Joe Biden – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Sat, 27 Apr 2024 22:25:54 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Joe Biden – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Lei de desinvestimento ou proibição abala influenciadores do TikTok que promovem conteúdo pró-Biden https://investnews.com.br/negocios/lei-de-desinvestimento-ou-proibicao-abala-influenciadores-do-tiktok-que-promovem-conteudo-pro-biden/ Sat, 27 Apr 2024 22:23:30 +0000 https://investnews.com.br/?p=574141 Quando o presidente Joe Biden retornou à Casa Branca após proferir seu discurso sobre o Estado da União, a influenciadora do TikTok de 23 anos, Awa Sanneh, juntou-se aos aplausos entusiasmados ao lado dos funcionários da administração reunidos no alpendre dos fundos da mansão. Biden disse ao grupo “quão importante” é o conteúdo das redes sociais para alcançar os eleitores da Geração Z, lembrou Sanneh, entre dezenas de criadores convidados para uma festa de observação naquela noite.

Apenas algumas semanas depois, Biden assinou uma lei que obriga a empresa controladora do TikTok, a ByteDance Ltd., sediada em Pequim, a vender sua participação ou enfrentar uma proibição nas lojas de aplicativos dos EUA. Isso abalou os criadores de mídia social cuja campanha tomou medidas sem precedentes para cortejar.

“Estou bastante crítica dele neste momento”, disse Sanneh, que participou de várias reuniões da administração e tem mais de 510 mil seguidores. “Se você realmente entendesse o impacto, então você gostaria de manter o TikTok.”

A adoção de Biden da lei de desinvestimento ou proibição exemplifica seus esforços para conter o que autoridades da administração e legisladores de ambos os partidos veem como uma crescente ameaça à segurança nacional da China. No entanto, ele continua a promover sua mensagem política na plataforma.

Foto: Stephen Maturen/Getty Images

Nenhum dos influenciadores que falaram à Bloomberg News disseram que Biden perdeu seus votos. No entanto, a nova lei provavelmente afastará os eleitores mais jovens, que impulsionaram o aplicativo para a relevância mainstream e são fundamentais para as vitórias eleitorais democratas. Muitos já estão pouco entusiasmados com a reeleição de Biden.

“Eleição após eleição, os jovens continuam nos mostrando que entendem as apostas deste momento e votarão como se seus futuros dependessem disso – porque dependem”, disse Seth Schuster, porta-voz da campanha de Biden.

Kenny Walden, que tem 167 mil seguidores no TikTok e participou de eventos na Casa Branca, postou um vídeo na plataforma expressando confusão sobre a decisão de Biden de apoiar a lei por preocupações com privacidade e segurança de dados.

“Sou contra isso, Joe”, disse Walden, cujo conteúdo se concentra em incentivar as pessoas a votarem em Biden. O presidente está silenciando sua “linha de frente de defesa”, acrescentou, referindo-se a criadores como ele.

Os opositores da lei dizem que ela ameaça a liberdade de expressão e foca na plataforma de mídia social em detrimento de outras que coletam dados dos usuários.

Os funcionários da Casa Branca mantêm que sua intenção não é proibir o TikTok de operar, mas forçar o proprietário chinês do aplicativo a desinvestir. O prazo de 270 dias para a ByteDance se estende além de novembro, permitindo que os usuários continuem postando durante as eleições.

“Isso se trata de nossa segurança nacional. Não são preocupações sobre os americanos usando o TikTok”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Certamente há tempo nos registros para ver como isso se desenrola.”

ByteDance deixou claro que não tem intenção de vender, e uma batalha legal prolongada é provável. Ao mesmo tempo, Donald Trump já está usando a perspectiva de uma proibição para cortejar eleitores mais jovens. Em uma postagem nas redes sociais antes que o projeto de lei passasse no Congresso, ele culpou Biden por iniciar uma proibição. Isso marcou uma reversão para Trump, que como presidente assinou uma ordem em 2020 proibindo o aplicativo, que foi posteriormente revogada na justiça.

A equipe de Biden diz que sua presença no aplicativo é uma parte vital de uma estratégia para alcançar os eleitores em tantas arenas quanto possível. O alcance do aplicativo é enorme: mais de 170 milhões de americanos têm contas, diz a empresa, e um terço dos adultos com menos de 30 anos obtêm suas notícias dele, segundo o Centro de Pesquisas Pew.

Em um esforço inédito para uma administração presidencial, os auxiliares de Biden estão em contato diário com influenciadores de mídia social ou seus gerentes. Enquanto isso, os funcionários da campanha estão considerando trazer criadores para sua sede, disse uma pessoa familiarizada com as deliberações.

As parcerias da campanha com criadores populares são ainda mais importantes, já que o TikTok proíbe a publicidade política. Organizar várias pessoas para promover conteúdo positivo supera a presença de Biden sozinho no aplicativo, segundo uma pessoa com conhecimento da estratégia.

A campanha de Biden lançou uma conta no TikTok durante o Super Bowl em fevereiro. Tem mais de 300 mil seguidores, o que é pouco comparado aos dos influenciadores mais populares. A campanha está tomando pelo menos uma precaução de segurança conhecida: os funcionários postam no aplicativo de um dispositivo separado.

Os funcionários de Biden já estavam enfrentando um cenário assustador no TikTok, mesmo antes de ele assinar a lei de desinvestimento ou proibição. As postagens negativas sobre o presidente de 81 anos proliferam na plataforma, impulsionadas pela frustração com sua condução da guerra em Gaza, sua idade e políticas climáticas.

“É muito anti-Biden”, disse Kerry Robertson, uma influenciadora de Minneapolis que apoia Biden, sobre o TikTok. “Sempre foi.”

“Mesmo que o algoritmo não me mostre nenhum tipo de conteúdo pró-Biden ou algo assim, sempre que faço esses vídeos, recebo muitos ‘Obrigado por isso'”, acrescentou.

Não há evidências claras de que o algoritmo do TikTok tenha uma inclinação política particular, segundo Neta Kligler-Vilenchik, professora associada de comunicação da Universidade Hebraica de Jerusalém. Mas, como é notoriamente opaco, apresenta um “problema” para quem busca entender sua crescente influência política, disse Ioana Literat, professora associada de comunicação da Universidade de Columbia.

“Olhe o que está acontecendo no TikTok”, disse Biden recentemente em um evento de angariação de fundos. “É tão fácil simplesmente mentir descaradamente e não saber o que é verdade, então temos muito em jogo aqui.”

É difícil medir o volume de sentimentos positivos ou negativos sobre Biden no TikTok porque a empresa restringe certos dados. Os usuários muitas vezes estão isolados em diferentes universos de conteúdo, onde seus feeds refletem os tópicos com os quais interagem mais, dizem os especialistas.

A equipe de Biden está fazendo o cálculo de que podem persuadir os eleitores desencantados a considerar apoiá-lo, em parte por meio de conteúdo online.

