Economia – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Tue, 23 Apr 2024 12:59:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Economia – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Milei anuncia primeiro superávit desde 2008 e promete ‘recompensar’ argentinos https://investnews.com.br/economia/milei-anuncia-primeiro-superavit-desde-2008-e-promete-recompensar-argentinos/ Tue, 23 Apr 2024 12:59:26 +0000 https://investnews.com.br/?p=572620 O presidente Javier Milei anunciou o primeiro superávit fiscal trimestral da Argentina desde 2008 durante um discurso na televisão, e prometeu não vacilar em seu compromisso com a eliminação dos déficits nas contas públicas.

“O superávit fiscal é a pedra angular a partir da qual estamos construindo uma nova era de prosperidade na Argentina”, disse Milei na noite de segunda-feira, acompanhado por sua equipe econômica na Casa Rosada, em Buenos Aires. “Estamos tornando possível o impossível, mesmo com a maioria dos políticos, dos sindicatos, dos meios de comunicação e a maioria dos agentes econômicos contra nós.”

O país vizinho registou um excedente fiscal trimestral de 0,2% do PIB no primeiro trimestre, com um terceiro superávit mensal seguido em março, disse Milei. O economista libertário prometeu manter a austeridade porque “a inflação é um roubo e o déficit fiscal é a causa da inflação”.

Javier Milei no Fórum Econômico Mundial, em Davos – Foto: Hollie Adams/Bloomberg

Os títulos da Argentina subiram enquanto os investidores aguardavam o anúncio de Milei, liderando ganhos nos mercados emergentes na segunda-feira.

“A Argentina continua a ser uma boa aposta”, disse Diego Ferro, fundador da M2M Capital em Nova York, após o discurso do presidente argentino. Mas ele alerta que o superávit ainda é apenas um passo.

“O que conseguiram foi impressionante, mas baseado em medidas de curtíssimo prazo”, disse Ferro. “A menos que se transforme em mudanças estruturais, provavelmente se tornará outra história do tipo ‘eu te avisei’ que terminará em lágrimas.”

A Argentina alcançou o superávit raro depois de cortar três quartos das transferências para governos provinciais e suspender quase 90% das obras públicas, disse Milei. O governo também manteve os custos baixos ao permitir que uma inflação anual de quase 300% corroesse a despesa pública real com salários e pensões, sem reajustes.

“A série de superávits fiscais de Milei é certamente uma boa notícia – mas a grande questão é o quanto isso é sustentável,” disse Adriana Dupita, economista-chefe adjunta para mercados emergentes da Bloomberg Economics. “Grande parte do desempenho positivo ocorreu às custas de uma inflação elevada, que corroeu o poder de compra dos salários e pensões do setor público, e de uma quase interrupção do investimento público e das transferências para as províncias. Esta estratégia não pode durar muito.”

Desde que assumiu o cargo, Milei desvalorizou o câmbio em mais de 50%, reduziu para metade o número de ministérios, eliminou centenas de controles de preços e começou a cortar subsídios à energia e aos transportes. A inflação mensal tem desacelerado consistentemente desde a máxima de três décadas de 26% em dezembro.

Milei prometeu aos argentinos durante o discurso na televisão que seu sacrifício seria recompensado na forma de menos impostos no futuro.

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‘O Brasil está sem âncora fiscal’, diz ex-secretário do Tesouro de Lula https://investnews.com.br/economia/o-brasil-esta-sem-ancora-fiscal-diz-ex-secretario-do-tesouro-de-lula/ Thu, 18 Apr 2024 10:30:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=571643 Carlos Kawall está vivendo um momento de “eu avisei”. Crítico de primeira hora do arcabouço fiscal, o ex-secretário do Tesouro do governo Lula 1 e fundador da Oriz Partners diz que o governo Lula até vinha tentando manter a sensação de zelo pelas contas públicas, mas isso mudou na última segunda-feira (15), quando a Fazenda anunciou a alteração nas metas de resultado primário para os próximos anos.

Para Kawall, não há mais dúvidas: “O Brasil está sem âncora fiscal”.

