WTI – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Fri, 23 Sep 2022 15:24:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico WTI – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Preços do petróleo despencam para mínima de 8 meses https://investnews.com.br/economia/precos-do-petroleo-despencam-para-minima-de-8-meses/ Fri, 23 Sep 2022 15:24:12 +0000 https://investnews.com.br/?p=367195 Os preços do petróleo despencavam nesta sexta-feira (23) para níveis não vistos desde janeiro, com o índice do dólar atingindo seu patamar mais alto em mais de duas décadas e com os temores sobre a demanda, já que o aumento das taxas de juros arrisca levar as principais economias à recessão.

Os futuros do petróleo Brent recuavam mais de 5%, para cerca de 88,50 dólares por barril, por volta das 11h45 (horário de Brasília).

O petróleo negociado nos EUA (WTI) perdia mais de 6%, a 78,24 dólares o barril.

Isso colocava os dois mercados referenciais em um território tecnicamente sobrevendido. O WTI estava no caminho de ter o menor fechamento desde 10 de janeiro, e o Brent, o menor nível desde 13 de janeiro.

Unidade de produção no Texas 24/11/2019 REUTERS/Angus Mordant

Para a semana, o WTI tinha queda de 7%, enquanto o Brent caía 6%, no quarto declínio semanal seguido, pela primeira vez desde dezembro.

Os contratos futuros da gasolina e diesel nos EUA também recuavam mais de 5%.

“O mercado de petróleo está sob forte pressão de venda, já que o dólar norte-americano mantém uma forte trajetória de alta em meio a uma maior redução no apetite a risco”, disseram analistas da consultoria de energia Ritterbusch and Associates.

O dólar americano estava a caminho de seu maior fechamento em relação a uma cesta de outras moedas desde maio de 2002.

Um dólar forte reduz a demanda por petróleo tornando o combustível mais caro para compradores que usam outras moedas.

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Preços do petróleo têm maior baixa semanal desde fevereiro https://investnews.com.br/economia/precos-do-petroleo-tem-maior-baixa-semanal-desde-fevereiro/ Sat, 06 Aug 2022 00:34:50 +0000 https://investnews.com.br/?p=353214 Os preços do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira (5), recuperando algumas das perdas da semana com os fortes dados de crescimento do emprego nos EUA, mas o desempenho semanal atingiu os níveis mais baixos desde fevereiro, abalados por preocupações de que uma recessão possa afetar a demanda por combustível.

O Brent fechou em alta de US$ 0,80, a US$ 94,92 o barril, 11% abaixo do fechamento da última sexta-feira. Nos EUA, o barril terminou em alta de US$ 0,47, para US$ 89,01, queda de 8% na semana.

O crescimento do emprego nos EUA acelerou inesperadamente em julho, informou o Departamento do Trabalho do país.

“Os dados econômicos fortes estão apoiando o aumento do mercado de petróleo hoje”, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho.

Bombas de petróleo em Heilongjiang, China 22/08/2019 REUTERS/Stringer
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Petróleo afunda abaixo de US$ 100 com temores de crise global https://investnews.com.br/financas/petroleo-afunda-abaixo-de-us-100-com-temores-de-crise-global/ Tue, 12 Jul 2022 12:58:52 +0000 https://investnews.com.br/?p=344648 O petróleo afundou após um surto de vírus na China e previsões de inflação mais alta nos EUA piorarem os temores de uma desaceleração econômica global.

O West Texas Intermediate (WTI), petróleo de referência americano, perdeu até 5,5% para US$ 98,40 o barril. A diminuição da liquidez deixou os preços vulneráveis a movimentos mais acentuados ultimamente. O Brent na semana passada registrou sua terceira maior queda em valor absoluto de todos os tempos.

O pessimismo se espalhou pelas commodities com a notícia de aumento de casos de vírus na China e estimativas de que os dados de inflação nos EUA mostrarão uma nova máxima de quatro décadas. Um dólar mais forte também torna o petróleo menos atraente para os investidores e mais caro para os mercados emergentes.

Petróleo em baixa desde junho

O petróleo está em baixa desde o início de junho devido a crescentes temores de que os EUA possam estar a caminho de uma recessão, e bancos centrais em todo o mundo aumentam juros agressivamente para combater a inflação. 