Antes do angariador de fundos de Biden no Radio City Music Hall em março, que contou com o comediante Stephen Colbert e os ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama, alguns criadores do TikTok participaram de uma mesa redonda com membros da equipe de campanha sobre estratégia digital, onde Biden parou para conversar com eles, resumiu um influenciador em um vídeo.

Finnegan Biden, neta de Biden, também ofereceu um happy hour para criadores no vizinho Pebble Bar antes da arrecadação de fundos.

Semelhante ao evento Radio City, as visitas aos bastidores da Casa Branca são um excelente alimento para as redes sociais. “Olha só: este guardanapo tem o selo do presidente”, disse Sanneh em um vídeo dentro de um banheiro da Casa Branca que atraiu 2,1 milhões de visualizações.

Se o TikTok desaparecer, o mesmo acontecerá com a fonte de receita dos influenciadores. Harry Sisson, um jovem de 21 anos que participou de reuniões oficiais e de campanha, está incentivando seus 850 mil seguidores do TikTok a assistirem vídeos em seu canal no YouTube, onde tem postado mais por causa da potencial proibição.

“Há muitos criadores no TikTok que os apoiam e fizeram muito trabalho para a campanha e para o presidente”, disse Sisson em entrevista. “Estou globalmente desapontado.”

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Por que a inflação é o problema político mais persistente para Biden https://investnews.com.br/economia/por-que-a-inflacao-e-o-problema-politico-mais-persistente-para-biden/ Tue, 16 Apr 2024 11:27:11 +0000 https://investnews.com.br/?p=570745 A inflação acabou sendo o problema mais complexo nos Estados Unidos enfrentado pelo presidente Joe Biden a menos de sete meses da eleição — mas não há muito o que a Casa Branca possa fazer para resolver a situação.

A questão voltou à tona na semana passada, minando uma série de desenvolvimentos econômicos e políticos positivos que ajudaram a melhorar a posição do democrata nas últimas pesquisas. O índice de preços ao consumidor, a medida dos preços de bens e serviços da economia como um todo, subiu 3,5% em março em relação ao ano anterior, uma inflação maior do que a esperada, e que foi recebida com insatisfação por muitos dos conselheiros do presidente.

A Casa Branca respondeu rapidamente, emitindo um comunicado com o presidente reconhecendo que o governo federal tem “de fazer mais para reduzir os custos para as famílias trabalhadoras”. Nos bastidores, funcionários do governo disseram que não havia solução mágica para desacelerar o aumento dos preços imediatamente, uma questão que persegue o presidente há anos.

Para ler a íntegra da matéria do The Wall Street Journal, clique aqui.

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Campanha de Biden arrecada US$ 190 milhões no 1º trimestre de 2024  https://investnews.com.br/economia/campanha-de-biden-arrecada-quase-us-190-milhoes-no-1o-trimestre-de-2024/ Sat, 06 Apr 2024 17:05:50 +0000 https://investnews.com.br/?p=568796 Por Stephanie Kelly

(Reuters) – A campanha de reeleição do presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou neste sábado que arrecadou mais de 187 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024, quase dobrando o que havia acumulado durante o trimestre anterior.

Apenas em março, quando Biden selou a indicação do Partido Democrata, a campanha arrecadou mais de 90 milhões de dólares, após 53 milhões no mês anterior. A equipe também relatou 192 milhões de dólares de dinheiro em caixa, o que, segundo ela, é mais do que qualquer candidato democrata teve neste momento do ciclo eleitoral na história.

A campanha de Biden tem arrecadado mais dinheiro antes da eleição de novembro do que seu adversário republicano, Donald Trump. As análises atribuem isso ao status de incumbente de Biden e ao apoio de antecessores democratas.

Em março, os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton se juntaram a Biden em um badalado evento de arrecadação de fundos em Nova York que, de acordo com os organizadores, levantou mais de 25 milhões de dólares.

A campanha afirmou que os fundos anunciados neste sábado vieram por todas as fontes de arrecadação, que no passado incluíram a campanha de Biden, o Comitê Nacional Democrata e comitês conjuntos de arrecadação.

No primeiro trimestre, 96% das doações foram de menos de 200 dólares, com mais 1,1 milhão de doadores fazendo mais de 1,9 milhão de contribuições, disse a campanha.

Ainda acrescentou que tinha mais de 210.000 doadores fixos, mais que o dobro do que neste ponto durante o ciclo de 2020, no qual Biden venceu Trump.

A campanha está embarcando em um esforço de mídia de seis semanas de 30 milhões de dólares em Estados cruciais para a eleição de novembro, incluindo anúncios direcionados a eleitores latinos, negros, asiáticos-americanos e das ilhas do Pacífico, além de apoiadores de Nikki Haley que desistiu do seu improvável desafio a Trump pela indicação do Partido Republicano.

Biden visitou todos os Estados cruciais em menos de 20 dias e representantes da campanha realizaram 69 evento em março, segundo a campanha.

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Biden sanciona pacote de US$ 1,2 trilhão e evita paralisação do governo https://investnews.com.br/economia/biden-sanciona-pacote-de-us-12-trilhao-e-evita-paralisacao-do-governo/ Sat, 23 Mar 2024 17:51:29 +0000 https://investnews.com.br/?p=565702 WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou neste sábado um projeto de lei orçamentária de 1,2 trilhão de dólares para manter o governo norte-americano financiado durante o ano fiscal, que começou há seis meses, e evitar uma paralisação parcial, conforme comunicado divulgado pela Casa Branca.

“O projeto de lei de financiamento bipartidário que acabei de sancionar mantém o governo aberto, investe no povo americano e fortalece a nossa economia e segurança nacional”, disse Biden no comunicado.

As principais agências federais, incluindo os departamentos de Segurança Nacional, Justiça, Estado e Tesouro, que abriga o Internal Revenue Service (IRS), equivalente da Receita Federal nos EUA, permanecerão financiadas até 30 de setembro, após a aprovação do projeto de lei no Senado, de maioria democrata.

Porém, a medida não incluiu o financiamento para grande parte da ajuda militar à Ucrânia, Taiwan ou Israel, que estão incluídos em um projeto de lei diferente aprovado pelo Senado que a Câmara dos Deputados, liderada pelos republicanos, ignorou.

A comunidade empresarial recebeu com satisfação a aprovação da lei de despesas e se comprometeu a continuar trabalhando junto às autoridades para promover uma legislação que melhore os incentivos fiscais para empresas e famílias de baixa renda.

Os líderes do Senado passaram horas na sexta-feira negociando uma série de emendas ao projeto de lei orçamentária que acabaram sendo derrotadas. O atraso acabou indo para além do prazo da meia-noite de sexta-feira, no horário local.

Mas o gabinete de gestão e orçamento da Casa Branca emitiu um comunicado dizendo que as agências não seriam obrigadas a fechar, expressando confiança de que o Senado aprovaria prontamente o projeto de lei, o que aconteceu.