A disparada do dólar e a empinada da curva de juros são evidências de que o mercado não nutre mais ilusões relacionadas a um Lula 3 supostamente fiscalista. “Foi um momento de cair na real de que não havia nenhum compromisso com a meta [de superávit]. O que há é a opinião do chefe do Executivo – a de que gasto não vai a ser variável de ajuste fiscal”, diz o economista.

“Se a receita vier maior, ok. Se não vier, o déficit será mais alto”. Deal with it.

O arcabouço nasceu da tentativa de combinar limitação no crescimento dos gastos com os compromissos assumidos por Lula durante a campanha, como política de reajuste do salário mínimo acima da inflação e contratação de funcionários públicos. Tudo embalado por metas de resultado primário – ou seja, com objetivos pré-definidos de déficit (ou de superávit).

Segundo a pregação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o conjunto de regras foi formulado para ser viável politicamente. Dizendo de outra forma, para acomodar a pressão por mais despesas e, em tudo dando certo, demonstrar algum apreço com a responsabilidade fiscal. Afinal, uma crítica recorrente ao antigo teto de gastos centrava fogo na sua inflexibilidade, o que abriria espaço para dribles à regra fiscal, os famosos “furos” no teto.

Desse ponto de vista, o arcabouço de Haddad parecia ter potencial. Quem estragava a festa era a matemática – sempre ela.

Brasília (DF), 28/12/2023 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista coletiva à imprensa, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 28/12/2023 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista coletiva à imprensa, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Alguém realmente achava que as metas dos próximos anos seriam mantidas? Alguém, que fez conta, achava que dava para chegar? Não, pelo que eu vi, não”, diz o economista.

Além da incompatibilidade matemática entre o crescimento das despesas contratado pelas promessas de campanha e o limite da expansão dos gastos a 2,5% ao ano, o governo foi dando outros sinais de que as contas públicas seriam atropeladas.

Kawall elencou alguns:

  1. A formulação da lei orçamentária com despesas subestimadas e arrecadação superestimada;
  2. À luz da peça orçamentária mal calibrada, a limitação do contingenciamento (bloqueio no Orçamento) a R$ 23 bilhões, abaixo do que os economistas calcularam como necessário para garantir o déficit zero em 2024 – por volta de R$ 40 bilhões;
  3. O primeiro relatório bimestral de 2024 seguido de um discretíssimo contingenciamento de R$ 2,9 bilhões;
  4. O dispositivo que permitiu ao governo antecipar a expansão do limite de gastos deste ano – uma alteração no próprio arcabouço – e que permite uma despesa extra de R$ 15,7 bilhões, revertendo, na prática, o contingenciamento.

E agora ainda está na pauta um possível reajuste para servidores públicos em meio a ameaças de movimentos grevistas.

Resumindo: “Quando o governo anuncia que o resultado do fiscal neste ano é zero mas que não vai contingenciar nada, ou que vai gastar mais R$ 15 bilhões, ou que ele mudou as metas dos próximos dois anos, ele está simplesmente dizendo ‘olha, eu não tenho mais a âncora fiscal’.”

LEIA MAIS: Governo vê déficit fiscal de R$9,3 bi em 2024 e deve bloquear R$2,9 bi em despesas de ministérios

Personagem do mercado financeiro, Kawall está acostumado às dificuldades da política. Trabalhou no governo entre 2004 e 2006, primeiro como diretor no BNDES, depois como secretário do Tesouro Nacional, quando Guido Mantega comandava a Fazenda.

“Os primeiros anos do PT no governo – e eu participei do governo Lula – foram de responsabilidade fiscal, mas sem teto de gastos, só com a LRF”, argumenta, referenciando à Lei de Responsabilidade Fiscal. “Havia o compromisso de obtenção de superávit primário fazendo os contingenciamentos que fossem adequados ao atingimento da meta”, relembra.

Para Kawall, o grande erro do arcabouço foi a aposta no equilíbrio fiscal com base na expectativa de aumento da arrecadação. “Sem o compromisso de conter a despesa, especialmente a despesa obrigatória, nenhuma regra fiscal funciona”.