Por outro lado, o mundo passa por uma crise energética global e “talvez ainda não tenhamos visto o pior”, disse o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol. O primeiro relatório da Opep sobre 2023 não mostrou alívio para o aperto de oferta no mercado de petróleo.

“Mais do mesmo com commodities levando uma surra”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank. Também há preocupações de que o índice de preços ao consumidor americano na quarta-feira “possa surpreender novamente, assim como no mês passado. Com isso, corre-se o risco de um aumento ainda mais agressivo de juros debilitante.”

O presidente americano Joe Biden vai visitar a Arábia Saudita esta semana em uma viagem ao Oriente Médio. Ele busca domar os altos preços de energia que abalaram a economia global.

Os EUA acreditam que a Opep tem espaço para aumentar a produção se a próxima visita de Biden à região render algum acordo. O presidente da França, Emmanuel Macron, se reunirá com o líder dos Emirados Árabes Unidos na próxima semana para discutir o fornecimento de petróleo.

O mercado apertou este ano, em parte devido às sanções contra a Rússia após a invasão da Ucrânia. A secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm, deve se encontrar com seus pares da Austrália, Índia e Japão durante uma visita a Sydney, e usará as conversações para angariar apoio para a implementação de um teto sobre os preços russos.

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Preço do petróleo despenca com plano de Biden para cortar custos de combustível https://investnews.com.br/economia/preco-do-petroleo-despenca-com-plano-de-biden-para-cortar-custos-de-combustivel/ Wed, 22 Jun 2022 15:31:04 +0000 https://investnews.com.br/?p=338490 Os preços do petróleo despencavam nesta quarta-feira (22) com a notícia de que Biden deve pedir ao Congresso que considere uma suspensão de três meses do imposto federal de 18,4 centavos de dólar por galão sobre a gasolina.

O presidente também deve solicitar aos estados que suspendam seus impostos sobre combustíveis, segundo informações de um alto funcionário do governo.

Por volta de 12h20, os contratos futuros de petróleo Brent caíam 3,98%, a US$ 110,09 por barril. O petróleo dos EUA (WTI) recuava 4,46%, para US$ 104,63.

Ambos os contratos atingiram o menor nível desde 19 e 11 de maio, respectivamente.

O analista de commodities do Commerzbank, Carsten Fritsch, disse que, se for bem-sucedido, o corte de impostos provavelmente “apoiará os preços ao estimular a demanda por gasolina”.

O analista da PVM, Stephen Brennock, disse que, embora os preços mais baixos ao consumidor possam ser vistos como um sinal de alta da demanda, um corte de impostos também pode induzir expectativas de novas medidas do governo Biden para reduzir a alta dos preços da energia.

A Casa Branca convidou os CEOs de sete petroleiras para uma reunião nesta semana para discutir maneiras de aumentar a capacidade de produção e reduzir os preços dos combustíveis.

*Com Reuters

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Preços do petróleo sobem com expectativas de que Opep+ mantenha cortes https://investnews.com.br/economia/precos-do-petroleo-sobem-com-expectativas-de-que-opep-mantenha-cortes/ Mon, 29 Mar 2021 21:09:15 +0000 https://investnews.com.br/?p=238153  Os preços do petróleo subiram quase 1% nesta segunda-feira (29), após notícia de que a Rússia deve apoiar que a oferta da commodity pela Opep+, grupo de países produtores que se reúne ainda nesta semana, seja mantida estável.

Os contratos futuros vinham em queda no início da sessão, por notícias de que o navio porta-contêineres que bloqueou o tráfego no Canal de Suez por quase uma semana havia sido liberado do encalhe.

O petróleo Brent fechou em alta de 0,41%, a US$ 64,68 por barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos (WTI) avançou 0,59%, para US$ 61,56 o barril.

“O mercado está deixando para trás o Canal de Suez e passando a se concentrar na reunião da Opep+, para a qual recebemos fortes indicações de que os cortes de produção serão prorrogados”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group em Chicago.

A Rússia apoiaria a manutenção dos atuais níveis de oferta de petróleo do grupo de países produtores Opep+ em maio, mas buscaria um aumento relativamente pequeno em sua própria produção visando atender uma maior demanda sazonal, disse à Reuters uma fonte próxima da estratégia dos russos.