Enquanto o Congresso discutia o projeto de lei, profundas divisões partidárias ficaram novamente em evidência, bem como amargos desacordos dentro da estreita e fragmentada maioria republicana da Câmara. A deputada conservadora Marjorie Taylor Greene ameaçou forçar uma votação para tirar o presidente da Câmara, Mike Johnson, um colega republicano, por permitir a aprovação da medida.

O projeto de lei de 1.012 páginas fornece 886 bilhões de dólares em financiamento para o Departamento de Defesa, incluindo um aumento para as tropas norte-americanas. Biden, um democrata, tem indicado que o sancionará.

(Reportagem de Andrea Shalal e Ismail Shakil)

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Eleição nos EUA: um fator menos importante para o mercado do que parece https://investnews.com.br/economia/eleicao-nos-eua-um-fator-menos-importante-para-o-mercado-do-que-parece/ Thu, 21 Mar 2024 22:08:44 +0000 https://investnews.com.br/?p=565212 A revanche entre Donald Trump e Joe Biden em novembro é, talvez, o principal evento mundial deste ano. As eleições presidenciais ganham ainda mais importância para o mercado financeiro, à medida que os cortes de juros pelo Federal Reserve se aproximam. 

Diante da incerteza sobre o momento exato em que as reduções vão acontecer, investidores não descartam a influência política nas decisões do Fed. A expectativa é de corte em junho, seguido de outras duas reduções ao final de cada trimestre, em setembro e dezembro.

O economista Tony Volpon, professor adjunto da Georgetown University e ex-diretor do Banco Central, avalia que não será dois ou três cortes de 0,25 ponto porcentual (pp) na taxa dos Fed Funds que irão ajudar o atual presidente a se reeleger. 

O que pode impulsionar a candidatura de Biden, ressalta Volpon, é o crescimento da economia. Aliás, o Fed elevou a previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 2,1%, ante estimativa anterior de alta de 1,4%. 

“Os bancos centrais são autônomos”, lembra Ricardo Jorge, especialista em mercado de capitais e sócio da Quantzed. “Logo, não se espera qualquer tipo de interferência política na condução da política monetária”.

Um levantamento feito pela Capital Economics, inclusive, mostra que boa parte das eleições ao longo da história basicamente não tiveram impacto para os mercados, mesmo quando atraíram muita atenção. 

“A influência econômica das eleições é, muitas vezes, exagerada”

Ariane Curtis, economista sênior global da Capital Economics, em relatório

Outros fatores, como choques de oferta, são bem mais determinantes para o desempenho econômico ou a condução da política monetária. O mesmo vale para as reações do mercado, especialmente no curto prazo. 

Reação do mercado após eleições é temporária (REUTERS/Brendan McDermid)

Ainda que os investidores frequentemente fiquem ansiosos em saber se o resultado das eleições americanas deste ano terá impacto significativo no desempenho da carteira, o UBS ressalta que apenas duas dúzias de eleições presidenciais nos EUA ocorreram desde 1928. 

“Embora o resultado de qualquer eleição possa ter um impacto temporário no sentimento do mercado, pode-se dizer que o presidente em exercício tem tanta responsabilidade, ou mais, que o presidente eleito pelo desempenho do mercado quando ocorre uma mudança de governo”, afirma Alejo Czerwonko, CIO de mercados emergentes Americas do UBS, em relatório.

O caso do Brasil

Diferentemente do que acontece nos EUA, Brasil é um dos países onde eleições tiveram, sim, grandes impactos econômicos. Não por conta dos pleitos em si, mas porque uma eventual troca de governo poderia descarrilar a política monetária.

Estamos falando do período em que Fernando Henrique Cardoso foi eleito pela primeira vez, em 1994. À época, o país vivia os primeiros meses do Plano Real, que vinha se provando com como a arma mais poderosa na luta contra quase uma década de hiperinflação.

Uma derrota de FHC em 1994 poderia jogar o Plano por terra. Quatro anos depois, FHC foi reeleito e decidiu abandonar a paridade cambial, adotando, então, o regime de metas de inflação – mais um passo fundamental para a evolução da economia economia brasileira; como seria, em 2021, a lei que determinou a autonomia do nosso banco central.

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Menor rejeição pode definir eleições americanas – enquanto ativos de risco surfam bem com Trump https://investnews.com.br/economia/menor-rejeicao-pode-decidir-eleicoes-americanas-enquanto-ativos-de-risco-surfam-bem-com-trump/ Tue, 20 Feb 2024 08:00:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=557875 O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o atual, Joe Biden, aparecem tecnicamente empatados na corrida eleitoral para a Casa Branca em pesquisa da AtlasIntel divulgada recentemente. O pré-candidato republicano registrou 43,9% das intenções de voto, contra 42,3% do democrata. Nesta seara, a menor rejeição pode ser um fator decisivo. Enquanto um segundo mandato de Trump teria impacto positivo nos mercados, a baixa popularidade de seu oponente é atribuída a preocupações econômicas.

Com a desvantagem de Biden, os democratas consideram candidatos alternativos para disputar a Casa Branca. E o nome de Michele Obama aparece com força. Aliás, ela seria a única pessoa a vencer, segundo a pesquisa da Atlas, que marcou 41,6% das intenções de voto para Michele contra 39% de Trump.

Mas a questão é que a mulher do ex-presidente Barack Obama nunca se posicionou de forma pública sobre uma possível carreira política.

Os editoriais das grandes mídias americanas, como o The New York Times, vêm publicando sobre Biden estar pouco a pouco dando sinais de declínio cognitivo, sendo este um possível obstáculo à sua reeleição. 

Um relatório do procurador especial Robert Hur aponta que o presidente não estaria se  recordando de fatos básicos da sua vida, e que lapsos de memória já se tornaram públicos. A questão é que, até que se prove, isso não seria motivo suficiente para fazê-lo se retirar da corrida de 2024.

Trump também não pode ser descartado do jogo, uma vez que muito vem sendo noticiado sobre a possível inelegibilidade do candidato frente à acusação de que ele teria participado de uma insurreição contra os Estados Unidos no ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021.

Segundo Maurício José Moura, doutor em economia e estrategista político, Trump, se eleito, pode se auto perdoar pelos crimes federais (o que não acontece com os estaduais).

“Não existe uma ficha limpa nos EUA, como no Brasil. Em teoria, você pode até ser candidato e tomar posse condenado de dentro da cadeia. Juridicamente, é possível ganhar, tomar posse, trabalhar em prisão domiciliar da Casa Branca. As situações legais são infinitas”.  

Maurício José Moura, doutor em economia e estrategista político

A questão agora é sobre qual será a reação dos eleitores em relação a potenciais condenações de Trump a uma série de julgamentos pré-agendados nesse período. 