Riscos e mais riscos

Neste cenário, os riscos não são triviais. Na leitura de Kawall, o estresse visto no mercado nos últimos dias leva em consideração as sinalizações de juros altos por ainda mais tempo nos Estados Unidos e as possíveis pressões inflacionárias advindas da expansão fiscal aqui no Brasil.

REUTERS/Ueslei Marcelino

Combinados, estes dois fatores podem levar o Banco Central a diminuir o ritmo de queda da Selic. “Mesmo que o governo conduzisse a política fiscal dentro dos ditames do arcabouço, seria difícil ir para uma Selic abaixo de 9%”, pondera o economista.

“Mas agora já parece difícil que vai ficar abaixo de 9,5% e, a depender do que acontecer até lá, talvez a gente nem consiga chegar a um dígito”, pontua Kawall, que vê como hipótese mais provável um corte de 0,25 p.p. já no próximo Copom, em maio.

LEIA MAIS: FMI projeta maior déficit primário e alta da dívida pública no Brasil em 2024

Na avaliação do economista, o bom crescimento do PIB em 2023 – 2,9%, acima do que se esperava no começo do ano – ficou muito concentrado no surpreendente desempenho do agronegócio, além das commodities minerais (petróleo e minério de ferro).

Já os setores de produtos com maior valor agregado (mais sensíveis a quedas nos juros) capengam. “O desempenho ainda está muito fraco, com produção abaixo do nível da pandemia”.

Eis o novo aviso: “O risco é a gente contratar mais uma desaceleração cíclica”.

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Abertura de vagas no setor privado dos EUA supera expectativas em março https://investnews.com.br/economia/abertura-de-vagas-no-setor-privado-dos-eua-supera-expectativas-em-marco/ Wed, 03 Apr 2024 12:42:23 +0000 https://investnews.com.br/?p=567710 WASHINGTON (Reuters) – A abertura de vagas no setor privado dos Estados Unidos superou as expectativas em março, apontando para a continuidade da força do mercado de trabalho.

Foram abertas 184.000 vagas de emprego no setor privado no mês passado, depois de 155.000 em fevereiro em dado revisado, segundo relatório da ADP.

Economistas consultados pela Reuters previam criação de 148.000 vagas no mês passado, contra 140.000 relatadas anteriormente em fevereiro.

O relatório da ADP, desenvolvido em conjunto com o Laboratório de Economia Digital de Stanford, foi publicado antes da divulgação, na sexta-feira, do relatório mais abrangente de empregos do Departamento do Trabalho, referente a março.

Ele tende a exagerar a desaceleração do mercado de trabalho em comparação com os dados oficiais de emprego. O mercado de trabalho está esfriando gradualmente após o aumento de 525 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve desde março de 2022.

Dados do governo na terça-feira mostraram que havia 1,36 vaga de emprego para cada pessoa desempregada em fevereiro, em comparação com 1,43 em janeiro.

De acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas, o relatório do Departamento do Trabalho deve mostrar abertura de 160.000 empregos no setor privado em março, de 223.000 em fevereiro.

A estimativa para o total de vagas abertas em março é de 200.000, contra 275.000 no mês anterior, com a taxa de desemprego permanecendo em 3,9%.

(Reportagem de Lucia Mutikani)

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O que um IPCA+ na vizinhança dos 6% pode fazer pelo seu bolso https://investnews.com.br/financas/o-que-um-ipca6-pode-fazer-pelo-seu-bolso/ Tue, 19 Mar 2024 20:09:37 +0000 https://investnews.com.br/?p=564101 “IPCA+6% é o mais próximo que o ser humano já chegou do céu”, escreveu uma vez o Faria Lima Elevator. 

Se é por aí (e, vamos convir que talvez seja mesmo), quem investe em Tesouro Direto mirando longo prazo volta a ter diante de si uma escada para o paraíso.

Na terça (19), os títulos IPCA+ com vencimento em 2035, os mais populares dessa categoria, chegaram à maior taxa no ano: 5,77%. O 2045, idem, a 5,89%.  

