficiência para compensar a desaceleração do crescimento de produção na Bacia do Permiano, no Texas e Novo México — o maior polo de xisto dos EUA —, onde os melhores poços já foram explorados.

Embora o acordo permita que a Occidental devolva mais capital aos acionistas, o fluxo de caixa livre da empresa tende a cair, já que a OxyChem era vista como motor de crescimento, segundo o analista Leo Mariani, da Roth Capital Partners.

“O negócio químico da OXY também fornecia importante diversificação de fluxo de caixa e reduzia a intensidade de capital da companhia, então vemos esta transação como algo que deve reduzir o múltiplo de negociação da ação”, disse Mariani.

O acordo marca o fim de um longo capítulo para a Occidental, que entrou no setor químico décadas atrás, mas vinha registrando queda nas vendas anuais dessa divisão nos últimos anos.

Em agosto, a empresa reduziu em cerca de 15% a projeção de lucro antes de impostos da OxyChem para o ano, para uma faixa de US$ 800 milhões a US$ 900 milhões, devido ao excesso de oferta de produtos-chave no mercado.