“As pesquisas mostram que os independentes têm muita dificuldade em votar nele se for condenado. E é muito difícil você ganhar a eleição sem conquistar votos independentes, já que uma base democrata ou republicana, sozinhas, não sustentam as eleições”, aponta.

Até então, as possibilidades parecem recair mais sobre uma vitória republicana. Sobre isso e os impactos nos mercados, a Kinea pontua que Trump dobraria sua aposta nas políticas iniciadas no primeiro mandato e suspensas durante o governo Biden.

O impacto nos mercados

Um segundo governo Trump seria positivo para ativos de risco dentro dos Estados Unidos, com efeitos mais dúbios no exterior. A visão da Kinea é guiada principalmente pelo efeito que os possíveis cortes de impostos corporativos devem ter sobre o S&P500, de forma semelhante ao observado durante seu primeiro mandato.

“Talvez seja dentro dos setores do S&P500 que os efeitos sejam mais sentidos. As políticas de Donald Trump tendem a influenciar, principalmente, os setores que mais se beneficiam de cortes de impostos, relaxamento de regulação e gastos com defesa”.

Entre esses setores, o financeiro seria novamente um dos que provavelmente mais se beneficiaria desse processo, de forma similar ao observado no primeiro mandato. Reduções de impostos e relaxamento regulatório, combinados a um ambiente de cortes de juros pelo Fed e curva de juros mais inclinada, podem ser um importante propulsor para o setor.

Como principal parte de sua agenda, Trump deve promover a extensão do corte de impostos que ele aprovou durante seu primeiro mandato, uma vez que boa parte deles expira até 2026. Existe ainda uma discussão de que essa proposta possa vir juntamente com outro corte do Imposto de Renda corporativo, dos atuais 21% para 15%, com prováveis efeitos positivos para os ativos de risco. 

Para a Kinea, o risco da medida é se ela não estiver amparada por uma contrapartida, fazendo deteriorar o déficit fiscal, o que impacta na curva de juros. “Um corte de impostos sozinho seria improvável. Mas sempre há riscos”, aponta o economista da Kinea, André Diniz.

O grande choque, no entanto, viria com uma outra medida de impostos. Mais importante para os ativos de risco, Trump já anuncia abertamente em seus discursos que pretende aumentar tarifas de importação, como continuação de sua política de guerra comercial (“Make America great again”), trazendo a indústria de volta para o território norte-americano. 

“Se de fato isso for implementado, essa medida protecionista vai triplicar as tarifas médias dos EUA com todos os parceiros, com a  Europa sofrendo mais, mesmo ela sendo uma boa parceira comercial”, observa Diniz.

Em contrapartida, o meio corporativo americano ficaria fortalecido, repercutindo positivamente nos balanços das companhias e tornando-as mais competitivas, o que atrairia dinheiro para a bolsa e seria positivo para o dólar.

O grande ponto é que, dentro dessa política tarifária, Trump intensificaria sua guerra comercial com a China, buscando eliminar a dependência de importações em áreas críticas e substituir gradualmente a dependência de bens essenciais, além de cancelar contratos federais com empresas chinesas. “E se colocadas maiores tarifas de importação, protege-se a indústria local e com uma economia forte, ganha-se mais market share’

Logo, o setor industrial norte-americano, principalmente a parte de automação, deve ser um dos principais beneficiados.

Um outro setor que não passaria despercebido em um segundo mandato de Trump é o de biotecnologia, segundo a Kinea. “O setor negocia hoje bastante descontado em relação a seu histórico, e tende a se beneficiar de governos republicanos, em virtude do constante desejo de governos democratas em regular a compra de medicamentos por parte do governo”.

O setor de defesa, por sua vez, também é apontado como um bom catalisador de ganhos em caso de vitória republicana, uma vez que historicamente ele tende a negociar a múltiplos mais elevados pela maior propensão a gastos militares pelo partido.

Já analisando exportadoras brasileiras listadas na B3 (que têm peso relevante no Ibovespa), o impacto de uma vitória “trumpista”  tende a ser menos direto uma vez que o foco das tarifas comerciais do candidato é na parte industrial de bens finais, “o que o Brasil compete menos”, na visão do economista da gestora. “Pode recair sobre aço, como no primeiro mandato, mas é mais marginal, já que os EUA não é um grande consumidor de commodities brasileiras”. 

“É mais importante olharmos o que está acontecendo na China do que para a eleição dos EUA. O impacto tende a ser mais em ativos financeiros do que via empresas brasileiras exportadoras”.

andré diniz, economista da kinea

A baixa popularidade de Biden

Segundo Maurício Moura, um dos problemas da baixa popularidade de Biden é a economia americana, com inflação se arrastando em seu governo, juros mais altos, “pontos que os americanos não lidam bem”. Isso porque o preço dos financiamentos imobiliários são diretamente impactados, sendo os principais gastos dos americanos. Também há reclamações em relação ao preço dos alimentos e do combustível.

“A grande pergunta é como vai estar a economia em novembro. Vamos ter recessão, como alguns economistas dizem? Ou vamos ver um soft landing (que é quando se passa por um período de juros altos sem problema de crescimento econômico)”? 

Moura, que também fundou o Idea – Instituto de pesquisas eleitorais, diz que essa é uma eleição dos dois candidatos mais impopulares da história dos Estados Unidos, sendo decidida por quem tem a menor rejeição, na figura do Trump ou de Biden.

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Após período defensivo, ativos de risco são a bola da vez para Ibiuna, Legacy, Genoa, Kinea e Verde https://investnews.com.br/financas/apos-periodo-defensivo-ativos-de-risco-sao-a-bola-da-vez-para-ibiuna-legacy-genoa-kinea-e-verde/ Fri, 16 Feb 2024 08:00:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=556712 É consenso entre algumas das principais gestoras independentes Ibiuna, Legacy, Genoa, Kinea e Verde que o cenário atual é propício para ativos de risco, o que inclui mercados emergentes. Juros mais fracos ao redor do globo, crédito menos restritivo e mais barato para as companhias, além de um dólar mais fraco parecem dar o tom do cenário que o investidor vai encontrar em 2024.

O cerne das recentes cartas publicadas pelas gestoras esbarra, em grande medida, no ritmo de corte de juros que o Federal Reserve (FED) pode adotar, o que tende a influenciar o preço dos ativos ao longo do ano. A expectativa mais recente dá conta de um primeiro corte em junho.

Segundo a Ibiuna, houve um exagero na precificação dos cortes na curva futura dos juros americanos. Por isso, alguma correção seria esperada. “Em nosso cenário central, o Fed começará a cortar os juros apenas no segundo trimestre e com parcimônia levará a taxa básica de juros a níveis próximos à neutralidade”. 

Ainda assim, janeiro encerrou com a taxa de 10 anos dos Treasuries dos Estados Unidos (títulos da dívida norte-americana) novamente próxima de 3,90% (depois de bater 4,18%), enquanto o S&P 500 tem fechado perto das máximas históricas. A Ibiuna vê o cenário como “construtivo”, após ter reduzido sua posição aplicada em bonds de 10 anos – títulos vistos como um “seguro” contra uma desaceleração acentuada da economia.