Fontes já haviam afirmado à Reuters na semana passada que esperam uma decisão semelhante à do último encontro quando a Opep+ voltar a se reunir para discutir sua política de produção, no dia 1º de abril.

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Petróleo dispara a máximas de 1 ano após Opep+ manter cortes de produção https://investnews.com.br/economia/petroleo-dispara-a-maximas-de-1-ano-apos-opep-manter-cortes-de-producao/ Thu, 04 Mar 2021 21:28:29 +0000 https://investnews.com.br/?p=233298 Os preços do petróleo engataram um rali de mais de 4% nesta quinta-feira (4), atingindo o maior patamar em mais de um ano, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados concordarem em manter o nível de produção da commodity inalterado até abril, argumentando que a recuperação da demanda em meio à pandemia de coronavírus ainda é frágil.

O petróleo Brent fechou em alta de US$ 2,67, ou 4,2%, a US$ 66,74 por barril, depois de alcançar a marca de US$ 67,75, mais alto nível desde janeiro de 2020.

Já os contratos futuros do petróleo dos Estados Unidos (WTI) avançaram US$ 2,25, ou 4,2%, para US$ 63,83 o barril, também tendo registrado uma máxima desde janeiro de 2020, a US$ 64,86.

“A Opep nos surpreendeu… A mensagem que a Opep está passando para o mercado é de que eles estão bastante dispostos a ver os preços do petróleo subirem e, em última análise, percorrer um longo caminho na redução do estoque acumulado no ano passado por causa da covid-19”, disse Bart Melek, chefe de estratégias de commodities da TD Securities.

Alguns analistas projetavam que a Opep+, aliança que reúne a Opep e outros grandes produtores, aumentaria o bombeamento em cerca de 500 mil barris por dia (bpd).

A Arábia Saudita, líder do grupo, disse que vai estender seu corte voluntário de produção de 1 milhão de bpd, e que decidirá nos próximos meses o momento em que a medida deverá ser gradualmente eliminada.

“No entanto, há um pequeno problema no coquetel altista, e pouquíssimos estão surpresos. A Rússia quer aumentar a produção”, disse em nota o chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen.

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Petróleo sobe com expectativa de estímulos e oferta mais apertada sob Biden https://investnews.com.br/economia/petroleo-sobe-com-expectativa-de-estimulos-e-oferta-mais-apertada-sob-biden/ Wed, 20 Jan 2021 22:24:55 +0000 https://investnews.com.br/?p=124769 Os preços do petróleo avançaram nesta quarta-feira (20), apoiados por expectativas de que o governo do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entregue estímulos econômicos substanciais, elevando a demanda por combustíveis, e dê início a políticas que limitariam a oferta de petróleo.

Empossado nesta quarta, Biden deve tomar medidas imediatas que poderiam restringir a atuação da indústria de petróleo norte-americana, incluindo um plano para reintegrar os EUA ao acordo climático de Paris, o cancelamento de uma permissão para o oleoduto Keystone XL e a suspensão de planos de exploração no Ártico.

O petróleo Brent fechou em alta de US$ 0,18, a US$ 56,08 por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou US$ 0,26, para US$ 53,24 o barril.

Na terça-feira, a indicada de Biden para a Secretaria do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, pediu para os congressistas do país “agirem grande” nos gastos em alívio à pandemia de coronavírus, o que deu impulso aos preços do petróleo.

“Há novas expectativas em relação aos estímulos – há simplesmente um bom humor nos mercados em geral, um senso de avanço, de que a demanda vai se recuperar”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.

“Acho que a administração Biden está deixando claro em seu primeiro dia que há um novo xerife na cidade e vamos voltar às políticas pró-energia verde e anti-combustíveis fósseis”, disse Phil Flynn, analista da Price Futures Group em Chicago.

“Isso vai significar preços mais altos e o mercado está começando a precificar essa realidade.”

