A WEG, fabricante de motores elétricos e equipamentos industriais, afirmou que clientes têm adiado investimentos de longo prazo por causa do aumento das tensões geopolíticas e das novas tarifas comerciais. A empresa está se preparando para lidar com a tarifa de 50% que os Estados Unidos devem impor aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Segundo o diretor financeiro André Luis Rodrigues, a companhia avalia alternativas para reduzir o impacto da medida. Uma das possibilidades é usar a operação na Índia para atender o mercado norte-americano, enquanto o Brasil passaria a exportar para outros destinos. Mas ajustes na produção podem levar meses, disse ele na teleconferência de resultados.

A WEG não pretende subir preços, mesmo com o aumento de custos, para não perder espaço para concorrentes. “A empresa tem margens boas atualmente”, afirmou Rodrigues.

A companhia já repassou parcialmente aos clientes a tarifa inicial de 10% imposta pelos EUA, sem impacto relevante nos resultados até agora.

No segundo trimestre, lucro líquido e Ebitda vieram abaixo das projeções dos analistas. As ações da empresa chegaram a cair 3,2% nesta quinta-feira, após o tombo de 8% na véspera. No acumulado do ano, os papéis recuam cerca de 30%, enquanto o Ibovespa sobe 11%.