“Acreditamos que a queda de juros nos EUA é benéfica para renda fixa internacional, tanto atraindo novos recursos para a classe de ativos, como melhorando os fundamentos das companhias, via queda no custo da dívida”.

ibiuna, em sua última carta de gestão

A Kinea, por sua vez, fez em sua carta uma analogia da economia americana com Rocky Balboa, personagem do filme “Rocky“, interpretado por Sylvester Stallone. A imagem icônica do boxeador é correlacionada à resiliência norte-americana. “Sempre subestimado, mas igualmente determinado a vencer seus adversários, mesmo quando sofre no início da luta”, descreve a gestora.

Reprodução de imagem da carta da Kinea que faz analogia da economia americana com Rocky Balboa, personagem de “Rocky“.

Os gestores da casa apontam que, por anos, escutam a previsão de que, inevitavelmente, os EUA cederiam sua hegemonia à China no decorrer deste século. Porém, a Kinea parafraseia o escritor Mark Twain ao dizer que “notícias da morte da economia e do mercado norte-americano foram grandemente exageradas”.

Durante o mês de janeiro, a casa testemunhou a resiliência americana em diversas frentes: no mercado acionário, na força do dólar, fortes vendas no varejo, pedidos de auxílio desemprego voltando às mínimas históricas, além de taxas de juros mais altas quando comparadas ao final de 2023.

“Ao longo dos últimos 12 meses, o mercado norte-americano se colocou cabeça e ombro acima de seus competidores. Especificamente com relação à China, o resultado foi um massacre”, apontam.

Kinea, em SUA ÚLTIMA carta de gestão

O S&P 500 subiu mais de 28% desde o início de 2023 até janeiro deste ano, atingindo um novo recorde, sendo que seus equivalentes no mercado da China e Hong Kong amargaram quedas bruscas, ambos próximos a 20%.

A questão é que a boa performance do mercado americano nesse início de ano foi impulsionada pela Nasdaq, que, liderada pelo setor de semicondutores e algumas das grandes empresas de tecnologia como Microsoft e Meta, manteve performance distinta de seus pares de tecnologia chineses, que continuam recuando.

Por isso, a Kinea apontou continuar comprada em um mix de “temas seculares” como semicondutores, inteligência artificial, urânio e biotecnologia.

A Verde Asset, por sua vez, apontou ter ajustado sua alocação com maior exposição em papéis de tecnologia e os defensivos em comparação aos cíclicos por meio de seu fundo global. 

Mas a casa fez questão de pontuar que o bom desempenho das bolsas americanas não foi apenas puxado pelas “7 Magníficas”, mas também por dados que indicam uma melhoria na confiança do consumidor, acompanhada de expectativas de queda na inflação. 

A gestora de Luis Stuhlberger apontou ainda estar comprada em juro real americano, além de manter uma pequena alocação em petróleo e exposição em crédito high yield local e global. Em moedas, a Verde manteve posições compradas em real, peso mexicano e rúpia indiana, financiadas por posições vendidas em euro, renmini chinês, além de uma nova posição vendida em dólar de Taiwan.

Além disso, aumentou exposição em ações brasileiras e manteve a posição aplicada em juros reais – também brasileiros.

Da mesma forma, a Kinea informou que segue comprada em ativos “made in Brazil“, já que o entendimento é de que o valuation dos ativos locais está atrativo.

Comprados em Brasil

E por falar em território doméstico, outro ponto destacado pela Kinea foi a divulgação, por parte do governo, do plano “Nova Indústria Brasil” anunciado recentemente e que oferecerá subsídios e apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) a diferentes setores.

“Apesar dos ares de déjà vu da Nova Matriz Econômica e do risco fiscal crescente ao longo do mandato do presidente Lula, seguimos apostando que os riscos no curto prazo estão controlados”. 

kinea, em SUA ÚLTIMA carta de gestão

A justificativa é devido não haver, até o momento, gatilhos claros para uma guinada populista, como uma recessão ou queda acentuada de popularidade – “tendo em vista que o desemprego e a inflação estão baixos”.

Nesse sentido, a gestora permanece comprada em real, dado o diferencial de juros atrativos, com o início do ciclo de corte do Fed no radar. A questão é que a casa conta que isso ocorra ainda no 1º semestre, da mesma forma que a Legacy.  

Mas o entendimento desta última é que os elevados juros reais tendem a desacelerar as concessões de crédito, em especial, para pequenas e médias empresas, o que deve contribuir para a desaceleração da atividade econômica.

A gestora também chama a atenção para a quantidade de pedidos de recuperação judicial feitos em 2023 – atingindo patamares só vistos na recessão de 2015/2016. 

Em paralelo a isso, a Ibiuna acredita que o ciclo de queda da taxa Selic tende a reduzir as despesas financeiras das companhias, além de gerar algum crescimento de resultados operacionais. 

Como exemplo, cita a locadora de veículos Localiza, já que o ruído referente aos maus resultados da divisão de semi-novos (uma consequência das taxas de depreciação aplicadas em sua frota), tendem a convergir para resultados atrativos no médio prazo.

Cielo, PagSeguro e Stone devem se beneficiar da retomada de demanda e redução de custo de capital, além de alguma melhora do ambiente de crédito, na visão da gestora.

 “Com as empresas sendo negociadas em valuations razoáveis, parece ser um investimento interessante para os próximos meses”, aponta a Legacy. 

Se a visão da Genoa Capital estiver correta, as condições econômicas do país seguem indicando pouca urgência para que o Banco Central acelere o ritmo de cortes de juros. 

“O desemprego segue próximo das mínimas históricas, a massa de salários têm crescido de maneira bastante robusta […]. Com uma economia resiliente, há pouco incentivo para que o BC sinalize uma grande alteração em seu plano de voo”.

GENOA CAPITAL, EM SUA ÚLTIMA CARTA DE GESTÃO

A carteira da gestora segue comprada em real, agora também contra uma cesta de moedas e contra o euro. No Brasil, há posições taticamente tomadas nos juros nominais e vendidas em inflação. 

Já na seara global, a casa segue “liquidamente comprada” em ações nos EUA, em especial,  nos setores financeiro, de utilidades públicas, energia e consumo. Mas isso também se aplica a empresas brasileiras.

Na ponta vendida estão os setores de transportes e de alimentos e bebidas, com índices globais servindo como ativos de proteção.

Eleições nos EUA: um risco precificado

Na régua dos riscos, segue uníssona a corrida à Casa Branca, cujo desfecho se dará em novembro. O mercado parece já ter precificado um cenário de disputa entre Biden e Trump – o mais provável que se desenha até então – prevendo reações para as vitórias de um ou de outro.