O IPCA+, para quem está menos familiarizado, paga a inflação mais um cascalho de juros acumulados até o vencimento. E nas fases de calmaria econômica esse juro real é só um cascalho mesmo. 

Exemplo: em novembro de 2019, com a Selic a módicos 5% e a inflação a 3,27%, o juro real do IPCA+2035 estava na casa dos 2,9%. Natural. O juro real da Selic era de menos de 2%, sem grandes perspectivas de  mudança (alô, mundo pré-pandemia). Logo, o prêmio do IPCA+ não tinha como ficar muito acima disso.    

Hoje a realidade é outra, você sabe. Com o juro real a mais de 6% (e a bola de cristal do Relatório Focus apontando para ainda grossos 5,20% ao final do ano), o IPCA+ fica pressionado para cima. O que nos traz aos atuais 5,77%. Agora, vamos ao que isso significa para quem investe.

IPCA+5,77% versus IPCA+4,50%

Colocar dinheiro em IPCA+ significa comprar títulos públicos por um valor e recebê-lo de volta corrigido pela inflação + os juros “combinados”, aqueles do dia em que você comprou, certo? Então. 

Na tarde de 19 de março, um IPCA+2035 “cheio” (um título inteiro) custava R$ 2.281. Compre um a juros reais de 5,77% e resgate, lá em 2035, R$ 4.248 em dinheiro de hoje (para os mais íntimos, esse era o “valor nominal atualizado” do título naquele momento). 

Note o “em dinheiro de hoje”. O valor numérico será bem maior, pois vai vir corrigido pela inflação, não só pelos juros. Mas isso não interessa. Mesmo que você resgate R$ 10 mil em 2035, essa grana terá o mesmo poder de compra que R$ 4.248 têm hoje. Para fazer as contas, você precisa usar o valor real. Ponto.  

E no fim das contas isso vai significar um ganho real de 86,2% em 11 anos

Agora imagine se a taxa estivesse não em 5,77%, mas em 4,50%, como estava de fato em agosto de 2021. O preço de cada título hoje não seria de R$ 2.281, mas de R$ 2.609. Seu lucro além da inflação, dessa forma ficaria em 62,8%.

Com a taxa em 2,90%, aquela lá de novembro de 2019, o preço seria de R$ 3.094. Ganho real de modestos 37,3% lá na frente. 

Não é o inferno, já que qualquer coisa acima da inflação protege o seu dinheiro. Mas, certamente, está longe do céu.      

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Brasil usará G-20 para promover reforma da ONU, diz embaixador https://investnews.com.br/economia/brasil-usara-g-20-para-promover-reforma-da-onu-diz-embaixador/ Mon, 18 Mar 2024 11:57:27 +0000 https://investnews.com.br/?p=563704 O Brasil quer aproveitar a presidência do G-20 este ano para pressionar por mudanças nas Nações Unidas e tornar a organização mais relevante para a resolução de conflitos mundiais, disse o ‘sherpa’ do país junto ao grupo das 20 principais economias. 

A país presidirá a reunião dos ministros de Relações Exteriores do G-20 este ano em Nova York, em concomitância com a Assembleia Geral da ONU em setembro, e não no Brasil, disse o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty. Ele disse que isso ajudará a enviar uma mensagem sobre a necessidade de reforma dentro da própria sede da ONU.

“Precisamos reformar a instituição”, disse o embaixador em entrevista em Washington, descrevendo a ONU como “principal agente para tentar preservar a paz e evitar conflitos.”

O G-20, que representa cerca de 85% do PIB mundial, teve seu papel auto-atribuído de “principal fórum para a cooperação econômica internacional” prejudicado pelos conflitos na Europa e no Oriente Médio — grandes ameaças econômicas globais sobre as quais seus membros não conseguem chegar a um consenso. Mas Carvalho Lyrio disse que é possível que os países do G-20 pressionem por reformas na ONU.

O embaixador ressaltou que atualmente há 183 conflitos em todo o mundo. “Estamos de volta aos tempos da Guerra Fria em termos de número de conflitos”, disse em entrevista após conversar com Joe Mathieu na TV Bloomberg.

