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Séries Especiais

Se o futebol é business, clubes devem ser empresas, prega o ex-jogador Fabio Mello

Ex-meia, e atual empresário, prevê que o esporte vá sofrer uma invasão de profissionais do mundo corporativo

Chegou a hora de “privatizar” o futebol brasileiro. Para o ex-jogador e hoje empresário de atletas Fabio Mello, só um choque de gestão daqueles bem dados é capaz de fazer o país retomar no esporte bretão a competitividade de outros tempos.

“A gente não acompanhou as exigências do futebol moderno”, disse Mello ao InvestNews (veja o vídeo). Para ele, evidências deste atraso são as instalações físicas capengas na maior parte dos clubes brasileiros e o fato dos times quase sempre funcionarem como associações sem fins lucrativos.

O cenário contrasta com o dos clubes que integram grandes ligas da Europa, por exemplo. Por lá é comum que grandes times tenham donos – não raro, estrangeiros – e a estrutura física recebe atenção e muito dinheiro. A diferença? O fato de os times funcionarem como empresas, sem tabu.

O Brasil, de qualquer forma começa a entrar nessa onda. “Nosso futebol sempre teve muito dinheiro, mas quase nunca teve gestão profissional. Agora estamos vendo o início de um processo de transformação”, avalia.

Hoje responsável por administrar as carreiras de jogadores como Rafael – goleiro do São Paulo e da Seleção Brasileira – e Mayke – do Palmeiras –, o empresário cita a lei das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) como amostra de que a mentalidade da gestão profissional está se espraiando.

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“O futebol vai sofrer uma invasão de profissionais do mundo corporativo porque vai se transformar cada vez mais em negócio”, projeta Mello. Ele sustenta que as posições de gestão nos clubes serão ocupadas por profissionais gabaritados, e não mais pelos integrantes da cartolagem tradicional. “Talvez os dirigentes endêmicos do futebol sejam parte importante do processo, mas para liderar serão necessárias maiores competências”.

O empresário de atletas Fabio Mello Foto: Divulgação

Confiante neste processo de amadurecimento da indústria, o ex-atleta tem se dedicado à formação de empresários de jogadores, função que ele exerce há 18 anos, desde que pendurou as chuteiras. A aposentadoria veio cedo para Fabio Mello. Com passagens por São Paulo, Fluminense e Atlético-MG, jogou profissionalmente pela última vez aos 30 anos, defendendo a camisa do Figueirense.

Passou para o outro lado do balcão agenciando ex-colegas de vestiário, fechou negócios como a venda de Fred ao Manchester United, em 2018 – por 52 milhões de libras – e começou até um family office a partir do qual pretende oferecer serviços de gestão de investimentos para outros jogadores e antigos atletas.

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Essa história está contada em detalhes no livro “Jogando de Terno: dos campos para os negócios”, uma biografia do empresário escrita pelos jornalistas Mauro Beting e Lucca Bopp, que chegará às livrarias nas próximas semanas. Dedicado a profissionais e a curiosos do futebol, o livro faz parte da pregação capitalista de Mello.

“Quero contribuir com a formação de novos players, para que entrem no futebol de forma mais preparada. Quando os clubes se transformarem de fato em empresas e os executivos do mundo corporativo assumirem posições estratégicas no futebol, a transformação vai ser mais rápida”.

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