Biden e Trump| Imagem wikipedia.org

Segundo a Ibiuna, o discurso do ex-presidente segue no sentido de “dobrar a aposta” nas políticas econômicas do seu mandato, principalmente em relação a barreiras e tarifas comerciais, o que seria bastante “pernicioso” para mercados emergentes, “principalmente para os exportadores”, aponta a gestora em carta.

Já a Legacy pontua que a perspectiva de vitória de Trump (o favorito nas pesquisas de intenção de voto) pode atenuar e mesmo reverter a tendência de enfraquecimento do dólar que se desenha pelo cenário macro, uma vez que o ex-presidente implementaria a imposição de tarifas à importação de bens.

Quanto à situação fiscal da maior economia do mundo, essa tende a permanecer vulnerável ao longo dos próximos anos, qualquer que seja o presidente eleito, pontua a gestora.

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Acordo tem custo e posterga problema da dívida nos EUA, dizem especialistas https://investnews.com.br/economia/acordo-tem-custo-e-posterga-problema-da-divida-nos-eua-dizem-especialistas/ Sat, 03 Jun 2023 01:01:25 +0000 https://investnews.com.br/?p=488324 A aprovação pelo Congresso de um acordo para evitar o calote da dívida dos Estados Unidos foi bem recebida pelo mercado, por retirar do radar – ao menos temporariamente – um fator de incerteza. No entanto, especialistas apontam que as contrapartidas para o acordo têm seus efeitos, e destacam ainda que, mais uma vez, o problema sobre o teto da dívida dos Estados Unidos foi jogado para frente. 

Capitólio dos Estados Unidos, Washington 24/5/2023 REUTERS/Jonathan Ernst

Depois de vários dias de negociação entre republicanos e democratas, o acordo que suspende o teto de US$ 31,4 trilhões da dívida foi aprovado na noite desta quinta-feira (1º) – a poucos dias da data de 5 de junho, quando o Tesouro norte-americano ficaria sem dinheiro. Com a legislação aprovada, o limite de empréstimos federais será suspenso até 1º de janeiro de 2025.

Apesar do alívio pelo acordo, a situação não é inédita. “Nas últimas sete décadas, o teto da dívida americana foi aumentado 78 vezes”, comenta Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais, acrescentando que, então, “é possível que a próxima discussão seja mais um embate para um aumento”. 

Marco Saravalle, analista e sócio-fundador da SaraInvest, concorda. “O que a gente sabe é que talvez os gastos americanos vão continuar subindo ao longo dos próximos anos. Ou seja, esse assunto vai voltar em algum momento. Talvez após as próximas eleições presidenciais. Com certeza vai voltar à pauta.”

Presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, e presidente norte-americano, Joe Biden 22/05/2023. REUTERS/Leah Millis/File Photo

Nesse sentido, a crítica é que essa sucessão de acordos apenas “posterga” uma solução mais estrutural do problema. É o que aponta Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, que afirma que o ideal seria “chegar a uma solução que seja sustentável a longo prazo, e não apenas ‘empurrar’ com a barriga e ir subindo o teto da dívida indiscriminadamente”. 

Por isso, o especialista comenta que o prazo do acordo agora pode “dar tempo para pensarem em uma estrutura mais eficiente que o modelo atual“, que seria melhor “do que simplesmente aumentar o limite do cartão do crédito”.

O custo do acordo

Os especialistas também comentam o custo que o acordo terá ao governo de Joe Biden. Isso porque, desde as negociações, o grande impasse era que os republicanos exigiam medidas de corte de gastos para elevar ou suspender o teto da dívida. Para solucionar a questão, então, o governo teve que fazer concessões – o que tem seus impactos. 

“Teve corte de alguns gastos que o próprio Biden tinha aprovado para fazer modernização em algumas áreas do governo, isso teve que ser cortado. Também os recursos que teoricamente sobraram da época da covid, isso também foi cancelado”, lista Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos. 

“Além disso, que acho que é o mais duro das regras, o que foi acordado é que os gastos de 2024 vão ser mantidos no mesmo nível de 2023. É relativamente restritivo, dado que você tem, bem ou mal, alguma inflação nesse período. Além disso, para 2025, também foi acordado um crescimento só de 1% dos gastos sobre a base de 2024”, destaca ele. 

Diante das regras e do números, o economista avalia que, no final das contas, o acordo funcionou, sim, como uma elevação do teto da dívida, apesar de ser formalmente apenas uma suspensão temporária. 

“Fazendo as contas, você vai deixar com que os gastos subam em torno de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões daqui até 2024. Então isso seria equivalente ao aumento do teto da dívida. No final, você continua com o mecanismo implícito.”

Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos

De qualquer forma, ele aponta que, no final das contas, “por mais que tenha uma resolução, a gente sabe que tem custos. Teve a questão do gasto sendo contido”.

Outro efeito: menos liquidez

Além da incerteza sobre o tema – que, naturalmente, leva volatilidade aos mercados financeiros – Alejandro Ortiz, analista da Guide Investimentos, cita outro fator de pressão em torno da discussão sobre a dívida dos EUA: a redução da liquidez (ou seja, quantidade de dinheiro no mercado) após a decisão do Congresso. 

“A elevação do teto da dívida vai permitir ao Tesouro americano retornar com as emissões de dívida pública. Então, ele vai ofertar muitos títulos no mercado, o que significa dizer que ele vai retirar liquidez do mercado. E isso pode ser um pouco mais desafiador para os ativos de risco como um todo.”

O mercado confia?

Apesar da iminência de um calote da dívida dos EUA ter potencial catastrófico sobre os mercados, a recorrência desse tipo de discussão reduz a desconfiança entre os investidores. 

Operadores trabalham na Bolsa de Valores de Nova York 17/08/2022 REUTERS/Brendan McDermid

Em outras palavras, é como se o mercado já não acreditasse mais na possibilidade de calote, como aponta a economista Ariane Benedito, que acrescenta, porém: “de qualquer forma, o mercado precifica expectativas, o que faz as discussões causarem volatilidade, impactando os ativos de risco”.

Mas, mesmo após os dias de incertezas, o mercado de títulos soberanos dos EUA segue considerado o mais seguro. Alves, da Ação Brasil, ressalta no entanto que deve haver atenção, já que, “em se tratando dos EUA, o calote é visto como pouco provável, mas não impossível”. 

Segundo o especialista, o “excesso de confiança no devedor que dá segurança para o mercado acreditar que o calote não vai acontecer, o que mantém a demanda pela dívida americana, e faz dela o ativo mais seguro do mundo.”

“Ela dá segurança para o mercado financeiro no mundo, e por isso essas discussões de não pagamento acontecem, só que com um peso cada vez menor, e refletem sim sobre o nível de gastos dos Estados Unidos e para onde essa trajetória de dívida pode nos levar.”