O Conselho de Segurança da ONU enfrenta uma divisão que só aumentou desde a guerra na Ucrânia — com EUA, França e Reino Unido de um lado, e China e Rússia de outro. Carvalho Lyrio indicou que o Brasil se opõe à ideia de expulsar a Rússia, apelando a um Conselho de Segurança “mais inclusivo”, e não menos inclusivo.

“O Brasil apoia uma reforma do Conselho de Segurança”, disse Carvalho Lyrio. “Acreditamos que um Conselho de Segurança mais representativo seria o instrumento para que fosse mais eficaz.”

O conselho não deveria mais ser “um espelho das consequências da Segunda Guerra Mundial” e, em vez disso, refletir a realidade global atual, disse.

O Brasil quer se concentrar no combate à pobreza e à fome, mobilizar as nações contra as mudanças climáticas e reformar a governança global de instituições internacionais, como o Organização Mundial do Comércio, Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

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Boletim IN: Inflação ao produtor nos EUA e varejo do Brasil no foco https://investnews.com.br/economia/boletim-in-inflacao-ao-produtor-nos-eua-e-varejo-do-brasil-no-foco/ Thu, 14 Mar 2024 13:26:27 +0000 https://investnews.com.br/?p=563066 O Boletim InvestNews desta quinta-feira (14) começa de olho na agenda do dia, com o mercado aguardando dados sobre a inflação ao produtor dos Estados Unidos e do volume de vendas do varejo brasileiro. Antes de falar da agenda, uma explicação sobre a relevância destes indicadores na composição das leituras e expectativas do mercado e dos economistas.

Nas curtinhas, o pedido de recuperação judicial da Subway Brasil, meses após a administradora da rede no país, a SouthRock, entrar ela mesma em recuperação judicial. A Subway ficou de fora da RJ da SouthRock, mas os credores dos seus R$ 482 milhões em dívidas começaram a jogar duro. Também a mudança na presidência da Febrabran, a proposta da Oi para um grupamento de ações, os R$ 704 milhões levantados pelo GPA no follow-on de ontem e o recado dado pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, aos críticos da decisão da empresa não pagar dividendos extraordinários.

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PIB fica estável no último semestre de 2023; rumo em 2024 depende de Haddad e BC https://investnews.com.br/economia/pib-fica-estavel-no-ultimo-semestre-de-2023-rumo-em-2024-depende-de-haddad-e-bc/ Fri, 01 Mar 2024 16:38:59 +0000 https://investnews.com.br/?p=560391 A economia brasileira andou de lado nos últimos seis meses de 2023. Além da estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma revisão para baixo no dado do trimestre anterior, para zero, ante leitura original de alta de 0,1%. 

Em ambos os casos, os números se referem ao confronto trimestral. Ainda assim, depois de contrariar as previsões no primeiro e no segundo trimestres do ano passado, com crescimento acima do esperado, o PIB brasileiro frustrou as expectativas na reta final de 2023, embora sem registrar queda em nenhum período. 

“O PIB ficou de lado no último trimestre, mas fechou 2023 com alta sensivelmente acima do projetado pelo mercado no início do ano passado”

André Perfeito, economista 
Consumidores fazem compras em feira no Rio de Janeiro 02/09/2021 REUTERS/Ricardo Moraes

Apesar do crescimento de 2,9% do PIB nacional no acumulado de 2023, os sinais são de perda de tração da atividade doméstica no decorrer do segundo semestre, o que sugere que a economia brasileira está na iminência de engatar a marcha à ré neste ano. Portanto, o cenário de desaceleração da economia brasileira neste ano já era esperado.

Olhando para frente, o cenário base é de desaceleração da atividade econômica, ainda que cada vez mais contida”, afirma o economista do PicPay, Igor Cadilhac. Ele lembra que, de um lado, tem-se os efeitos defasados da política monetária; de outro, o ajuste fiscal concentrado na elevação de arrecadação via impostos.

