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Fernando Haddad
De professor a ministro da Fazenda: veja sua trajetória por meio da sua formação, carreira profissional e política, vida pessoal e mais.
De professor a ministro da Fazenda: veja sua trajetória por meio da sua formação, carreira profissional e política, vida pessoal e mais.
| Nome Completo | Fernando Haddad |
| Local de Nascimento | São Paulo (SP) |
| Filhos | Frederico e Ana Carolina, nascidos, respectivamente, em 1992 e 2000 |
| Nacionalidade | Brasileiro |
| Formação | Bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) |
| Ocupação | Ministro da Fazenda |
| Fortuna | R$ 595 mil (declarados à Justiça Eleitoral em 2022) |
| Estado Civil | casado com Ana Estela Haddad |
Fernando Haddad, paulistano de 60 anos, é advogado, mestre em economia, professor universitário, advogado e doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele ocupa um dos cargos mais importantes do país: desde janeiro Haddad é ministro da Economia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele é o 155º ministro da Fazenda do Brasil.
Caso prefira, confira o conteúdo abaixo em áudio:
Haddad e a cidade de São Paulo fazem aniversário no mesmo dia: 25 de janeiro. O ministro, que passou a infância e a adolescência no bairro Planalto Paulista, zona sul de São Paulo, nasceu em 1963. Ele é o segundo de uma família de três filhos, juntamente com os irmãos Priscila e Lúcia. O pai, Khalil Haddad, emigrante do Líbano, chegou ao Brasil em 1947, aos 25 anos. Logo ele se estabeleceu como comerciante atacadista de tecidos. A mãe de Haddad, Norma Thereza Goussain Haddad, era brasileira, filha de libaneses e formada em Magistério no Liceu Pasteur.
Quando menino e adolescente, ele dividia o tempo entre os estudos e o esporte nos campinhos de várzea. Haddad jogava futebol, foi faixa preta de tae kwon do e lutou kung fu. Ele se destacou no time de handbol do Esporte Clube Sírio e chegou a ser vice-artilheiro do campeonato paulista, entre 1977 e 1978.
A pré-escola e o ensino fundamental do futuro político foram cursados no Ateneu Ricardo Nunes; o secundário, no Colégio Bandeirantes. O curso de Direito, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, foi iniciado em 1981. Haddad, com 18 anos à época, dividia seu tempo entre a faculdade e a ajuda que dava ao pai, na loja de tecidos da colônia antioquina na Rua 25 de março, um dos principais pontos de comércio do país.
O curso de Direito foi concluído em 1985. Um ano depois, Haddad teve a aprovação no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ainda em 1986, foi selecionado para o mestrado em Economia da USP, curso que concluiu em 1990. Ele passou um ano como aluno visitante da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), em 1989, elaborando a sua tese. O doutorado em Filosofia foi concluído em 1996, também na USP.
– 1983 – filiação ao PT
– 1985 – se formou em Direito
– 1990 – conclusão do mestrado em Economia
– 1996 – conclusão do doutorado em Filosofia
– 2001 – assume a subsecretaria de finanças – SP
– 2003| 2004 – integrou equipe do Ministério do Planejamento
– 2004| 2005 – assume a secretaria executiva do Ministério da Educação
– 2005 – assume o Ministério da Educação
– 2012 – assume o Ministério da Educação
– 2012 – ganha a eleição e se torna prefeito de São Paulo
– 2023 – assume o Ministério da Fazenda
Depois que se formou na USP, Haddad começou a carreira profissional, em 1986. Ele foi sócio do cunhado, Paulo Nazar, que tinha negócios na área de construção e incorporação. Mas, neste mesmo ano de 1986, o futuro ministro da Fazenda começou como analista de investimentos no Unibanco, atual banco Itaú.
Aos 34 anos, em 1997, Haddad passou no concurso para ser professor na USP, e como a dar aulas no departamento de Ciência Política. Ainda em 1997, a saúde do pai piorou e ele resolveu se desfazer do negócio da família, na região central de São Paulo.
Em 1998 Haddad começou uma experiência na área econômica. Ele foi consultor da FIPE, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, na qual coordenou o projeto de criação da tabela mensal de preços de carros novos, a Tabela Fipe, que foi lançada em maio de 2000.