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3 fatos para hoje: teto de dívida dos EUA; ações chinesas rondam bear market https://investnews.com.br/geral/3-fatos-para-hoje-teto-de-divida-dos-eua-acoes-chinesas-rondam-bear-market/ Wed, 31 May 2023 10:59:05 +0000 https://investnews.com.br/?p=486807 Os mercados amanheceram em baixa nesta manhã, com índices dos EUA e Reino Unido sofrendo variação negativa. Na Ásia, os índices fecharam em forte queda, com Hang Seng liderando as perdas (-1,94%), dado as preocupações com a fraqueza da economia chinesa após dados piores de atividade.

Nos EUA, apesar dos ganhos do setor tecnológico registrados na terça-feira com NVidia entrando para o clube do trilhão, os investidores reduziram o entusiasmo ante preocupações com o rumo dos juros e o tempo que resta para votar do aumento do teto da dívida norte-americana.

Na agenda econômica, é aguardado o PMI de Chicago, as ofertas de emprego, Livro Bege, e estoques de petróleo bruto semanal.

Já no Brasil, será divulgado o Índice de Evolução de Emprego do Caged referente abril, a dívida bruta/PIB mensal e a taxa de desemprego. Veja abaixo agenda econômica desta quarta para Brasil, EUA, China e Zona do Euro.

HoraMoedaEvento
05:00EURAnálise de Estabilidade Financeira do BCE
08:30BRLDívida Bruta/PIB (Mensal) (Abr)
09:00BRLTaxa de Desemprego
09:30EURDiscurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
09:50USDDiscurso de Bowman, Membro do FOMC
10:45USDPMI de Chicago (Mai)
11:00USDOfertas de Emprego JOLTs (Abr)
A definirBRLÍndice de Evolução de Emprego do CAGED (Abr)
13:30USDDiscurso de Harker, membro do FOMC
15:00USDLivro Bege
17:30USDEstoques de Petróleo Bruto Semanal API
22:45CNYPMI Industrial Caixin (Mai)
Investing.com

1 – Projeto de teto de dívida dos EUA deve ser votado hoje

O Comitê de Regras da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na noite de véspera o envio do projeto de lei do teto da dívida para votação no plenário nesta quarta-feira (31). A legislação abrange o acordo entre a Casa Branca e os republicanos para elevar a dívida por dois anos em troca de travas aos gastos públicos.

O projeto foi aprovado em votação acirrada, por 7 votos favoráveis à 6 contrários. O grupo composto por 13 deputados – nove republicanos e quatro democratas – era responsável por determinar as normas sob as quais a tramitação da pauta seria sujeita.

Presidente dos EUA, Joe Biden, cumprimenta o presidente da Câmara, Kevin McCarthy 07/02/2023 Jacquelyn Martin/Pool via REUTERS/File Photo

Todos os quatro democratas votaram contra o envio do projeto de lei para consideração no plenário. Os republicanos Chip Roy e Ralph Northan, que haviam expressado anteriormente sua insatisfação com o acordo bipartidário, também votaram contra a legislação.

A aprovação na Câmara enviará o projeto de lei ao Senado. A medida precisa de aprovação do Congresso antes de 5 de junho, quando o Departamento do Tesouro pode ficar sem fundos para pagar suas dívidas pela primeira vez na história dos Estados Unidos.

Se o Departamento do Tesouro não puder cobrir todos os seus pagamentos, ou se for forçado a priorizar pagamentos, isso poderá desencadear o caos econômico nos EUA e nas economias globais.

Biden e McCarthy previram que conseguirão votos suficientes para aprovar o projeto de lei de 99 páginas antes do prazo final de 5 de junho.

2 – Ações de Hong Kong têm forte queda e quase entram em “bear market”

As ações de Hong Kong fecharam em queda de 1,9% nesta quarta-feira, pouco antes de entrar em território de mercado em baixa, pressionadas por dados decepcionantes sobre a indústria chinesa e disputas entre Estados Unidos e China.

Todos os principais índices de Hong Kong caíram após liquidação nas ações listadas nos EUA, enquanto os investidores se preocupavam com a segunda maior economia do mundo depois da queda no Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial da indústria para uma mínima de cinco meses.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, chegou a cair quase 3% antes de fechar em baixa de 1,94%, levando as perdas desde o pico de fechamento em 27 de janeiro para quase 20%. Se tivesse fechado em queda de 20%, confirmaria que o índice está em “bear market”.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 1,02%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,61%.

O sentimento no mercado financeiro é bastante pessimista. Não está claro como o governo interpreta a atual condição econômica. Não há sinal de resposta iminente”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

Como resultado da falta de estímulo e no contexto de um mercado norte-americano com desempenho superior, a exposição à China tende a diminuir, disse Pierre Hoebrechts, chefe de pesquisa macro da East Eagle Asset Management.

3 – Brasil pretende usar BNDES para financiar exportação de tubos e chapas de aço à Argentina

O Brasil avançará com um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a exportação de tubos e chapas de aço à Argentina, que usará os materiais em etapa da construção do gasoduto Presidente Néstor Kirchner, disse o Itamaraty na véspera.

Lula e Fernández se encontram durante cúpula em Brasília 30/05/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

O desenrolar consta em comunicado divulgado pelo ministério após encontro bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino, Alberto Fernández. Diversos líderes sul-americanos estão no Brasil para uma cúpula em Brasília.

No encontro, Lula destacou a Fernández que “não há nenhum obstáculo jurídico para o envolvimento do BNDES e que o Brasil avançará no financiamento para permitir as exportações dos produtos brasileiros”, segundo o comunicado.

Lula visitou a Argentina no começo deste ano, enquanto é previsto que Fernández retorne ao Brasil no final de junho.

Com informações da Reuters e Estadão

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3 fatos para hoje: arcabouço aprovado na Câmara; dívida dos EUA; Ibama https://investnews.com.br/geral/3-fatos-para-hoje-arcabouco-aprovado-na-camara-divida-dos-eua-ibama/ Wed, 24 May 2023 11:02:54 +0000 https://investnews.com.br/?p=483571 O imbróglio envolvendo o teto da dívida americana continua afetando o humor dos mercados nos EUA que amanheceram operando no campo negativo:

  • Dow Jones Futuro (EUA) -0,24%
  • S&P 500 Futuro (EUA) -0,11%
  • Nasdaq Futuro (EUA) -0,08%

Na agenda econômica americana, é aguardado o discurso da Secretária do Tesouro, Janet Yellen, que pode dar pistas sobre a questão das dívidas e do impasse entre Republicanos e Democratas. Também será divulgada a ata do Fomc.