Dobradinha Fazenda-BC

Tudo vai depender, então, dos estímulos a serem lançados na economia. Enquanto o Banco Central deve continuar reduzindo a taxa Selic, a queda do juro básico tende a animar tanto a oferta quanto a demanda. Por isso, o governo deve manter o rigor fiscal, conduzido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Se o governo mantiver a linha da política fiscal, 2024 pode até apresentar um crescimento econômico um pouco menor que o do ano anterior, mas com uma composição muito boa”

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, em comentário
Prédio do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

Também ex-secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, Salto explica que a indústria deve se recuperar, nas esteiras do aumento do consumo e da alta dos investimentos. Porém, é preciso que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva consiga conter as pressões por gastos adicionais, inclusive vindas por alas da esquerda.

Na mesma linha, o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, prevê uma sequência da retomada dos investimentos produtivos e da indústria à medida que o BC seguir diminuindo os juros. “Para a política monetária, o PIB não deve gerar alterações do plano de voo que tem sido apresentado pelo Copom”, diz, em comentário. 

Porém, o economista avalia que o consumo doméstico e o setor externo devem registrar um resultado mais fraco, uma vez que as condições favoráveis para os setores de serviços e da agropecuária que se fizeram presentes ao longo do primeiro semestre de 2023 não devem se repetir. Aliás, o agronegócio teve crescimento recorde no ano passado, de 15,1%. 

“Ou seja, apesar de mostrar estabilidade, a composição geral do PIB demonstra uma economia que desacelera em função do aperto monetário passado, mas não indica recessão iminente”.

Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset, em comentário 

Para ele, o BC deve proceder de forma gradual no afrouxamento monetário, iniciado em agosto. Apesar de certa cautela, Salto avalia que o momento é de otimismo. “Entendo que a redução dos juros (básicos) criou um pano de fundo instigante ao investimento, o que deve aparecer com maior força em 2024”, conclui o economista da Warren.

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Cinco assuntos quentes para o Brasil na semana https://investnews.com.br/economia/cinco-assuntos-quentes-para-o-brasil-na-semana/ Mon, 15 Jan 2024 11:48:37 +0000 https://investnews.com.br/?p=546144 A semana, que terá a liquidez afetada pelo feriado nos EUA nesta segunda-feira (15), traz dados de atividade no Brasil, PIB da China, falas do Fed e Livro Bege. Fernando Haddad volta de férias e deve discutir a MP da reoneração da folha. Principais líderes globais se encontram no Fórum Econômico Mundial de Davos. A B3 tem vencimento de opções sobre ações na sexta-feira. Veja os destaques:

Atividade e inflação

O IBC-Br de novembro, previsto para a quinta-feira, deve fechar uma semana de destaque para dados de atividade. A Bloomberg Economics espera pequena expansão e diz que um resultado mais fraco aumentaria chance de PIB negativo no quarto trimestre. O índice de serviços do mesmo mês sai no dia 16, com estimativa de alta de 0,3% sobre outubro. Um dia depois, saem as vendas no varejo. No campo da inflação, mercado monitora na segunda-feira as expectativas da Focus, depois do IPCA acima do previsto e com pressão de serviços. 

MP

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem se reunir na segunda-feira para discutir a medida provisória que propõe a reoneração gradual da folha de pagamentos, em meio à pressão de parlamentares pela devolução da MP. O ministro retorna das férias. A medida é vista como crucial para o cumprimento da meta de zerar o déficit fiscal neste ano.

  • Você sabe quem é Fernando Haddad? Conheça sua formação, cargos anteriores e mais

PIB e juro na China

A segunda maior economia do mundo divulga no dia 16 o PIB do quarto trimestre, que tem estimativa de expansão de 5,3% na comparação anual. A Bloomberg Economics prevê um PIB acima do consenso devido à baixa base de comparação de um ano atrás. PBOC decidiu pela manutenção da sua taxa de juros neste domingo, o que frustrou as expectativas de um corte. O país também divulga dados da indústria e varejo em dezembro nesta terça-feira.