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A militância estudantil, no terceiro ano da Faculdade de Direito da USP, foi uma espécie de começo para a carreira política. A ditadura militar acirrava o debate político nas universidades. Fernando Haddad fez uma imersão na leitura de Karl Marx. Nessa época ele teve conexão com o pensamento da Escola de Frankfurt e se aproximou de militantes que se revezavam na direção do Centro Acadêmico XI de Agosto. Haddad Fernando apoiou a nova chapa que concorria ao centro acadêmico, ironicamente chamada The Pravda – escrita com a junção das logomarcas dos jornais The New York Times (EUA) e Pravda (URSS).
Com a vitória, tornou-se, em 1984, presidente do centro acadêmico. Ele participou das passeatas e comícios do movimento das Diretas Já, em favor do restabelecimento de eleições diretas para Presidente da República.
Por seu envolvimento no movimento estudantil, Haddad foi espionado pelo exército e pelo SNI e aparece como um estudante envolvido nos debates nacionais e cercado de personagens da elite intelectual e política de São Paulo.
Fernando Haddad entrou na política brasileira num momento histórico para o PT. Na eleição municipal de 2000, o partido voltou ao comando da Prefeitura de São Paulo. E ele foi convidado a assumir a chefia de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico de São Paulo, entre 2001 e 2003. Em 2003 ele foi nomeado assessor especial do Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão, no primeiro governo Lula (2003-2006).
Haddad, no cargo, foi o responsável por implementar o projeto que viabilizou as PPPs, parcerias público-privadas em âmbito federal.
Terminadas as marcantes manifestações das Diretas Já, que pararam o país e declararam o fim da ditadura, Haddad começou os primeiros movimentos na carreira política, ao ocupar o principal cargo do Centro Acadêmico XI de Agosto. Ele desenvolveu relação com a CUT, a Central Única dos Trabalhadores, o que estimulou a filiação ao Partido dos Trabalhadores, quando o PT tinha apenas três anos de vida.
Mas o destaque político só aconteceria em 2001, quando Marta Suplicy o escolheu para chefiar a Fazenda de São Paulo.
Prédio do Ministério da Educação Crédito: Agência Brasil
No ano seguinte, Haddad foi para o Ministério da Educação (MEC), e ocupou a cadeira de secretário-executivo. Tarso Gento estava à frente da pasta, mas teve que deixar o MEC para assumir a presidência nacional do PT, quando as atenções se voltavam ao escândalo do mensalão.
Sendo assim, Haddad ficou no cargo, promovendo a consolidação do ProUni (Programa Universidade para Todos). Ele implementou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), além de criar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Haddad foi mantido no cargo no início do primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014). Mas, em janeiro de 2012, se afastou para se candidatar ao governo de São Paulo, com sucesso nas urnas. Perdeu, porém, ao tentar a reeleição.
O nome escolhido por Lula, para ser o candidato à vice-presidência da República na chapa dele, em 2018, foi Haddad. Lula era o candidato ao cargo, mas antes da condenação e prisão dele em abril daquele ano, no âmbito da Operação Lava Jato.
Haddad chegou a fazer parte da equipe de advogados que defendia o ex-presidente. O PT contestava a prisão de Lula, e alegava que o processo era perseguição política. Mesmo assim a candidatura foi oficializada e Haddad representava Lula nos compromissos de campanha e entrevistas.
Os eleitores, porém, se mostravam confusos. Um mês antes do primeiro turno da eleição, em setembro de 2018, Haddad passou a ser o candidato ao principal cargo do país, com Manuela D’Ávila como candidata a vice. Haddad conseguiu levar a candidatura para o segundo turno, mas o ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou a eleição.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Fernando Haddad foi escolhido pelo presidente Lula para ocupar o Ministério da Fazenda, no mandato que começou em 2023. O anúncio foi feito no governo de transição e causou impacto negativo no mercado financeiro.
“Tivemos que tomar medidas duras do ponto de vista fiscal, para trazer o déficit público para um patamar cada vez menor, mirando o equilíbrio das contas públicas”, disse o já empossado ministro da Fazenda, durante entrevista ao programa Bom dia, ministro, da estatal EBC.
O arcabouço fiscal gerou opiniões contraditórias entre os especialistas, que temiam que o novo governo gastasse demais com projetos sociais. Mas, pouco tempo depois, Haddad começou a ganhar a confiança do mercado.
Fernando Haddad é casado com Ana Estela Haddad, formada em odontologia e professora na USP. O casal tem dois filhos, Frederico e Ana Carolina, nascidos, respectivamente, em 1992 e 2000.