HoraPaísEvento
11:05EUADiscurso de Janet Yellen, Secretária do Tesouro
11:30EUAEstoques de Petróleo Bruto
11:30EUAEstoques de Petróleo em Cushing
13:10EUADiscurso de Waller, membro do Fed
14:00EUALeilão Americano Note a 5 anos
15:00EUAAtas da Reunião do FOMC
Fonte: Investing.com


No Brasil, a agenda econômica segue esvaziada com a divulgação apenas do fluxo cambial estrangeiro, mas com o mercado digerindo a aprovação na Câmara do texto que substitui o atual teto de gastos. Veja detalhes abaixo:

1 – Câmara aprova texto-base da proposta de arcabouço fiscal por ampla margem de votos

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (23) por 372 votos favoráveis e 108 contrários, o texto-base da proposta de arcabouço fiscal, após ajustes de última hora feitos no texto pelo relator Cláudio Cajado (PP-BA) para tornar menos generosa a regra de gastos em 2024.

Nesta quarta-feira (24) os deputados analisarão destaques que podem mudar o texto da matéria se aprovados e, após isso, a matéria irá ao Senado.

Plenário da Câmara dos Deputados REUTERS/Adriano Machado

O placar mostra uma vitória com folga para a proposta capitaneada pelo governo, já que o projeto de lei complementar exigia ao menos 257 votos favoráveis para ser aprovado.

A regra geral da proposta criada para substituir o teto de gastos estabelece que as despesas federais não poderão crescer mais do que 70% da alta das receitas, além de definir que os gastos crescerão anualmente entre 0,6% e 2,5% acima da inflação.

O texto define que em caso de descumprimento da meta fiscal, que terá uma margem de tolerância, o crescimento dos gastos passará a ser limitado a 50% da alta da receita.

Além dessa punição, o relator adicionou uma série de gatilhos automáticos de ajuste fiscal. No primeiro ano de rompimento da meta, o governo ficaria impedido de criar cargos, reajustar auxílios de servidores, criar ou aumentar despesas obrigatórias e conceder ou ampliar benefícios tributários.

Se o descumprimento ocorrer no segundo ano consecutivo, seriam barrados adicionalmente aumento de despesa com pessoal, contratações e realizações de concursos.

Também haverá travas se as despesas obrigatórias, como as previdenciárias e a folha salarial do funcionalismo público, superarem 95% do Orçamento.

Pelo texto, se o governo quiser suspender ou amortecer esses gatilhos, terá que enviar um projeto ao Congresso para pedir essa autorização, além de fazer uma compensação por meio de ajustes em outras áreas.

  • Confira ações da Petrobras (PETR4)

2 – Negociações sobre teto da dívida dos EUA não mostram sinais de avanço

Representantes do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e dos republicanos do Congresso encerraram outra rodada de negociações sobre o teto da dívida na terça-feira sem sinais de avanço, enquanto se aproxima o prazo para aumentar o limite de empréstimos do governo de US$ 31,4 trilhões.

Os dois partidos permanecem profundamente divididos sobre como controlar o déficit federal, com os democratas argumentando que os norte-americanos ricos e as empresas deveriam pagar mais impostos, enquanto os republicanos querem cortes de gastos.

Presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, e presidente norte-americano, Joe Biden 22/05/2023. REUTERS/Leah Millis/File Photo

Os negociadores da Casa Branca Shalanda Young, diretora do Escritório de Administração e Orçamento, e o assessor sênior da Casa Branca, Steve Ricchetti, reuniram-se com seus pares republicanos por cerca de duas horas. Eles saíram sem fazer comentários substantivos à mídia.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertou que o governo federal pode não ter mais dinheiro suficiente para pagar todas as suas contas já em 1º de junho, o que causaria um calote que prejudicaria a economia dos EUA e aumentaria os custos dos empréstimos.

Os dois lados ainda discordam sobre os gastos e não está claro quando as negociações serão retomadas, disse o deputado republicano Patrick McHenry, que preside o Comitê de Finanças da Câmara.

A porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre chamou as negociações de “incrivelmente difíceis”.

“Ambos os lados precisam entender que não vão conseguir tudo o que desejam. E o que estamos tentando obter é um orçamento que seja razoável, que seja bipartidário, que democratas e republicanos na Câmara e no Senado possam votar e concordar.”

porta voz da casa branca em coletiva de imprensa

Os democratas querem congelar os gastos para o ano fiscal de 2024, que começa em outubro, nos níveis adotados em 2023, argumentando que isso representaria um corte de gastos porque os orçamentos das agências não correspondem à inflação. A ideia foi rejeitada pelos republicanos, que querem cortes de gastos.

Biden quer cortar o déficit aumentando os impostos sobre os ricos e fechando brechas fiscais para as indústrias petrolífera e farmacêutica. McCarthy disse que não aprovará aumentos de impostos.

McCarthy disse a repórteres na segunda-feira que esperava falar com Biden diariamente pelo menos por telefone.

Se e quando Biden e McCarthy chegarem a um acordo, eles ainda precisarão vendê-lo para suas bancadas no Congresso. Poderia facilmente levar uma semana para aprovar um acordo na Câmara e no Senado, que precisam aprovar o projeto antes que Biden possa sancioná-lo.

3 – Marina diz que negativa do Ibama à exploração de petróleo na Foz do Amazonas será cumprida

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira que a decisão do Ibama de indeferir pedido de licença da Petrobras para perfurar a Bacia da Foz do Rio Amazonas será cumprida, assegurando que o parecer foi técnico e não será revertido por pressão política.

“É uma decisão técnica e a decisão técnica em um governo republicano, em um governo democrático, ela é cumprida, e é respeitada, com base em evidências”

MARINA SILVA, MINISTRA DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA

A ministra concedeu entrevista coletiva após reunião com os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira; da Casa Civil, Rui Costa; e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no Palácio do Planalto, para discutir a questão.

“A partir de agora, o que esta estabelecido é o cumprimento da lei de que todas as frentes de exploração de petróleo ou de projetos de alta complexidade passarão pela avaliação ambiental estratégica ou avaliação ambiental para área sedimentar quando se trata de blocos de petróleo”, explicou a ministra, referindo-se a uma portaria de 2012 que estabeleceu as exigências.

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva 03/11/2022 REUTERS/Carla Carniel

O Ibama negou na semana passada autorização para a Petrobras explorar a Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, que integra a Margem Equatorial brasileira. Mas a Petrobras afirmou que vai recorrer da decisão do Ibama.

Também presente na reunião desta terça, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou que o órgão pediu complementações dos estudos à Petrobras em oito ocasiões, mas a estatal não teria conseguido comprovar a viabilidade da exploração.

“Ela pode a qualquer momento fazer uma nova solicitação de licenças. Nós não estamos fechando portas”, disse Agostinho, argumentando que as decisões do Ibama seguem critérios técnicos. “O governo tem compromisso muito sério com a sustentabilidade. Eu tenho certeza que a questão técnica vai imperar”.

Segundo a ministra do Meio Ambiente, a reunião da véspera serviu justamente para que ela e Agostinho apresentassem os aspectos técnicos que embasaram a decisão do Ibama.

A situação é encarada dentro da pasta de Marina como uma revolução em termos ambientais e um sinal do comprometimento do governo com a questão ambiental.

Com Reuters

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