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IN$ Entrevista

Presidente da MRV: ‘crise não é para ganhar dinheiro, mas preservar a companhia’

Rafael Menin falou sobre a estratégia de reduzir a margem na pandemia.

Recorde de vendas e receitas, mas lucro em baixa. Esse foi o resultado da MRV nos primeiros meses da crise do coronavírus. Rafael Menin, presidente da incorporadora, explica a estratégia de reduzir preços na pandemia: “a crise não é momento para ganhar muito dinheiro”. O executivo explica que, com preços mais “agressivos” e esforço comercial, o objetivo foi a “manutenção do tamanho da companhia e, de fato, a margem não foi prioridade.”

A MRV teve lucro líquido de R$ 124 milhões no segundo trimestre, queda de 34%. Mas ao mesmo tempo bateu recorde histórico de vendas, puxando as receitas para o maior patamar já registrado, de R$ 1,6 bilhão.

Em entrevista a Dony De Nuccio, Menin também comentou o otimismo do setor imobiliário, mesmo diante da crise econômica causada pela pandemia. Pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) vem mostrando aumento da confiança dos empresários do segmento.

“Nossa expectativa era ruim”, diz Menin, acrescentando que o mês de abril foi particularmente “complicado” para a empresa. No entanto, o movimento se inverteu em seguida. “O que a gente viu, surpreendentemente, foi uma população querendo comprar casa. Por incrível que pareça. Talvez comas pessoas ficando muito tempo em casa, vendo a importância do espaço, tenha despertado um sentimento de que a casa tem que ser prioridade na vida de qualquer família.”

A expectativa da MRV é fechar o ano com crescimento na comparação com 2019, mesmo na crise. Mesmo assim, as ações da empresa na bolsa acumulam uma queda maior que a do Ibovespa. Segundo dados da Economatica, o recuo da MRV na bolsa em 2020 até agora é de 22,27%, contra 17,4% do Ibovespa.

Sobre esse desempenho dos papéis entre os investidores, Menin afirma que vê espaço para crescimento. “Nosso setor talvez não seja tão sexy neste momento. Por outro lado, o Brasil terá que fazer 30 milhões de casas nos próximos anos. A demanda por teto, novas moradias, é gigantesca. Nosso setor talvez seja a indústria mais protegida e promissora nos próximos anos”, diz o executivo.