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Por que o petróleo subiu tanto e como isso beneficia Petrobras e PetroRio? https://investnews.com.br/economia/o-que-explica-a-alta-do-petroleo-e-como-a-petrobras-e-petrorio-se-beneficiam/ Mon, 11 Jan 2021 08:30:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=30107 Na semana passada, os contratos futuros de petróleo atingiram os maiores níveis dos últimos 11 meses. Na sexta-feira (8), o barril tipo Brent, negociado em Londres, fechou cotado a US$ 56,25, se aproximando de patamares pré-pandemia, quando o barril era vendido acima de US$ 65. Por que os preços voltaram a subir e como isso impacta o investidor?

De carona nesta valorização, as petrolíferas Petrobras (PETR4) e PetroRio (PRIO3) também acumularam fortes ganhos na semana última. Os papéis destas empresas valorizaram 9,81% e 6,07%, respectivamente, até o fechamento de sexta-feira (8).

Brent x WTI: qual a diferença?

Para entender a dinâmica de preços deste mercado, primeiro é preciso compreender porque o petróleo Brent aparece em todo lugar quando se fala em companhias petrolíferas no Brasil. Porque ele e não o irmão esquecido, o petróleo tipo WTI?

Segundo Felipe Paletta, analista da Inversa, a diferença básica entre estas duas cotações universais é que o WTI é cotado nos Estados Unidos e serve como parâmetro para colocar um preço no petróleo extraído na região do Golfo do México. Ou seja, tudo o que é extraído lá leva a cotação do WTI.

Já o petróleo Brent é cotado na Inglaterra e considera não apenas a extração do Golfo do México, mas também de importantes players como países do Oriente Médio, entre eles a Arábia Saudita. Os países árabes são muito dependentes do petróleo, por isso sempre pressionam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para garantir que o preço da commodity esteja acima do valor de produção.

A Opep+ é como se fosse aquele “clube de amigos” fechado que determina os preços do petróleo no mundo. Desta forma, os países árabes não poderiam ficar de fora. Por este motivo, o petróleo Brent é considerado a cotação globalmente oficial quando tentamos precificar todos os mercados.

Oferta e demanda

Por que a Rússia e Arábia Saudita estão sempre envolvidas em disputas sobre aumentar a produção de petróleo no mundo ou fazer novos cortes? Essa foi uma das principais pautas discutidas pela Opep+ nos últimos meses. E aqui entra o conceito de ‘oferta e demanda’.

Provavelmente você já ouviu que “quando há menor oferta de um produto, maior é o preço a ser pago por este no mercado”. Levando isso para as petrolíferas, quanto menor é a produção de petróleo no mundo, maior é o preço a ser pago pelo barril da commodity. Por consequência, maior é o lucro para estas companhias.

Isso ocorre se a demanda também for elevada. Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, explica que existem dois cenários possíveis relacionando as duas variáveis de oferta e demanda de petróleo.

O primeiro é de oferta alta, demanda baixa e preços caindo. Durante a pandemia, muitas pessoas deixaram de sair de casa e de utilizar veículos e o consumo de combustíveis caiu drasticamente, reduzindo a demanda por petróleo.

Com os países ainda extraindo a commodity em patamares altos e sem ninguém para comprar, os preços do petróleo internacional foram para o abismo, chegando a ser negociados no patamar mínimo de US$ 20 para o barril Brent, entre os meses de março e abril.

Foi um cenário em que oferta e demanda conflitaram, agravado pela briga pelos níveis de produção entre a Rússia, Estados Unidos e Emirados Árabes. Enquanto a Rússia queria produzir mais, os árabes queriam extrair menos para manter o controle nos preços.

Paletta, da Inversa, reforça que essa briga entre as nações por mais ou menos produção é antiga. Países como a Rússia, com menor dependência do petróleo, sempre pressionam por um aumento da produção para equilibrar as margem de custos das petrolíferas – no caso da Rússia, a maior parte é de companhias estatais – desta forma o preço do petróleo não afeta outros setores da economia real.

“Na contramão, a Arábia Saudita, que é muito dependente do petróleo sempre quer ver o preço nas alturas e pressiona para que a produção seja baixa, porque quanto menor é a produção, maior é o preço pago pelo barril”, explica o analista.

Aliás, foi nesta época que teve lugar o encontro da Opep+ para reduzir a produção global da commodity em 2020 para 9,07 milhões de barris por dia (bpd). A justificativa era que os combustíveis para transporte foram pressionados pela pandemia, reduzindo a demanda por gasolina e combustível de aviação, já que as viagens aéreas e as distâncias percorridas anteciparam um declínio significativo em comparação a 2019, além da limitação do uso de combustível industrial.