Dados nos EUA

Os mercados ainda acompanham dados de varejo e atividade industrial nos EUA. Após o PPI aquém das expectativas, que reforçou as apostas em cortes de juros, várias falas de dirigentes do BC americano, como Michelle Bowman e Raphael Bostic, serão monitoradas, além do Livro Bege. 

Davos

O presidente da Argentina, Javier Milei, terá sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, com um discurso na quarta-feira. A presidente do BCE, Christine Lagarde, fala no mesmo dia. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da China, Li Qiang, também estarão presentes. Já o Brasil deve ter uma atuação mais discreta sem a presença do presidente Lula e de Haddad. O tema das notícias falsas é o maior risco global, em um ano carregado de eleições em vários países, segundo uma pesquisa do fórum — realçado pelo recente post falso na conta da SEC no X sobre a aprovação do ETF de Bitcoin.

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Pesquisa de Davos prevê um ano ‘precário’ para a economia mundial https://investnews.com.br/economia/pesquisa-de-davos-preve-um-ano-precario-para-a-economia-mundial/ Mon, 15 Jan 2024 11:25:16 +0000 https://investnews.com.br/?p=546132 A economia global enfrenta um ano de perspectivas de crescimento moderado e incertezas decorrentes de conflitos geopolíticos, condições de financiamento restritas e o impacto perturbador da inteligência artificial, segundo uma pesquisa com economistas divulgada nesta segunda-feira.

Realizada todos os anos antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial no resort suíço de Davos, a pesquisa com mais de 60 economistas-chefes dos setores público e privado de todo o mundo tenta esboçar as prioridades para os autoridades de política monetária e líderes empresariais.

Cerca de 56% dos entrevistados esperam que as condições econômicas globais gerais enfraqueçam este ano, com um alto grau de divergência regional. Enquanto a maioria prevê um crescimento moderado ou mais forte na China e nos Estados Unidos, houve um amplo consenso de que a Europa apresentará apenas um crescimento fraco ou muito fraco.

Equipe prepara local para reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos 13/01/2024. REUTERS/Denis Balibouse

A perspectiva para o Sul da Ásia e o Leste Asiático e Pacífico foi mais positiva, com uma grande maioria esperando um crescimento pelo menos moderado em 2024.

Refletindo os comentários dos principais bancos centrais do mundo, que sugerem que as taxas de juros atingiram o pico, 70% dos entrevistados esperam que as condições financeiras se afrouxem à medida que a inflação diminui e o aperto atual nos mercados de trabalho perde força.

A inteligência artificial deve deixar uma marca desigual na economia mundial: enquanto 94% esperavam que a IA aumente significativamente a produtividade nas economias de alta renda nos próximos cinco anos, apenas 53% previam o mesmo para as economias de baixa renda.

Separadamente, o Fórum divulgou um estudo sobre a “qualidade” do crescimento econômico em 107 economias, que concluiu que a maioria dos países está crescendo de maneiras que não são ambientalmente sustentáveis nem socialmente inclusivas.

“A retomada do crescimento global será essencial para enfrentar os principais desafios, mas o crescimento por si só não é suficiente”, disse Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Econômico Mundial.

O Fórum disse que vai lançar uma campanha para definir uma nova abordagem para o crescimento e ajudar os autoridades de política monetária a equilibrá-la com prioridades sociais, ambientais e outras.

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13 indicadores apontam o que esperar da economia brasileira https://investnews.com.br/cafeina/13-indicadores-apontam-o-que-esperar-da-economia-brasileira/ Mon, 15 Jan 2024 11:18:58 +0000 https://investnews.com.br/?p=546130

Neste Cafeína, Dony De Nuccio aponta para os principais indicadores macroeconômicos que vão influenciar a economia brasileira em 2024.

PIB, inflação, taxa de juros, emprego, impostos, varejo, supermercados, indústria e investimento estrangeiro foram analisados a fim de fornecer um panorama completo da situação econômica do país.

Foi comparado o desempenho econômico de 2022 e 2023 e analisadas as projeções
para 2024, oferecendo uma visão de onde a economia estava, onde está agora e para
onde parece estar se encaminhando.

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