Ainda em dezembro de 2020, com a retomada econômica e a reabertura gradual das nações, a Opep+ concordou em aumentar a produção de petróleo em 500 mil barris por dia a partir de janeiro de 2021, como parte de um aumento gradual de 2 milhões de barris por dia neste ano, mas alguns membros do grupo questionaram a necessidade de um novo aumento devido à rápida disseminação do coronavírus.

Na época, o barril Brent já havia se recuperado consideravelmente, negociado no patamar médio de US$ 51,80 no mês de dezembro.

Por que o petróleo disparou agora?

Lembra dos dois cenários possíveis para oferta e demanda citados no começo da reportagem? O segundo cenário é o que estamos vivendo atualmente: oferta baixa, demanda alta e preços elevados.

Milane, da VGL Investimentos, explica que com a retomada da economia, a demanda por combustível também voltou. Uma espécie de reequilíbrio nos preços do petróleo que saíram de um fundo do poço de US$ 20 o barril para um patamar de US$ 50, beneficiando a commodity no curto prazo.

De olho neste crescimento econômico, a Rússia sinalizou o desejo de aumentar a sua produção de petróleo. O vice premiê do país, Alexandrer Novak, justificou que os programas de vacinação estavam avançando, o que aceleraria a recuperação econômica e, em consequência, a demanda pela commodity.

Foi neste momento que a Arábia Saudita entrou em conflito com a Rússia ao alertar a Opep+ contra a liberação de mais barris no mercado e propor um corte voluntário no país de 1 milhão de barris/dia em fevereiro e março. “Segundo os sauditas, é necessário que a produção de petróleo continue restrita a fim de administrar o nível de demanda, afetada pela pandemia do coronavírus. Sua postura foi de oposição à Rússia, que sinalizou desejo de aumento na produção”, apontou a Levante Investimentos em relatório.

De olho nas vacinas, o preço do barril do petróleo já havia superado os US$ 50. Com o desentendimento entre Rússia e Arábia Saudita sobre cortes de produção, a commodity disparou, chegando ao patamar de US$ 53,60 o barril na terça-feira (5).

Ainda neste embate, os Estados Unidos anunciaram que os níveis do estoque de petróleo reduziram mais que esperado, caindo para 8,01 milhões de barris na semana encerrada em 1º de janeiro. “Esta queda nos estoques sinalizou duas coisas: a oferta de petróleo pode diminuir no mundo – como comprovou o acordo que Arábia Saudita conseguiu na Opep+ – e que a demanda em nível global está aumentando com a recuperação das economias”, explica Paletta.

Com oferta baixa e demanda alta, o analista enxerga um cenário muito favorável para a valorização dos contratos do petróleo. Foi este motivo que levou o Brent a ser negociado acima de US$ 54 o barril no começo de 2021.

No desfecho desta história, a Opep+ aprovou um novo corte de produção, enquanto a Arábia Saudita reduziu de forma voluntária sua produção nacional em 1 milhão de barris por dia nos meses de fevereiro e março. Tudo isso para compensar um aumento de produção em países como Rússia e o Casaquistão e manter sob controle o nível de produção de petróleo no mundo.

Petrobras e PetroRio

No Brasil, a notícia da alta dos preços do petróleo internacional e a possibilidade de oferta e demanda equilibradas nos próximos meses foi muito bem recebida pelas petrolíferas. Petrobras (PETR4) e Petrorio (PRIO3) viram suas ações saltar. As ações da Petrobras são negociadas atualmente acima de R$ 30, patamar que aconteceu apenas antes da pandemia.

Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos, explica que as companhias petrolíferas se beneficiam do aumento nos preços do petróleo internacional porque elas também precisam reajustar os preços no Brasil, acompanhando essa alta, o que encarece o valor da commodity nacionalmente. “A mão de obra e custos de extração das petrolíferas é em reais e não em dólar, o câmbio elevado também favorece”, aponta.

Para exemplificar, Bevilacqua cita que antes da crise do coronavírus, o petróleo Brent era negociado no patamar de US$ 65 o barril, mas na época o dólar era equivalente a R$ 4. Então fazendo uma conversão, para a Petrobras cada barril era vendido a R$ 260.

Logo veio a pandemia e o barril foi para o patamar de US$ 20, mas com a recuperação econômica, o petróleo Brent fechou cotado a US$ 56,25 na sexta-feira (8).

“É importante considerar que o dólar também aumentou neste período e foi para o patamar de R$ 5,40”, lembra Bevilacqua. Em consequência, o novo preço de um barril de petróleo Brent seria R$ 303,75. “Mantendo o mesmo custo de produção, as petrolíferas conseguem lucrar mais e isso se traduz em uma geração de caixa absurda para as companhias”, aponta.

Tempos de recuperação

Apesar da pandemia, as petrolíferas conseguiram se recuperar das perdas ainda em 2020. Segundo dados da Economatica Brasil, as ações da PetroRio (PRIO3) fecharam o ano com alta acumulada 112,31%, enquanto os papéis da Petrobras (PETR4) saíram da lama, mas acumularam leve queda de 6,09%.

Desde o seu fundo do poço em 2020 até o dia 7 de janeiro deste ano, as ações da PetroRio (PRIO3) saltaram 615,27%. Durante a crise, a companhia já chegou a ser negociada a R$ 10,35, atualmente o papel é cotado acima de R$ 70.

Enquanto os papéis da Petrobras (PETR4) valorizaram 174,58% desde o fundo do poço em 2020. As ações da petrolífera passaram a ser negociadas de R$ 11,29 para acima de R$ 30 em 2021.

Isso quando falamos em real brasileiro, mas fazendo uma conversão do valor das ações das companhias em dólares Murilo Breder, analista da Easynvest, explica que a Petrobras ainda está bastante descontada em relação a concorrente e tem espaço para valorizar. Veja no gráfico:

Breder aponta que além da clara correlação entre o preço do petróleo e a cotação das ações do setor, o gráfico também evidencia a forte disparada de preços de PetroRio enquanto Petrobras, apesar de também ter subido nos últimos dois meses, ficou relativamente para trás no setor. “Este gráfico é importante porque nos diz como o investidor estrangeiro enxerga o preço das ações”, diz.

No dia 2 de janeiro de 2020, a ação da PETR4 custava US$ 7,64. “Mesmo subindo 66% desde o dia 28 de outubro, o preço do papel em dólares hoje é US$ 5,81. Ainda falta 32% para chegar no patamar inicial de US$ 7,64”, explica Breder.

Para o analista, se o fluxo de estrangeiros na bolsa continuar em alta neste ano, maior serão as chances da Petrobras andar.

O que esperar?

Para quem investe em Petrobras, que recentemente mudou sua política de dividendos, uma boa geração de caixa favorece. Por outro lado, a companhia também tem um custo de extração relativamente baixo, o que melhora ainda mais o retorno aos acionistas.

No caso da PetroRio, apontada por muitos como a nova queridinha da bolsa, os dividendos ainda não fazem parte da estratégia da companhia. Mas analistas de mercado enxergam que os investidores podem se beneficiar pelo rápido crescimento da petrolífera, que já saltou quase 8.000% nos últimos cinco anos, tendo como norte de sua estratégia a redução drástica de custos na extração de petróleo.

Em 2020, a PetroRio alterou seu modelo de negócios: começou a adquirir campos de petróleo próximos e, na sequência, criou um sistema chamado “tieback” – um processo para compartilhar a mesma infraestrutura na extração de petróleo de dois campos vizinhos. Tudo isso graças ao FPSO, um navio que recebe e armazena óleo. Nascia assim um novo formato de produção que reduzia ainda mais os custos de extração.

Mesmo fazendo parte do mesmo setor, Petrobras e PetroRio têm estratégias opostas. Enquanto Petrobras está focada na distribuição de dividendos e desinvestimentos, PetroRio aposta no crescimento acelerado da produção. Em um cenário, com o petróleo internacional em tendência de alta para os próximos meses, os especialistas aconselham ficar de olho nestas diferenças.

Em uma reportagem anterior, o InvestNews fez um levantamento comparando as estratégias de ambas petrolíferas. Veja:

PetroRio (PRIO3) Petrobras (PETR3; PETR4)
Estratégia Está apostando no investimento e crescimento acelerado com o uso do tieback Não tem como comprar novos campos. Está em um fluxo de desinvestimento
Dividendos Não paga dividendos no momento. Reinveste todo seu lucro em aquisições, gerar caixa e pagar dívidas Tem uma boa política de dividendos, mesmo quando não tem lucro contábil
Expansão Está em fase de rápido crescimento, comprando novos campos de petróleo Apresentou um plano para reduzir sua produção de petróleo e gás nos próximos cinco anos.

*Fonte: Casas de análise

No curto prazo, os especialistas consultados pela reportagem enxergam um cenário muito positivo para ambas as ações, PETR4 e PRIO3, por causa da valorização do petróleo internacional que deve manter sua tendência de alta.

Favorece este contexto também a confirmação de Joe Biden na presidência dos Estados Unidos. “2021 será um bom ano para as commodities, por causa de maiores estímulos fiscais, excesso de dólar pelo mundo e países retomando seu crescimento”, afirma Milane.

Embora Biden defenda diminuir a dependência da matriz energética de combustíveis fósseis nos EUA e no mundo, Paletta da Inversa acredita que um novo movimento gradual de transformação energética pode ocorrer nas petrolíferas, imitando a China. “É possível que o petróleo deixe de ser utilizado como poluente e passe a ser uma fonte importante de energia”, explica. O analista defende que um novo ciclo das commodities está começando. A diferença é que os ventos são mais favoráveis por causa do dólar elevado.

Por se tratar de commodities – um setor bastante volátil – os especialistas apontam que olhar para o longo prazo pode ser uma tarefa arriscada, porque tudo vai depender de como o mundo vai reagir no pós-pandemia. Bevilacqua está bastante otimista. “O custo médio do petróleo em todos os países é de US$ 35 o barril. Pior do que estávamos não vamos ficar”, sinaliza.

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Petróleo atinge US$ 52 por barril com expectativa por reunião da Opep+ https://investnews.com.br/financas/petroleo-atinge-us-52-por-barril-com-expectativa-por-reuniao-da-opep/ Mon, 04 Jan 2021 12:27:45 +0000 https://investnews.com.br/?p=29409 Os preços do petróleo avançavam para máximas em meses nesta segunda-feira (4), em meio a expectativas de que a Opep e aliados possam limitar a produção aos níveis atuais em fevereiro, além de esperanças de que vacinas possam conter o coronavíurs e levar a uma forte recuperação econômica neste ano.

O petróleo Brent subia US$ 0,76, ou 1,47%, a US$ 52,56 por barril, às 8h11 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos avançava US$ 0,47, ou 0,97%, a US$ 48,99 por barril.

A alta nos preços estava em linha com o desempenho positivo nos mercados financeiros, com o Brent tocando o maior nível desde março de 2020 e o WTI atingindo o maior valor desde fevereiro de 2020.

“O movimento dos preços hoje sugere que o mercado está assumindo que a Opep+ vai manter o nível de cortes inalterado no próximo mês”, disse o estrategista de commodities da ING, Warren Patterson.

Reunião da Opep+

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, conhecidos como Opep+, se reúnem nesta segunda-feira.

A maior parte dos especialistas na Opep+ expressou oposição a um aumento de oferta de petróleo a partir de fevereiro durante uma reunião no domingo, disseram três fontes â Reuters nesta segunda-feira.

Em dezembro, a Opep+ decidiu aumentar a produçaõ em 0,5 milhão de barris por dia (bpd) a partir de janeiro, como parte de um aumento gradual de 2 milhões de bpd neste ano, mas alguns membros do grupo questionaram a necessidade de um novo aumento agora devido à rápida disseminação do coronavírus.

“O começo do novo ano está trazendo desagios para o grupo da Opep+, uma vez que o balanço de riscos para a recuperação da demanda por petróleo mudou”, disse Harry Tchilinguirian, analista do BNP Paribas.

“O grupo de produtores Opep+ pode ter que rever sua agenda e adiar um novo ajuste nos cortes voluntários de oferta devido às últimas novidades sobre a Covid”, acrescentou ele.

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5 fatos para saber hoje: acordo UE-Mercosul mais distante; sem auxílio para 2021 https://investnews.com.br/geral/5-fatos-para-saber-hoje-acordo-ue-mercosul-mais-distante-sem-auxilio-para-2021/ Thu, 08 Oct 2020 11:58:14 +0000 https://investnews.com.br/?p=21393 1 – Parlamento Europeu não ratifica acordo UE-Mercosul

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (7), uma resolução que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por preocupações com a política ambiental do governo de Jair Bolsonaro.

Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que o Brasil vai contra os “compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade“.

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O alerta consta em emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas comerciais do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o potencial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Com o trecho referendado nesta quarta-feira por parlamentares, a análise passa a incluir que o pacto “não pode ser ratificado como está”. A rejeição, no entanto, é simbólica e o acordo ainda precisa ser analisado pelo plenário da Casa, bem como em cada um dos parlamentos nacionais dos dois blocos.

2 – Guedes nega que auxílio emergencial será prorrogado

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que é “zero” a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial para 2021. “Não haverá prorrogação do auxílio até junho de 2021. Não existe articulação para isso”, afirmou a jornalistas.

Segundo ele, o benefício a 67,7 milhões de desempregados, informais e beneficiários do Bolsa Família acaba em dezembro deste ano, sem possibilidade ser prorrogado. Guedes chamou de descabidas informações sobre uma possível extensão da ajuda.

A posição da presidência da Câmara é a mesma”, escreveu o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) na sua conta no Twitter ao compartilhar uma reportagem sobre a fala do ministro.

3 – Governo lança ‘Voo Simples’ para tentar desburocratizar setor de aviação

Com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios, o governo federal lançou nesta quarta-feira (7), em cerimônia no Palácio do Planalto, um conjunto de 52 medidas para aviação geral, com foco nos profissionais, operadores de aeronaves, instituições de ensino e empresas de pequeno porte. Chamado de ‘Voo Simples’, o pacote tem como uma das ações previstas o fim do prazo de validade da carteira de habilitação de pilotos. O tema, no entanto, ainda será alvo de uma consulta pública tocada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que também irá discutir a periodicidade do treinamento em simulador e simplificar os requisitos de treinamento para copiloto.

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Participaram da cerimônia o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entre outros ministros. Presente no evento, o dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, senta ao lado de Bolsonaro.

4 – Petróleo fecha em baixa por anúncio do fim das negociações por pacote fiscal

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quarta (7) com forte reação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que não haveria um acordo para uma nova rodada de estímulos fiscais no país antes das eleições. A declaração foi feita ontem no Twitter, quando os preços do petróleo já haviam encerrado a sessão e o recuo parcial dele hoje em alguns pontos, como ajuda a companhias aéreas, não foi suficiente para alterar o quadro.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro caiu 1,77%, a US$ 39,95 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para dezembro recuou 1,55%, a US$ 41,99 o barril.

“O mercado ficou sob pressão desde os negócios da madrugada na Ásia, com as negociações de estímulo dos EUA fracassando, e agora parece improvável que veremos um pacote de estímulo até depois das eleições nos EUA“, apontou o ING. A visão é corroborada por relatório enviado a clientes pelo Commerzbank: “A notícia de que o presidente Trump dos EUA pretende adiar as negociações sobre ajuda econômica para depois das eleições está pesando nos preços hoje, com certeza”.

5 – EUA: Pelosi e Mnuchin devem voltar a debater ajuda ao setor aéreo nesta quinta

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, conversaram por 20 minutos nesta quarta-feira (7) sobre uma possível legislação para fornecer ajuda financeira adicional ao setor aéreo, de acordo com Drew Hammill, porta-voz da democrata. “Os dois concordaram em conversar amanhã (hoje, quinta-feira, 8) novamente”, escreveu Hammill em sua conta oficial no Twitter.

As tratativas entre Pelosi e Mnuchin ocorrem após o presidente americano, Donald Trump, suspender as negociações de um pacote fiscal mais amplo até depois da eleição presidencial de 3 de novembro. O republicano, entretanto, pediu ao Congresso que aprove medidas de estímulos direcionadas.

Nesta quarta-feira, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, mencionou a possibilidade em uma entrevista à CNBC. “As aéreas, definitivamente, precisam de mais ajuda“, declarou.

*Com Estadão Conteúdo

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